Quem já fez uma compra pela internet muda seu conceito de compra física, aquela onde se vai à loja, dribla-se o vendedor e se tem que carregar até em casa o bem comprado.
São notórios os benefícios na loja física. O primeiro é a maravilha da ótica; na loja física podemos exercer nosso poder visual e pormos nossos doze olhos para ver os produtos. Os dois do rosto miram as cores, e os dez postos a cada ponta de dedo nos permitem “ver” a textura, a consistência, a resistência e outras dimensões que só a “visão polegar” nos proporciona.
Marketing
No budismo, um valioso ensinamento é a compreensão da impermanência e seus reflexos. Como diria Lulu Santos: “Tudo muda, o tempo todo, no mundo”.
Em pleno exercício budista em um templo, no último final de semana, enquanto orbitava entre a meditação e os ensinamentos, não pude deixar de pensar em consumidores, tecnologia, concorrentes, fornecedores e colaboradores.
A cada novo ensinamento ou comentário, nova certeza de que Buda, se tivesse nascido hoje, seria um grande gestor de negócios, além de um iluminado.
No passado, as indústrias, ainda sem saber o impacto que suas marcas e o modelo econômico que se desenhava em plena revolução industrial teriam sobre o planeta e suas gerações seguintes, estruturaram seus negócios priorizando o processo industrial. A forte cultura de como fazer ganhava destaque e impulsionava as então nascentes indústrias.
Na briga por destaque um novo parâmetro passou a ser meta: produtos duráveis, de qualidade e prontos a um mercado sem nenhum foco, ainda, na cultura de reposição de produto.
O mercado de trabalho—em especial o comércio, pela baixa barreira de entrada e por ser tradicionalmente porta de entrada de muita gente ao mercado—tem vivido nos últimos anos forte pressão na baixa oferta de mão de obra qualificada e grande oferta de oportunidades de trabalho, fazendo com que muitos pontos de venda se moldem à qualidade da oferta de trabalho ao invés de conseguir impor seu padrão de atendimento. Mas novos ventos começam a soprar e isso, ao que parece, está por mudar.
Indiscutivelmente temos que admitir – Nova Friburgo ficou internacionalmente conhecida!
A cobertura dada pela mídia durante a devastação ocorrida na Região Serrana foi implacável. Todos sabem agora onde ficamos, ou, na versão da mídia, onde ficávamos.
O valor de uma boa vitrine é indiscutível. Cabe a ela o papel de chamar a atenção, seletivamente, dos potenciais clientes, vendendo a imagem, valores e prioridades da marca, data e/ou ocasião. Uma boa vitrine captura atenção, vende produto e conceito, e confere proximidade entre os consumidores e marcas.
Quem não se lembra quando, no mesmo dia 12 de janeiro, mas de 2007, em São Paulo, desabava uma grande estrutura próxima ao Rio Pinheiros, sob a responsabilidade das empreiteiras que faziam a ampliação da linha do metrô?
A entrada de uma legião de consumidores, mais afortunados, está mudando o mercado. A nova Classe C, formada por consumidores ávidos por consumo e deslumbrados com a escolha e seus desdobramentos no comprar, está impactando no perfil de tudo no mercado.
Vitrines direcionadas, produtos específicos, formas de pagamento adequadas, serviços novos, enfim, uma grande cesta de possibilidades se instala e a mídia se altera no mesmo ritmo.
Sem dúvida nosso mercado está diferente.
Mas, embora alguns de nós tenhamos motivos para não querer que a vida continue, ela sempre teima e continua, e nesta ótica, o consumo permanece acontecendo, ainda que em intensidade e comportamentos diferentes de antes.
A mudança do mercado deve sempre ser acompanhada de ações de comunicação. Novos consumidores estão à vista ou consumidores habituais estão com seus hábitos mudados e é papel da comunicação lembrar, apresentar-se, divulgar, posicionar-se como a melhor escolha.
Sempre aconteceu, mas parece que desta vez estamos sofrendo uma epidemia de propagandas estatísticas — aquelas que trazem percentuais ou proporções de fatos que parece que você sofre, se não, vão acabar te convencendo disso.
Parece que 3 em cada 4 quatro propagandas demonstram que 3 em cada 2 consumidores adora ser apavorado por números que ninguém sabe de onde vem (o 3 em cada 2 é deboche e não erro!).