A internet é aqui! - 4 de agosto 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quem já fez uma compra pela internet muda seu conceito de compra física, aquela onde se vai à loja, dribla-se o vendedor e se tem que carregar até em casa o bem comprado.

São notórios os benefícios na loja física. O primeiro é a maravilha da ótica; na loja física podemos exercer nosso poder visual e pormos nossos doze olhos para ver os produtos. Os dois do rosto miram as cores, e os dez postos a cada ponta de dedo nos permitem “ver” a textura, a consistência, a resistência e outras dimensões que só a “visão polegar” nos proporciona.

Outra vantagem é a síndrome do coelho, aquela que nos faz querer a imediata recompensa da posse, que culmina com o ato de sair carregando o item imediatamente, e em alguns casos isso alcança o patamar de instrumento social, onde se roga aos deuses um encontro casual com o vizinho invejoso, no caminho, para que ele possa ver nossa carga. Mas tirando esses dois pontos, comprar em uma loja física ainda é muito desgastante, e o que é pior, tudo fruto do descaso.

Há poucas semanas fui comprar um eletrodoméstico para minha mamãezinha e em menos de 3 minutos escolhi o item, mas foram precisos outros 25 minutos para concluir o processo, uma eternidade para quem não tem tempo, nem paciência para aquilo que é desnecessário. A logística da compra é proibitiva. Escolhe-se no primeiro pavimento, sobe-se uma escadaria e dirige-se ao fundo da loja. Fila! Paga-se, desce a escadaria que joga o consumidor na direção da porta, mas é obrigatória a rota ao fundo da loja para pegar o item. Fila! Além da fila, o entregador sugere de forma impositiva que se abra a embalagem e se faça uma conferência e acomoda os itens de forma duvidosa de volta na embalagem violada e o ônus de carregá-lo para casa de forma inadequada recai sobre o consumidor e tira dele o direito de questionar a garantia da loja, empurrando ao fabricante, num flagrante desrespeito ao código do consumidor.

Em outra não menos selvagem e recente experiência, no mesmo segmento, dificuldades de localizar o produto, desconhecimento do produto e itens no mostruário quebrados, imundos e fora de linha terminaram com o show de horrores. Eu pergunto em minha simplicidade de pensamento: para que serve o mostruário se não para fazer com que o consumidor escolha o produto? Então por que uma criatura deixa o produto no PDV quebrado, vencido ou imundo?! Dá vontade de comprar assim?! Talvez no dia da sogra seja um produto campeão de vendas, mas fora isso, limita, frustra, extingue a venda do produto. Quando questionada sobre um determinado atributo do produto, a vendedora, aquela que, como abutre, se jogou sobre meu “corpicho” ao adentrar ao PDV, numa tentativa de cercear meu direito de ir e vir, orgulhosamente responde: “Sabe que você não é o primeiro que pergunta...”. E acabou, ela não sabia responder a questão, mesmo diante de perguntas anteriores de outros consumidores.

Vejamos então: filas, violação de embalagem, transgressão às políticas de troca, desinformação sobre produtos, ataque de vendedores, mais filas, produtos em mal estado... ufa... por que não instalam processos mais eficientes como os a internet em suas lojas físicas? Muitos terminais de computadores onde o consumidor possa buscar informações sobre o produto desejado, realizar o pagamento e imprimir seu comprovante de compra, atuar em autosserviço e escolher a entrega em casa se assim desejar.

Por que permaneço refém daquele vendedor que não gosta e não sabe ser vendedor? Por que tratam melhor o consumidor que não vê do que aquele que ali está?!

Eu me esforço para comprar em lojas físicas, mas por vezes, ainda acho meu teclado mais gentil e eficiente que muitos processos de compra física.

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