O marinheiro pode ficar só! - 25 de agosto 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O mercado de trabalho—em especial o comércio, pela baixa barreira de entrada e por ser tradicionalmente porta de entrada de muita gente ao mercado—tem vivido nos últimos anos forte pressão na baixa oferta de mão de obra qualificada e grande oferta de oportunidades de trabalho, fazendo com que muitos pontos de venda se moldem à qualidade da oferta de trabalho ao invés de conseguir impor seu padrão de atendimento. Mas novos ventos começam a soprar e isso, ao que parece, está por mudar.

A desaceleração da economia começa a mostrar certa vida e essa onda vai bater no comércio em primeiro lugar. Como um quebra-mar, o comércio será o primeiro a sentir e o quadro de trabalho localizado neste setor tende a gerar um rápido reequilíbrio, deixando, de um modo geral, os mais bem alinhados aos objetivos empresariais na ativa e levando ao seguro-desemprego os marinheiros de primeira viagem, menos focados nos clientes.

Quando a oferta de postos de trabalho excede a disponibilidade de profissionais qualificados, cabe ao empregador qualificar e subverter seus valores, às leis de oferta e procura de gente capacitada; mas nos momentos de retração, somente os mais bem preparados sobrevivem, no melhor estilo darwiniano.

O atendimento no comércio ainda é sofrível, de modo geral, todos temos nossas mazelas e nossos consumidores são o fiel da balança, que analisam de forma consciente ou não, se a experiência de consumo vivida em nosso negócio é positiva, negativa ou indiferente.

Considerando que diferenciais de precificação, produto, ambiente, todos são muito igualáveis, a segurança comercial se estabelece através de um forte posicionamento de comunicação, capaz de manter nosso marca em primeiro lugar, em lembrança e preferência, e de um atendimento capaz de deixar rastros de bem-estar em nosso comprador.

A disputa pelos tostões se amplifica no mercado apertado, o consumidor ganha notoriedade e pode se dar ao luxo de percorrer outras opções antes de decidir, visto que o mercado é comprador e não vendedor.

Quando os ventos são bons, e sabe-se a direção, todo barco faz progresso, mas quando vem a calmaria, decidir a direção já grande desafio, e navegar, apesar de preciso, é muito mais difícil. Portanto, todos ao convés, e que fiquem os marinheiros que aprenderam a nadar—quer seja pelo tombo do navio ou pelo balanço do mar.

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