Afinal, por que, hoje, tanto se fala em empreendedorismo, se a sociedade desde a era agrícola conseguia produzir e ter êxito? Será que tudo isso é necessário para melhorarmos o funcionamento da empresa, inclusive de uma escola?
É sim. A prova disso é muito clara: nossas escolas, se não explicarem aos alunos os caminhos do aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a ser que, na verdade, são princípios empreendedores, estarão preparando futuros desempregados. O desempregado não pagando a seguridade social poderá comprometer nossa aposentadoria.
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
Gostaria que acabasse, no entanto, desde que iniciei o magistério ouço propostas nesse sentido desaguando nos mares do esquecimento, tão logo o proponente é eleito ou deixa a vida pública.
Na verdade, para o vestibular acabar é necessário que as vagas sejam iguais ou maiores que a quantidade de candidatos. Mesmo assim ainda resta um problema: quais as universidades e cursos mais procurados.
Os professores, hoje, não são respeitados por uma série de razões e, de modo bem sintético, podemos elencar:
Alguns não se dão ao respeito pelo modo de se vestir, usando camisetas com dizeres pouco compatíveis com a educação. Podem, ainda, usar palavras tão próximas das gírias usadas pelos alunos que se tornam iguais e, os professores, não podem ser “iguais” aos seus alunos. Os alunos precisam aprender que há muitas diferenças apesar da atenção próxima que merecem de seus mestres.
A questão salário versus competência está se transformando numa batalha semelhante ao antigo debate: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Revistas de educação ou formadoras de opinião pública dão conta de uma série de artigos sobre essa questão, apelando alguns para experiências de outros países e esquecendo de olhar a área proximal que nos interessa mais que é a do próprio Brasil.
Se nós continuarmos com o debate voltado, cartesianamente, para as segmentações entre competência e salário não chegaremos às metas necessárias que interessam à educação brasileira.
Assinado um acordo técnico entre os ministérios da Cultura e Educação, os titulares Ana de Holanda e Fernando Haddad prestaram excelente contribuição à cultura, indicando que nem tudo deve ser restrito à sala de aula.
Há uma canção entre os escoteiros, geralmente cantada ao final dos acampamentos e reuniões, que diz assim em seu estribilho: “Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus, bem cedo junto ao fogo tornaremos a nos ver”.
Vivendo na sociedade do conhecimento, o profissional precisa conhecer muito bem o que ele irá fazer, portanto o período de preparação deve ser vivido com toda a atenção para não se perderem oportunidades de maior aprimoramento.
Ouvindo uma palestra, chamou-me a atenção um outro significado dado a um pensamento de William Shakespeare. O autor inglês dizia que “quando o mar está calmo, todo barco navega bem”. Causou-me surpresa e espanto, exatamente, a paráfrase: “quando o mar está calmo, qualquer imbecil se estabelece”.
Empresas e pessoas sobrevivem no mercado graças à qualidade. Há alguns anos falava-se em qualidade total, expressão que costumo questionar porque se é total não tem como evoluir, enquanto que a verdadeira qualidade supõe evolução contínua e aprimoramento a cada dia, portanto, a qualidade exige esse dinamismo. Não se trata de algo “total” e acabado; trata-se de um processo buscando sempre o melhor.
A qualidade pode ser observada de dois ângulos: a qualidade formal e a qualidade política.
Quando um gênio morre, a humanidade perde um pouco de sua essência. A nossa sorte é que o legado deixado nos conforta e, muitas vezes, conseguimos aproveitar de alguma forma o que nos foi ofertado.
O falecimento de Mário Roberto deixou a família dele, os amigos e colegas de luto, porém, ao mesmo tempo, confortados pela grande utilidade de uma vida.
Um olhar sobre o mundo antigo, sobretudo sobre o Império Romano, à luz do que escreve Saller em Escravidão e a família romana, apoiado por Finley em A escravidão do mundo antigo, encontramos a formação de uma camada da sociedade, verdadeiramente um ‘gado humano’, que podia atingir 33% da população.