Quando esta história começou? É preciso voltar ao século XVIII, quando Pombal expulsou os jesuítas do Brasil. Pequeno sistema educacional existente era mantido por professores religiosos e missionários. Não havia salário. A coroa portuguesa se encarregava de sustentar seus missionários que catequizavam os indígenas e lecionavam para os filhos dos comerciantes e nobres. Fazendas pertencentes aos religiosos sustentavam com a comida as escolas conferidas aos cuidados da Igreja.Expulsos do Brasil, os jesuítas deixaram um vazio na educação que pressionou o governo português.
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Hamilton Werneck
Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.
Abro o jornal e uma aluna do bairro vizinho foi classificada em terceiro lugar na maratona de matemática, competindo com mais de vinte milhões de alunos. Depois que a Apple inventou um celular sensível à voz, atendendo em alemão e inglês para discagens, um brasileiro, adolescente, criou um chip para que o celular aceitasse o português do Brasil. Quantos anos ele tem, hoje? Dezesseis anos. O invento foi entre quatorze e quinze anos de idade!Onde este adolescente aprendeu tantas coisas complexas? Certamente não foi dentro da sala de aula.
A educação que queremos não pode estar ligada a dois radicalismos ainda existentes: reprovação automática e aprovação automática. Isto porque, enquanto a primeira denota uma incompetência da escola, como estrutura que deve ser capaz de ensinar, a segunda é claramente a demonstração de falta de ética.A princípio pode parecer um paradoxo, mas não é.
As pessoas perguntam após as eleições se a câmara de vereadores melhorou ou piorou. A pergunta que me faço é outra: o que significa melhorar ou piorar? A questão mais importante que coloco é a da representatividade. Na década de setenta, quando os vereadores nada recebiam pelo mandato e Nova Friburgo atingia 70.000 habitantes, o número de cadeiras era de dezessete. Mais tarde chegamos a dezenove. Isto significa que a precipitada lei que reduziu o número de vereadores criou para Nova Friburgo uma queda na representatividade.
Enquanto muitas pessoas ficam obcecadas com as notícias e os resultados, minha preferência é observar o que não foi dito, uma espécie de contemplação do silêncio, na tentativa de entendê-lo.Semanas antes da eleição, a cidade mantinha um silêncio além daquele determinado pela Justiça. As placas fixadas em residências eram menores que em eleições passadas, os cavaletes não eram ostensivos e os carros de som dentro dos limites dos decibéis suportáveis pelo ouvido.As eleições foram concluídas com o mínimo de incidentes e a apuração rápida e sem transtornos.
Fala recente do Ministro Mercadante, da educação, diante de secretários estaduais reunidos em Brasília levantou a possibilidade da substituição da Prova Brasil pelo Enem, na última série do ensino médio. Acrescentou-se ainda outra possibilidade: fazer estes exames de modo parcelado, semelhantes à aplicação dos vestibulares da Universidade Nacional de Brasília. Enquanto a última Prova Brasil atingiu 70.000 alunos da última série do ensino médio, o último Enem avaliou 1.500.000 alunos. Como amostra, não há dúvida de que o Enem é mais seguro e abrangente.
O Supremo Tribunal Federal definiu, por unanimidade, que o sistema de cotas na Universidade Nacional de Brasília é constitucional. A medida se estende às demais universidades.As cotas, no meu modo de entender, são constitucionais e não trazem em seu bojo os conceitos de racismo. Trata-se de uma medida para proteger grupos sociais alijados de muitos contextos por razões históricas que todos conhecemos.O sistema seria desastroso se fosse concebido para encobrir a necessidade de uma educação de qualidade que é um preceito constitucional.
Não adianta falar mais que o ensino médio vai mal. Além de baixos, estes resultados não evoluem.
Dados do MEC dão conta de que 93% das escolas têm computadores e até internet, o problema está no uso dessa ferramenta de modo correto. O que vejo em muitas escolas são caixas de computadores guardadas dentro de secretarias ou bibliotecas sem que haja iniciativa de abri-las e coloca-los para funcionar.É o perfeito jogo do “perdedor” que entra em cena.
O Senado Federal acaba de aprovar projeto de lei sobre as cotas raciais e sociais, reservando 50% das vagas nas universidades públicas para quem se enquadrar nesse perfil.A imprensa dá conta de reservas por parte de alguns educadores a respeito da aplicação da lei, sobretudo porque alegam que ela fere a autonomia universitária. A autonomia, na realidade, pode transformar uma universidade num feudo educacional, o que seria uma exorbitância. Por mais importante que seja uma universidade pública, ela sobrevive de verbas federais colhidas dos impostos pagos pelos cidadãos.