A teoria da sobrevivência do mais apto, do genial inglês Charles Darwin, depois de muitos e muitos anos, combatida por muito gente no mundo inteiro, manteve-se imbatível.
Suas afirmações firmes e simples, fáceis de entender, baseadas na observação direta da própria vida, não deixaram margens para maiores duvidas.
Na natureza, apenas permanecem vivos aqueles indivíduos que, pelas mais diferentes razões, estão mais habilitados que os demais.
A Saúde da Mulher

Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
Uma queixa comum nos consultórios ginecológicos é a respeito da diminuição do desejo sexual. Este tipo de reclamação atinge desde mulheres muito jovens até as de idades bem avançadas.
Existe uma área de trabalho médico e também dos psicólogos denominada sexologia.
Estes profissionais atendem em seus consultórios pacientes de ambos os sexos, levados lá pelas mais diversas razões e dificuldades na vivência da sua sexualidade.
Tudo sempre muda, sempre foi apenas uma questão de tempo. A moda, principalmente a feminina, é o exemplo mais comum em todos os recantos.
Desde mais de cem anos atrás, quando um grupo de mulheres, que teve a coragem de reclamar uma pequena diminuição no seu horário de trabalho, foi trancafiado dentro da fábrica e em seguida a mesma foi incendiada, tudo isto com a conivência das autoridades da época, as mulheres iniciaram uma caminhada que nunca mais foi interrompida, até o dia de hoje.
Passo a passo, as mulheres vêm realizando conquistas impensáveis nos tempos passados. À custa de enormes sacrifícios, inclusive com mortes numerosas ao longo das gerações, sendo o episódio mais dramático e terrível justamente aquele que originou a escolha da data, 8 de março, para marcar a semana internacional da mulher.
A vida feminina apresenta situações que nunca, em hipótese alguma, devem ser deixadas sem resposta. É muito frequente no consultório do ginecologista acontecerem coisas do tipo ”minha tia de sessenta e tantos anos, tem tido alguns sangramentos vaginais, o senhor acha que isto é perigoso?“.
A paciente que está sendo atendida, muitas vezes leva para o seu médico problemas de familiares ou até mesmo de conhecidas ou amigas. Na verdade, do momento que o corpo lança seus avisos até a mulher se decidir a procurar ajuda, geralmente ocorre um importante intervalo de tempo.
Os ares de renovação e liberdade que os novos tempos trouxeram “pegaram” a juventude de mau jeito.
Movidos pelo motor hormonal, testosterona e estrogênio, e pela descoberta do novo, os jovens se tornaram vitimas fáceis das chamadas DST (doenças sexualmente transmissíveis). Com razoável frequência, os consultórios médicos recebem meninas e rapazes com queixas ligadas a estas doenças e constatam com tristeza o crescimento numérico das mesmas.
Uma outra realidade também chama a atenção: a pouca idade de muitas das meninas atingidas.
Houve numa certa época da TV brasileira,um programa que ficou famoso e cujo nome era “O céu é o limite”. Era um programa tipo perguntas e respostas e cujos prêmios, sempre em dinheiro, iam crescendo paralelamente ao tempo de permanência do candidato nas disputas com outros concorrentes.
Um trio de animadas paulistanas, todas com idade entre cinquenta e sessenta anos, lançou recentemente no meio artístico um divertido e bem-humorado espetáculo.
O grupo, com um nome muito bem escolhido por elas — uva-passa —, proporciona momentos de risos e descontração aos que assistem à peça.
O assunto de que tratam, de forma jocosa e divertida, é a problemática das mulheres depois dos cinquenta anos e na menopausa, e a comparação com as mais jovens.
Foi dormir alegre e normal, como sempre, e acordou muito triste; na verdade sem achar graça em nada.
Isto é apenas um resumo da realidade de muita gente. Na verdade do dia a dia as coisas não ocorrem desta forma. Vão acontecendo quase que em câmera lenta, aos poucos.
Mas, entre tantas desgraças que amedrontam o ser humano, câncer de todos os tipos, obesidade crescente, vulcões, tsunamis, acidentes nucleares, corrupção mundial, surge mais um medo, o da depressão.
Quando o assunto é relacionado às diferenças entre os sexos, as mulheres sofrem mais que os homens em muitos dos quesitos.
Na coluna passada, quando abordamos a questão da glândula tireóide, ficou demonstrado pelas estatísticas que as mulheres são mais atingidas pelas doenças daquela glândula que os homens.Um outro exemplo,apenas para ilustrar, é o dos ossos.
A osteoporose agride muito mais o sexo feminino.
Ainda podemos citar outra diferença dolorosa, que é a depressão. O sexo feminino padece bem mais desta terrível alteração do humor.