Colunas
Não sofra inutilmente ! - 1 de março 2011
Quando o assunto é relacionado às diferenças entre os sexos, as mulheres sofrem mais que os homens em muitos dos quesitos.
Na coluna passada, quando abordamos a questão da glândula tireóide, ficou demonstrado pelas estatísticas que as mulheres são mais atingidas pelas doenças daquela glândula que os homens.Um outro exemplo,apenas para ilustrar, é o dos ossos.
A osteoporose agride muito mais o sexo feminino.
Ainda podemos citar outra diferença dolorosa, que é a depressão. O sexo feminino padece bem mais desta terrível alteração do humor.
Ainda seguindo nesta linha de constatações, um dos muitos estudos que têm sido realizados ao longo dos anos a respeito das alterações da saúde que atingem ambos os sexos é uma recente pesquisa a respeito de dores crônicas - aquelas que passam a fazer parte do dia a dia da vida da pessoa -, realizada por médicos paulistas, e que deixou evidente mais uma vez que as mulheres padecem mais que os homens neste tema.
36% delas, contra apenas 20% deles.
Por diferentes elementos, dos quais não temos absoluta certeza, mas apenas suposições, entre eles fatores hormonais e genéticos, as mulheres são mais predispostas e mais sensíveis a algumas formas de dor. São também menos protegidas pelos analgésicos comuns existentes no mercado - aparentemente suas dores tornam-se resistentes mais rapidamente àqueles produtos.
Os efeitos das dores crônicas na vida delas são devastadores, afetando violentamente todos os setores de suas vidas, desde o familiar e intimo até o profissional.
Os resultados incluem a separação do casal, perda do emprego, afastamento dos amigos e muitas vezes acabam por lançar a mulher numa crise depressiva da qual muitas vezes ela não sai mais.
O uso de analgésicos inadequados, por conta própria, para a maioria das dores, acaba por criar situações difíceis de serem corrigidas mais tarde.
As dores de cabeça e a chamada fibromialgia, são as campeãs absolutas quando se trata de infernizar a vida feminina.
Em cada dez pessoas com estas formas de dor, sete são mulheres.
Só por esta estatística é possível constatar como o sexo feminino é agredido.
Saídas existem, muitas, disponíveis para socorrer e curar: exercícios físicos orientados por especialistas, uso de medicação adequada - e também orientada por médicos com experiência naquelas formas de doença - e psicoterapia, que também se mostra importante principalmente nas situações em que um componente emocional é claramente identificado. Não sofra desnecessariamente, nem tente ficar se cuidando sozinha, isto já se provou que não dá certo.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário