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Sofrendo em silêncio!
Uma queixa comum nos consultórios ginecológicos é a respeito da diminuição do desejo sexual. Este tipo de reclamação atinge desde mulheres muito jovens até as de idades bem avançadas.
Existe uma área de trabalho médico e também dos psicólogos denominada sexologia.
Estes profissionais atendem em seus consultórios pacientes de ambos os sexos, levados lá pelas mais diversas razões e dificuldades na vivência da sua sexualidade.
A minha experiência nesta difícil e complexa parte da existência humana—e refiro-me especificamente ao trabalho com as mulheres, que é a função do ginecologista—permite dizer que as disfunções sexuais provocam estragos terríveis e de difícil solução na vida de muita gente.
Uma das primeiras barreiras a ser superada é a diferença das vivências de cada um dos componentes de um casal. Cada um vem de um meio diferente, com informações distintas ou até sem nenhuma informação. Por incrível que possa parecer, mesmo nos dias atuais, com tanta informação circulando, muitas mulheres ainda são bastante desinformadas a este respeito. Esta é uma grande barreira que se interpõe entre homem e mulher.
Muitas pacientes relatam que não existe, por parte de seu parceiro, uma mínima compreensão de como agir com elas durante a relação sexual, e que eles buscam de forma egoística e rápida a satisfação do próprio desejo e de forma abrupta terminam o ato, sem que elas nem tenham tido tempo de conseguir a sua também.
Outras queixam-se de que a presença dos filhos pequenos, em local muito próximo do quarto do casal, inibe seu desejo, e que as leva a manter uma relação apenas para satisfazer ao companheiro.
A grande maioria afirma que o longo tempo de vida em comum exerce um efeito nocivo sobre o desejo, principalmente devido aos desentendimentos e outras coisas que vão naturalmente ocorrendo no dia a dia das famílias.
Afora estes problemas, ainda ocorrem aqueles outros, devidos a alterações hormonais que por si já causam uma grande perda da libido. Ainda temos algumas doenças que obrigam ao uso de certos remédios do tipo dos calmantes ou tranquilizantes.
Estes medicamentos, dependendo das doses utilizadas, podem provocar sérias alterações no organismo levando, tanto no sexo feminino quanto no masculino, a uma verdadeira indiferença ao sexo.
Estas dificuldades atingem uma grande parcela da população, enquanto alguns buscam ajuda médica ou psicológica, outros sofrem em silêncio.

Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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