Momentos Literários

Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

25/11/2015

E o tempo levou... as cantigas de roda, as cirandas, os cravos e as rosas. Deixamos levar. Não fechamos a chave das portas, o trinco das janelas, nem amarramos com barbante a tampa das caixas em que guardamos lembranças. Ficaram brechas pequenas como o buraco da agulha de crochê. E o tempo passou como suave brisa e carregou o jeito gostoso e folclórico de brincar.Ah, o tempo não retorna; nem canta:

Vamos dar a meia volta,
volta e meia vamos dar.

Tempo é tempo, como caranguejo peixe é. Vai sempre em frente. Passa.

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18/11/2015

O que aconteceu na sexta-feira, em Paris, deixou o mundo aterrorizado.

O que os pais disseram às crianças?

O que os professores vão lhes explicar na segunda-feira?

O que os meios de comunicação lhes mostraram?

Como os pequenos vão assimilar tal ato de terrorismo?

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10/11/2015

Sempre que vou me preparar para escrever uma coluna, um número sem fim de ideias passeia pela minha cabeça. A cada piscar de olhos, uma se apresenta iluminada, como se estivesse num palco querendo se apresentar. Isso porque a literatura tem um universo inesgotável de questões a serem abordadas e todas têm importância.

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02/11/2015

Em maio deste ano, estava na praça Dermeval Barbosa Moreira ao lado de trovadores friburguenses e tantos outros vindos de fora, assistindo à inauguração da Alameda da Trova. Havia um clima afetivo, de alegria contagiante. E de paz. Estar ali, ao lado de poetas, pessoas que se sensibilizam com a vida, me fez um bem enorme, até que algo me chamou a atenção: a cidade em torno continuava a se movimentar, como se nada estivesse acontecendo. Indiferente. Como era final de tarde, estudantes passavam pela praça ou do outro lado da calçada sem notar o acontecimento.

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27/10/2015

Noutro dia, no Rio de Janeiro, peguei um ônibus na Lagoa Rodrigo de Freitas. Eu bem que queria me sentar na janela para admirar a paisagem, mas como todos os lugares estavam ocupados, tive que ficar no único lugar vago: no corredor, em frente à porta traseira. Num ponto à frente, entrou um menino vestido com o uniforme de um time de futebol, carregando uma bola numa mão e um livro na outra. Ele, tentando se equilibrar, foi procurando um lugar e acabou sentando na escada traseira. Colocou a bola ao seu lado, abriu o livro sobre o colo e se entregou à leitura.

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13/10/2015

Olá, minha criança, dia 12 de outubro foi o seu dia! Então, faço questão de dar um beijo estalado na sua bochecha, querendo que seus anos de meninice sejam gostosos e que os viva com alegria.

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03/10/2015

Noutro dia, numa livraria, folheando livros, algo me ocorreu: qual o preço de uma obra literária? Certamente, há uma variação, tal qual acontece com os quadros. Um livro para o público adulto pode custar em média, digamos, R$ 50,00. Para o público infantojuvenil, R$ 30,00. Os quadros são únicos, portanto, custam mais. Já os livros, reproduzidos em pequenas e grandes tiragens, têm um custo menor. Bem, vivemos numa economia capitalista em que tudo é quantificado em cifras.

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25/09/2015

Hoje, vou me deter num assunto que me chamou a atenção na Bienal do Livro: os livros para colorir. Uma febre das altas, daquelas em que o mercúrio dos termômetros dispara. Tão grande que para onde olhava, eu os via. Ia pelas alamedas do Riocentro, perguntando aos meus botões, são livros? Ora pois, são cadernos. Aí, está certo. Cadernos para colorir. Cadernos são folhas enfeixadas, preparadas para receber registros. Anotações, relações de coisas e escritos. Diários. Informações. Desenhos.

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19/09/2015

Fui à Bienal do Livro, no Riocentro, que neste ano teve a Argentina como país homenageado. Os salões estavam lotados de visitantes, a maior parte de jovens, estudantes de escolas. Nas avenidas, entre os estandes das editoras, grupos de alunos conversavam; alguns com seus professores que, certamente davam orientações a respeito de autores e suas obras. Nas prateleiras, os leitores pegavam livros, folheavam páginas e conversavam entre si. Cenas bonitas de se ver.

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11/09/2015

Semana passada, assisti mais uma vez ao filme, baseado na obra “Amor nos tempos do cólera” de Gabriel Garcia Marques. Já tinha lido o livro há alguns anos e lembro que foi uma leitura densa.  Por vezes, cansativa. Levei um bom tempo virando suas páginas. Mas quando cheguei ao final, ah!, a história tocou minha forma de encarar o amor, tal qual o leite quando é derramado sobre o café. Tudo é modificado: a cor, o cheiro, a consistência, o sabor, a temperatura. Enfim... A química. O amor é alimento da alma e o café com leite do corpo.

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