Momentos Literários

Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

05/10/2016

Se tudo o que eu disse se provar um engano.
Jamais escrevi, nem amou qualquer ser humano.

William Shakespeare

Quando me aventurei escrever literatura, já que estava acostumada com textos acadêmicos e de grande rigidez, comecei pela dramaturgia, lendo Trabalhos de Amor Perdidos, de William Shakespeare, uma comédia romântica. Como todos seus textos, é uma obra atual, perfeitamente adequada ao que acontece hoje com os jovens que vão prestar um concurso e buscam um lugar tranquilo para estudar. Mas...

Bem, vale a pena ler o texto.

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29/09/2016

“No cimo da montanha, em seu ninho florido
– eis Friburgo! – “um jardim suspenso” – no alto erguido
Paragem de beleza infinita e de calma,
Onde respira o corpo, e onde repousa a alma.
Cidade cujo nome é um símbolo e um troféu,
“parada” de um caminho... a caminho do céu!”
JG de Araújo Jorge

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21/09/2016

A vida que segue. Segue numa sequência de momentos e, nesse continuar, descobri que ler, refletir e molhar meu jardim me oferece oportunidades de guardar sentidos. Enquanto vou regando canteiros, parece que tudo o que li vai fazendo ramificações e raízes dentro de mim. É um modo de estar compartilhando riquezas com uma infinidade de seres, plantas, insetos e minhocas, um universo de vida tão ou mais populoso do que os habitantes da cidade. Ao mesmo tempo em que me abasteço de ideias, dou vigor ao meu jardim, através da água com que rego as plantas. É energia proliferando.

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15/09/2016

Eu quis, nesta crônica, continuar a escrever sobre vozes narrativas. Mas, de repente, as palavras começaram a contar a minha história de escritora. Ah!, como as palavras me são incontroláveis! Sei que não adianta brigar com elas, por isso acato esta certa rebeldia porque estão em plena crise de adolescência. Palavras gostam de independência. Entretanto, como ainda não chegaram à maturidade, escapolem e escrevem lembranças, talvez para me fazerem matar as saudades de momentos antigos em que a vida seguia de modo diferente.  

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09/09/2016

No sábado, fui assistir ao filme de Woody Allen, Café Society. Gosto do modo bem humorado e sutil com que ele aborda as questões existenciais, fazendo a gente sair dos filmes com ideias que vão se desconstruindo e reconstruindo, mudando paradigmas.  Neste filme, como nos demais, a última cena me deixou em suspense, quase boquiaberta, remexendo passados. O final foi exato, sem uma cena a mais ou a menos, Woody Allen deixou para cada um de nós, os espectadores, o desfecho final. Ah, como ele foi brilhante na inteireza do momento e mostrou com inteligência a simplicidade do afeto.

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02/09/2016

Quando eu vi pela primeira vez o livro Brisa, escrito por Ania Kítyla Gevezier, na Feira Cultural de Nova Friburgo, não consegui desviar olhar da capa em que trazia um rosto canino aflito sob pingos de chuva; apenas a expressão de Brisa me cotava a história. A imagem me fez relembrar aqueles dias de janeiro de 2011, quando ilhada no lugar onde moro, sem luz, telefone e sem saber ao certo do que estava acontecendo, escutava o helicóptero indo e voltando repetitivamente, tentando pousar. Talvez o olhar da cadela fosse semelhante aos que vi nos olhos das pessoas na época.

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26/08/2016

Lembranças me guardam, como esta corriqueira. Meu filho chegava em casa à noite, soltando um vozeirão que nos inundava. “Sabe o que aconteceu?”  Sem mesmo esperar que nós lhe perguntássemos “o quê?!”, ele começava a tecer histórias do seu dia. Rapidamente, a sala se enchia de vozes, exclamações, e o resto da noite acabava com o gosto do que nos contava.

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17/08/2016

Acordei hoje, em plena Olimpíadas no Rio de Janeiro, com uma ideia virtuosa: vou escrever sobre crônicas esportivas. Como sempre, fui serpenteando casa afora, me enrolando, indo lá, vindo cá, sofrendo daquela agonia própria do escritor: como começar?! Em contraponto, tinha a certeza de que seria tomada de súbito por uma inspiração. Esperando-a, corri pelas páginas deste jornal, passei pelo Google e, então, o vôlei explodiu dentro de mim.

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11/08/2016

Moro num lugar de natureza. Costumo caminhar quase todos os dias, quando escuto o ruído das folhas secas sob meu pisar, observo a perfeição da natureza e penso na vida. Ah, o pensamento vaga, vai longe com inteirezas e repartições, quando tudo se mistura como ingredientes de uma receita de bolo de amêndoas. E, assim, mesclando ideias, vou adentrando trilhas, sem me preocupar em organizá-las. Sou desarrumada. Talvez por isso precise escrever; as palavras me organizam e reorganizam, dão-me o tom furta cor, a tonalidade dos escritores.

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03/08/2016

Por que nos tornamos escritores?

Pensando nesta questão essencial, escutei, na televisão, por acaso, um comentário sobre a revoada das andorinhas na primavera. Numa intuição, apenas, comecei a relacionar os escritores às andorinhas.

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