Momentos Literários

Tereza Malcher

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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28/07/2016

Tenho alma de pastora e cuido das minhas lembranças como ovelhas. Guardo-as. Até quando voam como borboletas janela afora em dias acalorados. Ao anoitecer, sentam ao meu lado, fazendo contente meu pensamento quando triste. Às vezes, barulhentas como as platinelas dos pandeiros, cantam o passado e não o deixam adormecer em sonhos letárgicos.

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19/07/2016

Cada um tem suas manias. Tem gente que roça um pé no outro antes de dormir. Tem mulheres que gostam tanto de perfumes que a última gota vai na língua; minha mãe é assim. Tem escritor que escreve em pé, outros em cafés. E eu, que ficava sem jeito de dizer, mas resolvi falar porque não me dou bem com coisas às escondidas, adoro corrigir meus textos dentro do metrô, no meio de barulhos e gente. Mania assim, só pode ser maluquice! E, agora, dei para ter outra, menos estapafúrdia com certeza, fico com um livro na mão do autor que me inspira.

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11/07/2016

A cada coluna que escrevo, brindo o que nos salva; a palavra, frase ou texto que nos oferece caminhos, sabedoria e nos orienta a estar neste mundo tresloucado. Que sustenta o amadurecer e oferece ideias produtivas a cada momento do viver.

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26/06/2016

Quando meus filhos eram pequenos, fomos ao cinema num sábado à tarde e assistimos História Sem Fim. O filme era tão bonito e profundo que saímos do cinema sensibilizados, principalmente meu filho Beto que era um menino que se mobiizava com tudo. Conversamos a respeito, principalmente sobre Artax, o lindo cavalo branco que se deixou morrer pelo desânimo quando atravessava um pântano. Até hoje, anos depois, as cenas ainda me fazem pensar. E, sempre que uma certa dose de desânimo se aproxima de mim, eu me lembro da fraqueza daquele cavalo e reconheço que não posso me entregar. 

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16/06/2016

“Há muito tempo, desde o começo da humanidade, o dragão, com seu corpo de serpente e seus poderes mágicos, esteve presente entre nós, sugerindo-nos que existe um ser imortal presente no interior de todas as coisas.”
Francis Huxley, 1977

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10/06/2016

Quero convidar os escritores de Nova Friburgo a se sentarem à mesa comigo para continuarmos a conversa. A primeira que aqui tivemos, na semana passada, foi produtiva, acredito.

Depois de servir um café com panquecas de mel, vou dizer que desenho a vida com palavras. Digo desenhar por causa das cores vivas; as palavras coloridas dão mais evidência aos sentimentos e aos fatos. Se o faço, sinto-me fiel ao leitor e dele não me divorcio. Ah, meu leitor é gente e precisa de cor, inclusive dos tons de cinza.

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01/06/2016

A literatura aplaudiu os esforços empreendidos pelos novos escritores Thales Amaral, Flávia Gonçalves e Carlos Henrique Abbud, que organizaram a I Feira Cultural de Nova Friburgo. O que foi para mim a confirmação de que o espírito literário continua a emanar das nossas montanhas, tão vivas e poderosas, que fazem a inspiração se espalhar pelas ruas, praças e telhados da cidade. Não foi à toa que Casimiro de Abreu escreveu “Meus Oito Anos” aqui. Sem falar de “Cisnes”, soneto composto por Júlio Salusse, no final do século XIX, considerado um dos mais belos poemas da época.

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24/05/2016

Uma viagem é sempre inspiradora, principalmente a um lugar que valoriza seus heróis, artistas e escritores; que reverencia os talentos que gestou. Não basta uma terra gerar pessoas; é preciso fazer algo a mais acontecer. Que seja apenas fazer penetrar nos pulmões de sua gente ares imaginativos, olhares que percebam detalhes e pensamentos altruístas. É preciso ter pessoas que cuidem de outros com sensível acolhimento. E se do solo emana tal estado de espírito, é porque ali há um passado fascinante. Há histórias a serem contadas com orgulho.

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09/05/2016

 

Cá de longe, do outro lado do oceano, em Portugal, Porto, envio um beijo às mães friburguenses, cariocas, brasileiras, portuguesas, chinesas, finlandesas. Enfim a todas as mulheres que se fazem mãe, que têm a vontade de colocar alguém na vida com suavidade e determinação.

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28/04/2016

Ao saber do falecimento de Jaburu, um mineiro que se deixou adotar por Nova Friburgo, fiquei bem triste. Conheci-o no ano passado na Academia de Letras, pouco antes de adoecer, quando me encantei pelo amor que transbordava em seus olhos pela cultura, pelo seu modo de falar simples e alegre, pela identidade que senti com aquela pessoa interessada pela história da cidade, querendo, assim, naquele momento, comemorar o primeiro concerto de Villa-Lobos, que acontecera aqui, há 100 anos, no Theatro Dona Eugênia.

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