Nosso Brasil brasileiro, onde canta o sabiá, vive alternando entre a Suíça e Somália, entre a Finlândia e Botsuana. Nós contribuintes somos jogados de lado e tratados como consumidores de terceira categoria pelo Estado, que deveria nos acolher e perceber que somos nós quem sustentamos sua massa falida.
Leis complexas definem a teoria de nossas vidas, mas é o descaso de sua aplicação e fiscalização corrupta que exemplificam a prática de nosso dia a dia.
Marketing
Nada me assusta mais do que as pessoas, em especial as mais jovens, acreditarem que segunda-feira é um dia ruim!
Em aula, essa semana, ouvi esse comentário, aparentemente inocente de um aluno, e acabei alterando o foco da aula para conversarmos sobre vida. E antes que o caro leitor ache que o tema não procede com marketing, afirmo, tem tudo a ver!
Já se sentiu compelido a sair de um ponto de venda por causa da música que estava tocando ali? A pergunta é: por que as empresas não investem mais em música, considerando seus efeitos colaterais?
Na história dos negócios, as empresas estão sempre buscando um diferencial, algo que possa alçá-las a um novo patamar, com alguma vantagem, de modo a distingui-las dos concorrentes, e parece que finalmente, depois de esgotadas as alternativas anteriores, como comunicação visual e cheiro, chegou a vez da música e do som.
O hiato entre o que o um consumidor espera de uma experiência de consumo e o que realmente se entrega se amplia cada vez mais. Nossa natureza consumidora se transforma na casca e se mantém no interior. Já a nossa natureza vendedora se transforma no interior e mantém na casca. É o levantar da placa de primeiro round.
Coitado de quem acha que sabe tudo a respeito de seu cliente. Não tem nada mais complicado, mutante e dinâmico que o consumidor. E quanto mais jovem mais criado na mudança, mais consciente deste comportamento inconsciente de mudar.
Mudança é uma necessidade gerada por muitas coisas. Ela sempre existiu, mas a imobilidade de tudo era tão grande que se sentia muito pouco. Acontecia de geração para geração, ou seja, de 25 em 25 anos.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver. Nesta lógica até quando as empresas, mercado, infraestrutura e serviços vão ignorar os deficientes do país? Não adianta chamá-los de portadores de necessidades especiais, quando todo mundo insiste em não vê-los e, num ritual silencioso, nada muda, nada se move e ninguém fala do assunto. Onde está a deficiência de verdade?
Semana passada dediquei dois dias inteiros ao congresso de Alta Gestão na Fecomércio de São Paulo, evento marcado pela presença de altos gestores de grandes empresas. Num mar de presidentes, VPs, CEOs e alta diretoria, alguns conhecimentos viraram ensinamentos, e alguns comportamentos, mantras. É papel da alta gestão disseminar a cultura de sua empresa.
O baile da Ilha fiscal foi o último grande evento do império brasileiro, e como o poder sempre faz, marcado por muita extravagância e excesso. Algo semelhante parece ter acontecido 120 anos depois, mais precisamente no Copacabana Palace, templo do poder e da alta sociedade carioca não apenas de outrora, mas ainda de hoje.
Nunca fui fã das teorias da conspiração ou qualquer outra tese semelhante, mas estamos vivendo um momento rico sob o ponto de vista de como o poder estabelecido está utilizando todas suas ferramentas para desviar a atenção da população e eleitores. Uma guerra no direcionamento da opinião pública, que nem de longe passa pela liberdade do pensamento, mas pela caricatura da sensação desta e alicerçado no mais forte concreto da manipulação da opinião.
Diz a lenda que um vendedor de Coca-Cola deve consumir os produtos da Coca-Cola. É certo que não seja possível ao operador de máquinas ou supervisor de montagem da Ferrari possuir uma Ferrari, mas é certo que a desejam.
Assim é de se esperar que tenhamos a tendência de utilizar produtos e serviços nos quais trabalhamos, não como castigo, mas como honra, privilégio, vontade e, por que não, vergonha na cara.