História e Memória

Janaína Botelho

Janaína Botelho

História e Memória

A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.

31/07/2011

Em novembro de 1857 um circo instalado no Campo de Sant’Ana, no Rio de Janeiro prometeu mostrar ao público uma corrida de touros. Apresentaram, em vez disso, dois bois magros, que por mais cutiladas lhes dessem, não saíam do lugar. O público irado, sentindo-se enganado, colocou fogo no circo. As corridas de touros e as touradas eram atrações que atraíam grande público até o primeiro quartel do século XX. O que para nós atualmente expressa uma verdadeira barbárie contra os animais, os Circos de Touros ou Circo Tauromático eram uma verdadeira coqueluche em Nova Friburgo.

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31/07/2011

Normalmente se reconhece um apaixonado por sua escola de samba quando se chega, sem marcar hora, para fazer uma entrevista, como foi o meu caso, e encontra o sujeito com a camisa do “Grêmio Recreativo da Vilage”, a verde e branca. Foi assim que encontrei, com a camisa de sua escola, recostado na janela, Luiz Leônidas do Nascimento. Nascido em 1932, morou a vida inteira na Vilage. No passado, recorda-se que próximo à sua casa ficava a chácara do Manoel Rodrigues, onde havia plantação de uvas e fabricação de vinho branco.

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31/07/2011

No dia 11 desse mês de junho, um anúncio no jornal O Globo trazia os seguintes dizeres: “Rendas Arp. Fundada em Nova Friburgo pelo Conselheiro Peter Julius Ferdinand Arp, imigrante alemão, a Fábrica de Rendas Arp completa, neste sábado, 100 anos de existência. Líder no segmento de bordados no Brasil (...) a empresa é administrada pela 5° geração da família Arp (...) [e] demonstra pelo seu centenário uma prova de superação. Queremos partilhar com nossos clientes e funcionários o sucesso desses 100 anos”.

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11/01/2011

No dia 20 do corrente mês é comemorado o Dia Nacional de Consciência Negra no Brasil. Para tanto, preparei uma série de três matérias sobre a escravidão em Nova Friburgo. Além do ensaio de hoje, incluirão os títulos “A História do Quilombo de Macaé” e “O Mito da Igualdade Racial”.

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11/01/2011

No princípio do século XIX, os suíços foram cooptados para fundar uma colônia no Brasil, objetivando-se fundamentalmente a produção de alimentos, à margem da economia nacional baseada na monocultura e na mão de obra escrava sobre o latifúndio. No entanto, como algumas datas de terra distribuídas não eram úberes, muitos suíços abandonaram o Núcleo Colonial e procuraram terras mais produtivas. Na ocasião em que os colonos buscaram essas novas terras, há um interessante episódio envolvendo os suíços e os quilombolas.

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11/01/2011

Resolvi interromper a programação de matérias que fiz sobre a escravidão em Nova Friburgo, por um motivo louvável. Recebi um comentário do professor de história da UFF e pesquisador sobre a escravidão em Nova Friburgo, professor Jorge Miguel Mayer, e não posso deixar de tornar público ao leitor de A VOZ DA SERRA a posição desse ilustre historiador sobre a história do quilombo de Macaé de Cima.

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11/01/2011

Quando se reconhece na história do Brasil um indivíduo de grande fortuna, pode-se praticamente supor que fosse um traficante de escravos, em virtude dos imensos lucros que tais transações alcançavam. Quando foi oficialmente extinto, em 1850, o tráfico de escravos no Brasil, o volume de capitais empregados no tráfico era de tal monta que imediatamente surgiu o Código Comercial para regulamentar a febre de negócios provocada pela liberação de capitais até então aplicados exclusivamente na compra e venda de escravos.

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11/01/2011

Gilberto Freyre, não obstante a genialidade de sua obra sobre a história do Brasil, adocicou com o açúcar colonial as relações raciais em nosso país, descrevendo um idílico cenário de democracia racial brasileira. Freyre argumentava que a distância social, no Brasil, fora resultado muito mais de diferenças de classe do que de preconceitos de cor ou raça.

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11/01/2011

Pode causar estranheza, mas muitas vezes os historiadores se valem de fontes que o senso comum pode até considerar bizarro, mas que fornecem ao pesquisador material suficiente para se reconstituir as relações familiares, as mentalidades, as visões de mundo, o comportamento, entre outras informações. Assim o fez o historiador francês Philippe Ariès em dois volumes de sua obra O Homem perante a Morte, um clássico no tema.

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11/01/2011

O ano era o de 1964. César Lívio (06/01/1943) era estudante secundarista do Colégio Municipal Rui Barbosa do turno da noite. Saindo do trabalho na fábrica Filó, dirigiu-se ao Colégio Rui Barbosa e, como fazia sempre, tomou o mingau que era oferecido aos alunos enquanto esperava no pátio da instituição o início da aula. Mais um dia na rotina de César Lívio entre o trabalho e o colégio. No entanto, aquele não foi um dia de aula qualquer. Foi um dia atípico. Antes mesmo do início das aulas, um jeep do Exército estacionou em frente ao colégio, saindo seis soldados dele.

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