Dia desses, deparei-me com imagens do filme Aladdin e pude relembrar aquele sonho de criança de encontrar o gênio da lâmpada mágica com a possibilidade de fazer três pedidos. Lembro-me de ouvir desejos como ‘todo chocolate do mundo’, ‘férias o ano inteiro’, ‘vídeo game novo’, ‘não precisar tomar banho’, ‘morar perto dos amigos’, ‘que papai noel existisse’ etc.
Com a palavra...
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Para os próximos anos, meses, dias, horas, minutos, segundos, desejo boas notícias. De todos os lados. Que seu telefone toque para que alguém lhe conceda uma boa nova. Que as capas de jornais e revistas ostentem novidades que agreguem, façam crescer e te arranque sorrisos. Que aquela velha expectativa por algum resultado, ceda espaço para um desfecho positivo.
Aprendi com os japoneses, que é possível ter ordem sem imposição, organização pelo exemplo, ruas cheias de gente e nenhum lixo, respeito pelos espaços públicos e pelas pessoas mais velhas.
Aprendi com os japoneses que tradição se faz com orgulho no peito, com esforço coletivo, com conhecimento da história e prestígio aos ancestrais. Que a modernidade pode andar alinhada com um passado valoroso, e velado com amor por gerações.
Professores, no fundo, se entendem entre eles. Entre nós! Há um elo invisível que transcende o título e de alguma forma tem o poder de unir e promover a compreensão. Até os olhos tomados pelas olheiras do cansaço encontram ressonância nos olhos dos outros. Não tem jeito, a gente se identifica. Docentes por amor carregam para além dos olhos fundos de quem dorme menos e foca muito no outro, corações generosos capazes de neles carregarem o mundo. Seus mundos. Seus universos de alunos aonde invariavelmente habitam seus esforços, anseios, dores e amores.
Acabou o ano? Estamos em pleno dia 13 de dezembro, sexta-feira, e muitos já falam que o ano de 2019 terminou. De fato, estamos muito próximos do fim. Já se foram quase todos os dias desse ano um tanto abarrotado de informações, acontecimentos e mudanças. Enquanto sociedade, vimos de tudo, tememos muito, perdemos esperanças, sentimos muito. Foram tantas notícias estranhas que a exaustão coletiva foi tomando seu espaço de forma surpreendente.
Bem que o céu cinza poderia se tornar azul de novo. A serração sumir, a neblina dissipar, o frio encolher e o astro rei voltar a tomar o seu lugar, e brilhar deixando para trás esse final de primavera com cara de inverno. As luzes do Natal até já podem ser vistas nas ruas e no comércio. .
Querendo ou não, há de se ter em mente que os dias cinzas vem, mas passarão. E podem não ter correlação com o tempo lá fora. O mundo não para se estamos tristes. Dia e noite continuam se revezando no espetáculo da vida. Somos nós que temos e perdemos a capacidade de apreciarmos o show.
Três vezes gratidão, simbolizando uma sequência sem fim da palavra e do sentimento. Se há algo que realmente nos conecta com toda força do bem que transcende é a capacidade de sermos gratos. Por óbvio, se tudo vai muito bem, obrigada, é mais fácil emanar tal sentimento. Contudo, penso que o maior exercício é sentimo-nos agradecidos diante das adversidades, de modo que quando conseguimos nos conectar com sentimento nos momentos difíceis, nas aflições e incertezas, estamos verdadeiramente manifestando a nobreza que dele advém.
Que enfadonha essa tentativa de dividir o posicionamento e as opiniões das pessoas em esquerda ou direita, certo ou errado, bem ou mal, sim ou não, como se não existissem inúmeras visões e interpretações sobre os mesmos fatos, como se a vida fosse polarizada. Não, não é.
Há momentos na vida em que temos a sensação que a órbita dos planetas desalinha. Dormimos de um jeito e acordamos em outra realidade, como se fôssemos abduzidos para uma realidade paralela com mais desafios do que podemos supor. Acontece. Nessas horas, é impressionante como faz diferença a rede de apoio que de alguma maneira se forma na “hora H”.
Certa vez escreveu o saudoso poeta e cantor Renato Russo, “Tudo o que você faz, um dia volta pra você. E se você fizer o mal, com o mal mais tarde você vai ter de viver”. E vice-versa. Todo o bem que você faz, em bem retorna para você. Para nós.
A bem da verdade, a vida nos ensina que a lei de causa e efeito é real, sem que para tanto precisemos crer em nenhuma profecia para que de fato possamos perceber que plantar e colher são causa e consequência interligadas de muitas situações, a exemplo do que acontece com a própria natureza, da qual fazemos parte.