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Aprendi com os japoneses
Aprendi com os japoneses, que é possível ter ordem sem imposição, organização pelo exemplo, ruas cheias de gente e nenhum lixo, respeito pelos espaços públicos e pelas pessoas mais velhas.
Aprendi com os japoneses que tradição se faz com orgulho no peito, com esforço coletivo, com conhecimento da história e prestígio aos ancestrais. Que a modernidade pode andar alinhada com um passado valoroso, e velado com amor por gerações.
Aprendi sobre delicadeza nos gestos, força no olhar e uma receptividade contida, porém sincera. Aprendi sobre valorizar os refratários em que se come, a agradecer por cada grão de alimento e que o sagrado é realmente sagrado.
Aprendo com eles há muito tempo que oração é coisa séria, sobre a energia das coisas e até mesmo sobre economia. Aprendi que o luxo convive com a simplicidade e que a profundidade que nela reside impende sensibilidade verdadeira.
Aprendi que as religiões podem coexistir em paz e que a própria paz pode advir de um esforço possível. Aprendi sobre o prazer de andar sem medo real perto de pessoas que não têm em suas mentes a criatividade inata para confabular contra os outros.
Aprendi a respeitar sinal de trânsito, a não ter jeitinho para tudo e que pontualidade é coisa séria. Aprendi sobre belíssimos rituais de respeito e fé, sobre beleza estonteante e natureza pujante.
Aprendi sobre a força da luz do oriente. Que privilégio o meu.
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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