Com a palavra...

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

05/04/2019

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele ?

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29/03/2019

Mia Couto, li suas palavras. Compadeci-me com cada uma delas. Transportei-me à África. Parte de meu coração se transmudou para a sua região. Vi sua terra natal, Beira, em Moçambique, sangrando em meio àquele marrom devastado pela catástrofe. E sofri. Um furacão de dor. Deu para sentir.

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22/03/2019

Mulheres e homens, honrem sua palavra. Honremos todos.

Encontro-me um tanto desiludida, farta e desapontada com a quantidade de palavras lançadas ao vento sem valor algum por todo canto. Coisas ditas que somem ao léu sem qualquer compromisso. Palavras vagas, sentidos jogados, desolados, perdidos em meio ao nada. Aprendi diferente. De onde eu venho, as pessoas empregam sinceramente esforços para honrar suas promessas e as promessas dos outros feitas a elas. Cumprem o combinado. Levam em consideração os pactos de honra, a expressão da vontade, o aperto de mãos.

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15/03/2019

Em meio a uma reunião, pautas completas, conversas a todo vapor e eis que um abismo se abre na mente que parece vazia de tudo e cheia de nada. Acontece. Um encontro muito esperado, tantos sentimentos por dizer, muita coisa a partilhar e eis que as palavras somem e os pensamentos embaralham, como resultado, um nada a dizer. Acontece. Uma aula a ser dada, pontos relevantes a ser enfatizados, tudo preparado. E eis que na hora, não se lembra de nada. Dá "um branco". Um lapso. Acontece. Faz parte da vida.

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08/03/2019

Oito de março. Dia internacional da Mulher. Elas/nós somos o tema da coluna de hoje. Longe dos clichês - mas nem tanto – o que seria de tudo no mundo sem nós ? Tá, vamos começar com o básico: ninguém teria nascido. E tudo mais merece anos de análises profundas. O papel da mulher não é basilar apenas na estrutura familiar. A sociedade não teria a configuração que tem se não fossem as mulheres e as lutas pelas quais vem batalhando por anos, décadas, séculos à fio.

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01/03/2019

A folia está aí. Vale brincar. A alegria faz parte da alma do brasileiro. É rico traço cultural. O povo espera por essa época e milhões de pessoas merecem celebrar. Mas nesse meio tempo, que não nos falte sanidade para lembrarmos das seríssimas questões que nos assolam enquanto sociedade.

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22/02/2019

Todo santo dia nos deparamos com mesas redondas - reais e metafóricas-, cujas cadeiras confortáveis são ocupadas por centenas de milhares de pessoas propensas a julgar os outros. Vemos de tudo. Os assuntos são os mais variados possíveis. Alguns, de extrema relevância social, e outros, com sua importância pessoal. Há aqueles deveras desimportantes, irrelevantes e que tomam um tempo invejável em seus debates. Sua inutilidade pode ser tamanha que passamos a questionar sua real (in) significância.

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15/02/2019

Adianta ser correto se a maioria das pessoas teima em adotar o “jeitinho” como atalho para alcançar as mesmas coisas? Adianta ser sensível em um mundo onde tanta gente se afasta cada vez mais do que há de mais humano nas relações? Adianta manter o tom de voz calmo quando o ambiente grita ao seu redor? Adianta. E se ninguém mais cumpre a lei, serei eu sua única cumpridora? Serei. Quando todos falarem mal do amor, permanecerei sendo sua fiel defensora? Sempre.

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08/02/2019

Se o plano for entregar os pontos, jogar a toalha, passar a vez, mudar de fase sem vencer o obstáculo anterior, talvez uma pausa, uma conversa boa com alguém de sincero bem querer, uma oração, um conselho experiente ou uma reflexão sincera e profunda podem provocar a mudança de ideia.

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01/02/2019

Foi então, que mais uma vez, um verão caloroso cedeu espaço para a lama. Mais um janeiro em que o mar não foi só o mar, ganhando uma conotação marrom devastadora. Dessa vez, os corações do Brasil e dos brasileiros voltaram-se novamente para Minas Gerais. Sem aviso prévio, da noite para o dia, fomos todos parar em Brumadinho. Foi uma viagem chocante e triste. Um reencontro com a vulnerabilidade, a efemeridade da vida e a humanidade. Sentimentos extremos ganham força. Indignação e solidariedade. Revolta e compaixão.    

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