Muito tenho ouvido falar e lido sobre a importância de extravasar. Com “e” maiúsculo, Extravasar. Pôr para fora. Derramar de si. Expressar. Transbordar. Deixar sair. Na intenção de liberar energias, eliminar excessos, muitas pessoas recorrem às preciosas atividades físicas. Outras tantas, à arte. Uns buscam a “terapia do riso” e até mesmo a “terapia do sono”. Há quem recomponha a famigerada necessidade de extravasar por meio do descanso, uma boa noite de sono. Tudo muito bem-vindo. Afinal, reza a lenda que os acúmulos fazem mal à saúde.
Com a palavra...
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Estafa. Palavra interessante. Quando alguém diz que está estafado, parece que conseguimos captar o cansaço que ele sente pela palavra. Já inventaram vocábulo mais pertinente para denotar o estado de esgotamento? Talvez a própria palavra “esgotamento”. Cansaço extremo. Sinal eloquente de quem precisa descansar, pausar, respirar livremente e recompor a energia vital. E então, prosseguir.
Reflexões sobre o mundo virtual. Penso que sejam necessárias. Realmente necessárias. Pelo menos ando pensando bastante sobre o assunto. Sinto que as vidas, os desejos, os passos, os afazeres, os familiares das pessoas nunca antes haviam sido tão expostos como nos últimos tempos. Por vezes, as postagens nas redes sociais nutrem um ideal de aparência que sequer condiz com a realidade. Muitas pessoas estão mais preocupadas em parecerem ser do que o que verdadeiramente são.
“Moça, que céu é esse?” Ouço, paro e, por dois segundos, penso se ela falou comigo. Ao perceber que sim, fico sem resposta. O que tem o céu? Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrevê-lo naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.
Essa semana, dentre as tantas importantes questões socialmente vivenciadas, três merecem meu especial destaque, pelos valores que representam. Faço então, dessa coluna, uma homenagem às famílias friburguenses, pelo Dia da Família, celebrado na última quarta-feira, 15, e também ao meu amado município de Nova Friburgo, em comemoração aos seus 201 anos, comemorados ontem, 16, e à educação, sustentáculo de qualquer sociedade composta por seres prósperos e pensantes que, a meu ver, deveria aniversariar diariamente, ante seu renascimento cotidiano face à conjuntura social.
Rir. Sorrir. Gargalhar. Eis práticas deliciosas de viver. Rir é bom demais. Esboça alegria, faz bem para alma, libera o diafragma, alivia tensões. Sorrir, faz muito bem. A expressão da felicidade, simpatia, bem estar, muitas vezes transborda o sorriso, vai além do que se pode supor. Gargalhar passa por aquele riso extravasado, que transborda, contagia.
O texto vai ser curto. A mensagem, breve. Prometo. Sobre honestidade. Mais uma vez. É necessário, atemporal e eu gosto de falar disso. E por isso repito. Os dicionários dão conta que a honestidade é substantivo feminino (começamos bem). “É qualidade daquele que é honesto”. Ser uma qualidade, é ótimo. Predicados positivos são de bom grado. Está ligada ao decoro, honradez e probidade. Minhas palavras poderiam se encerrar por aqui. Já é o bastante. Só que não. Nunca será. Precisamos de reiterar as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto.
Vai dar tempo. E vai dar certo. Essas frases têm sido proferidas de forma constante nos últimos anos. Ou melhor, vem sendo mentalmente repetidas como um mantra sem que sejam. Essa sensação de tempo corrido não é privilégio meu. Há muitas pessoas aprendendo a lidar com ele. Como eu não gosto de vibrar na frequência da escassez, estou adaptada a entender o tempo como fonte abundante que deve ser bem administrada, posto ser finita.
Outro dia estava aqui escrevendo o tanto que sentir saudade dói. Não há uma dor física que possa ser comparada. É algo que vem lá de dentro, das profundezas da alma, do fundo do coração. Saudade tem suas nuances. Pode nos mover em várias direções. Tem poder de ser mola propulsora para diversas ações. Saudade nos leva ao choro no travesseiro, no banho, na rua, em todo lugar. Conduz a lágrima de canto de olho que insiste em cair quando toca aquela música, quando olhamos aquela paisagem, quando fitamos uma foto. Muitas vezes, é o que nos derruba. É o sufoco sem conforto. A dor sem remédio.
Melhor viver sem trapaça. Observando com o olhar de uma pessoa completamente leiga os eventos da natureza, consigo, ainda que mais ou menos, perceber uma lógica, o sentido da lei de causa e efeito. Embora sinta dó, assimilo que o predador e a presa tenham entre eles uma questão de sobrevivência, de subsistência para resolverem. O consolo para além da questão do ciclo natural da vida é a certeza de que os animais agem por instinto e não por intenção de fazer um mal. O quebra-cabeça se encaixa.