Dois meses e meio fora e tirando a saudade dos familiares, dos amigos, da minha casa e de assistir ao vivo os jogos do Fogão, nenhuma falta me faz o Brasil. Pelo menos de longe, os efeitos da vergonha que nossos políticos e empresários podem causar ficam diluídos pelas coisas boas que temos por aqui. E bota vergonha nisso, um bando de delinquentes que se valem de um povo ignorante e conivente. Sem a menor desfaçatez dilapidam a economia do país, empobrecendo-o e tornando mais difícil o fardo que os menos favorecidos têm de carregar, que como mulher de malandro, continuam reelegendo-os.
Max Wolosker
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Terminei minha última matéria com a seguinte interrogação: “Será que um país da extensão do Brasil, jovem, pois tem pouco mais de 600 anos, mas com uma população que ultrapassa os 200 milhões de habitantes, ou seja, dez vezes mais que a da Eslovênia, torna-se de difícil governabilidade ou falta aquele algo mais para que possamos entrar no caminho correto do progresso e do bem-estar do povo?”.
Contrariando a promessa de não escrever artigos sobre minha viagem, vou abrir uma exceção para falar da Eslovênia e sua capital Liubliana. Trata-se na realidade de uma divagação sobre a razão de certos países terem uma evolução positiva e outros, com área muito maior e recursos incomensuráveis, estarem ainda em busca de uma estabilidade e desenvolvimento, que nunca se consolidam.
Hoje, dia 8 de maio, é feriado na França, quando se comemora o fim da segunda guerra mundial, com a capitulação incondicional do III Reich, em Berlim, diante das forças aliadas. A assinatura desse armistício pôs fim a cinco anos e meio de um conflito que ceifou milhões de vidas e expôs a humanidade a uma de suas maiores barbáries.
Pegando um gancho na matéria de Guilherme Alt, da edição de A Voz da Serra de 29 de abril, aproveito para contar a minha visita ao Autódromo de Imola, também conhecido como Autodromo Internazionale Enzo e Dino Ferrari, nesse mesmo dia.
Chegamos na França em plena reta final das eleições presidenciais de 23 de abril em primeiro turno e 7 de maio em segundo turno, caso nenhum candidato atinja a maioria absoluta, incluindo os votos nulos e em branco. Mas, pelo nível dos debates e pela disposição do eleitorado, poderia ter terceiro, quarto e muitos turnos mais. Aqui o voto não é obrigatório e não existem sanções, como no Brasil, para quem não comparece às urnas.
Finalmente, dia 5 de abril desembarcamos do Costa Fascinosa pondo fim a uma das piores viagens que já fizemos. Que me perdoem os atuais donos da companhia de navegação Costa Cruzeiros, mas o esmero em infernizar a vida dos brasileiros a bordo, maioria por sinal, foi digna de pós-graduados. O descaso para com os passageiros foi tal, que uma viagem prevista para durar 22 dias foi reduzida para 18, simplesmente por que o navio foi alugado para um ricaço indiano. A finalidade era a de comemorar o casamento de uma filha.
Nossa viagem começou de maneira totalmente diferente, pois foi a primeira vez que o meio de transporte escolhido para nos levar à Europa foi o navio. Chegamos cedo ao Porto do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, e aí tivemos a primeira surpresa. Desde o início das Olimpíadas, em 2016, que ouço falar da beleza que ficou a área portuária, cujas obras foram tocadas pelo antigo prefeito, Eduardo Paes.
Como faço com certa regularidade, sábado parto para a Europa, onde residirei por três meses. Assim sendo, essa é a minha última crônica escrita em Nova Friburgo, até meu regresso. Mas, como viajarei para o velho continente em navio, na realidade minha ausência será de quatro meses, pois a companhia escolhida por mim, para a travessia Brasil-Europa, faz o percurso em 18 dias. Como nos navios a internet não está disponível, não sei se conseguirei manter minha regularidade, de uma crônica por semana.
Num jogo eletrizante, podendo ser considerado o melhor da competição que se encerrou no domingo passado, o tricolor das Laranjeiras é o digno campeão da 53ª edição da Taça Guanabara. O título veio no confronto com o Flamengo, maior ganhador dessa competição, detentor que é de 20 títulos. O primeiro tempo foi por completo diferente da mesmice do atual futebol jogado no Rio, com os dois times partindo para o ataque, num ritmo alucinado, deixando a cautela de lado e buscando o gol a todo custo.