A intervenção militar na cidade do Rio de Janeiro, que com certeza vai se estender a todo o estado, era mais do que necessária tal o desrespeito ao cidadão, a baderna institucionalizada e a transgressão às leis, que se instalaram na cidade. Esse caos diuturno tornou a vida dos cariocas uma verdadeira loteria, pois o simples ato de sair de casa é motivo de angústia porque voltar passou a ser sempre um ponto de interrogação.
Max Wolosker
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Entre os últimos dias 7 e 14 evidenciou-se, de maneira nua e crua, a incompetência dos governantes desse país, reforçando a ideia de que estamos mesmo nas mãos de amadores que brincam ser profissionais. A política brasileira, corroída por maus políticos cujo interesse principal não é o bem comum ou o de melhorar a qualidade de vida da sociedade, precisa urgentemente de homens dignos e que tenham a coragem de nomear para as várias secretarias ou ministérios, técnicos no assunto, conhecedores do meio ao qual se propõem.
Sábado, 10 de fevereiro, começa oficialmente o carnaval brasileiro, maior festa coletiva do país, talvez o mais longo feriado entre as nações desenvolvidas em todo o planeta Terra. Do dia 10 até o dia 14 ao meio dia, só os serviços essenciais vão funcionar e a população aproveitará para viajar, para ficar em casa, enfim para desfrutar essa longa pausa remunerada, um refresco para o dia a dia estressante do brasileiro que tem de trabalhar o ano inteiro, para seu sustento e o de sua família. Se é bom ou não para o país, não vem ao caso, pois há muito tempo é assim e jamais vai mudar.
Nicolas Maduro assumiu a presidência da República na Venezuela em 2012, ao substituir Hugo Chaves, afastado para se tratar de um câncer, em Cuba. A partir daí jamais deixou o poder, chegando aos extremos de mudar a constituição venezuelana para continuar se reelegendo. A Venezuela mergulhou numa das maiores crises financeiras de que se tem notícia e nem assim ele está disposto a reconhecer a desgraça que trouxe para seu país.
Como já dizia o ex-presidente Charles de Gaulle, o Brasil não é um país sério. No sábado, ao ler o jornal, tive de me beliscar para não pensar que estava sonhando, ao me deparar com uma notícia de rodapé: “Collor anuncia candidatura à presidência”. A notícia dizia: “Collor anunciou ontem a sua pré-candidatura durante um evento na cidade de Arapiraca, no interior do estado de Alagoas”.
O Brasil é um país que faz questão de se posicionar na contramão da história. Se, por um lado dá sinais de recuperação ao tentar acabar com o foro privilegiado para os políticos, com o objetivo de permitir serem investigados pela justiça comum e não pelo STF, de outro, aumenta sem cerimônia a lista VIP da Receita Federal. De acordo com o Sindifisco, em doze meses, o número de pessoas que só podem ser investigadas após a autorização de algum chefe da Receita dobrou, passando dos 3000 nomes no ano passado, para os atuais 6.052.
Tanto o MSN quanto o jornal A Folha de São Paulo soltaram uma matéria que dizia ter a família Bolsonaro aumentado seu patrimônio à custa da política. Se o objetivo foi o de denegrir pai e filhos, o genitor deputado federal, Carlos (vereador, no Rio de Janeiro), Flávio (deputado estadual, no Rio de Janeiro) e Eduardo (deputado federal por São Paulo), o tiro pode sair pela culatra.
Como faço todos os anos, vou tirar umas férias, interrompendo meus artigos até o final do ano, recomeçando na primeira semana de 2018. Aliás, o próximo ano será muito importante, já que em outubro teremos eleições para presidente da República, governadores de estado, senadores e deputados federais e estaduais. Nas minhas preces incluirei um capítulo à parte, pedindo ao Criador que ilumine nossos eleitores para que saibam escolher nossos futuros políticos.
Estranho país é o Brasil quando vemos dois casos semelhantes terem desfechos completamente opostos. O senador Aécio Neves teve a prisão decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas a decisão do plenário do Senado não só aliviou sua prisão, como o manteve na função pública para a qual foi eleito. Com 44 votos favoráveis a sua permanência e 26 contrários, o tucano estava livre para cometer os mesmos atos que o tiraram temporariamente do cargo.
Como o Brasil não é um país sério compreende-se a preocupação dos trabalhadores com a implantação da nova legislação trabalhista. Não é de hoje que sabemos serem as leis do país gestadas, em princípio, para beneficiar determinados setores ou mesmo apadrinhados daqueles que detêm o poder. Claro está que essa visão muitas vezes se amplia e acoberta um número muito maior de cidadãos. Portanto, a dúvida que martela na cabeça dos trabalhadores é se tais modificações foram arquitetadas para beneficiar os patrões e prejudicar os assalariados.