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Um colírio logo na saída do Rio de Janeiro
Nossa viagem começou de maneira totalmente diferente, pois foi a primeira vez que o meio de transporte escolhido para nos levar à Europa foi o navio. Chegamos cedo ao Porto do Rio de Janeiro, na Praça Mauá, e aí tivemos a primeira surpresa. Desde o início das Olimpíadas, em 2016, que ouço falar da beleza que ficou a área portuária, cujas obras foram tocadas pelo antigo prefeito, Eduardo Paes. Mas, pude comprovar “in loco” a veracidade dessas afirmações, logo eu que vivi parte da minha adolescência e juventude nas proximidades da área portuária, pois fui aluno do colégio São Bento durante oito anos.
Uma praça degradada até o início das obras e que se transformou num senhor cartão de visita, para os visitantes estrangeiros ou brasileiros, que chegam de navio ao Rio de Janeiro. De cara fomos apresentados ao VLT (veículo leve sobre trilhos), meio de transporte de primeiro mundo e que se assemelha aos das cidades importantes do velho mundo. O Museu do Amanhã, que não deu para visitar, é uma obra arquitetônica de rara beleza situado num ponto até então abandonado e que na minha época de estudante era o atracadouro dos navios de guerra estrangeiros, em visita ao Rio. E foi com emoção que pela primeira vez pude vislumbrar o imponente prédio do Mosteiro de São Bento, visto de baixo; até a abertura do calçadão que une a Pça. XV ao porto do Rio, era vedado o acesso de pedestres, pois se tratava de uma área militar. Aliás, a Marinha do Brasil depois de compreender que o que é bonito é para ser visto, liberou de vez esse espaço.
A própria estação de embarque, ao ser deslocada de um prédio antigo e apertado para um dos antigos armazéns do porto, ganhou ares de modernidade e evita o atropelo do embarque de milhares de passageiros, já que os transatlânticos modernos carregam mais de três mil passageiros. Mas, o que mais chama a atenção dos mais velhos é a derrubada total de um monstrengo chamado Avenida Perimetral. Construído na década de 60 do século passado, sobre a Avenida Rodrigues Alves, ela enfeiou e mesmo degradou, por longos 50 anos, toda aquela região. Hoje, com o túnel Marcelo Alencar, o trajeto da rodoviária até o aeroporto Santos Dumont é feito por debaixo da terra, uma obra também digna de primeiro mundo. Sem falar na Avenida Binária, alternativa para quem vai para a região do porto de passageiros e para o centro da cidade.
Almoçamos no Museu do Mar, obra mais antiga, onde no último andar há um restaurante muito bom e próximo a um mirante do qual podemos observar toda a integração daquela área.
Às seis da tarde voltamos para o Costa Fascinosa, que zarparia rumo a Genova uma hora mais tarde. Infelizmente, em razão do tempo estar chuvoso e encoberto, não pudemos deslumbrar uma outra vista também digna de cartão-postal, que é a saída da Baía de Guanabara vista do mar, com o morro Cara de Cão podendo ser admirado por um outro ângulo.
No dia 29 de março chegamos em Tenerife, capital das Ilhas Canárias, território espanhol na África, de onde pude enviar para o jornal esse artigo.
Vale a pena uma visita ao Porto do Rio de Janeiro.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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