Estamos a exatos sete dias uma semana do bicentenário de Nova Friburgo, e apesar da cidade não ter tido os cuidado necessários por parte das autoridades, nada deve prejudicar a grandeza de tal comemoração. Tenho certeza que em cidades com mais amor pelo seu passado, os responsáveis pela gestão de seu destino, no mínimo, se preocupariam com um embelezamento e cuidado a mais, para que aqueles que aqui vierem prestar homenagens à Suíça Brasileira tivessem outra opinião sobre ela.
Max Wolosker
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Deixando de lado o que aprendemos na faculdade de jornalismo, quando nos é ensinado que não devemos divulgar notícias que digam respeito ao nosso próprio cotidiano, que fazem parte do nosso universo particular, abro uma exceção para a viagem que fiz a Campos do Jordão-SP, neste feriado de 1º de maio.
Acho que pão e vinho para o povo é uma tradição milenar dos governantes; assim a população se diverte e deixa, momentaneamente, as críticas de lado, esquece suas mazelas. O problema é que os organizadores desses shows, muitas vezes de fora da cidade, nunca levam em conta os transtornos que tais eventos possam causar, em particular, para aqueles que não curtem esse tipo de evento.
Apesar de ser uma fato com grande apelo jornalístico, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, no último dia 7, não me atraiu muito; o mais importante era enaltecer a conquista do campeonato estadual pelo Botafogo. Por esse motivo, nenhuma linha, semana passada, sobre outro assunto, já que campeonatos não se conquistam todos os dias e óperas bufas é o que mais vemos em cartaz, no Brasil de hoje.
Domingo, 8 de abril. O Botafogo conquistou seu 21º título de campeão estadual do Rio de Janeiro e emocionou sua imensa torcida. Num Maracanã lotado, que com 58 mil pagantes (total de 62 mil torcedores), proporcionou uma renda de R$ 2.219.230. Foi o maior público do futebol brasileiro até agora.
Estamos no início de 1945, a Segunda Guerra Mundial chegando ao fim, com as tropas aliadas rumando, céleres, em direção a Berlim; o Estado Novo, regime ditatorial implantado por Getúlio Vargas em novembro de 1937, também dá seus últimos suspiros. Nessa época, Nova Friburgo era uma cidade cuja população estava em torno de 25 mil habitantes, com uma rica história cultural, com colégios de qualidade indiscutível, tanto que atraía alunos de outros municípios e fosse, talvez, a terceira cidade do antigo estado do Rio de Janeiro, sob o ponto de vista educacional.
Num jogo de bom nível técnico no último domingo, 25, disputado lealmente, pois poucas foram as faltas cometidas por ambas as equipes, no decorrer da partida, e com muitos gols, a equipe do Fluminense conquistou merecidamente o título da Taça Rio. O placar de 3 a 0 em cima do Botafogo, não deixa margens a dúvidas; o tricolor das Laranjeiras foi superior e venceu o melhor em campo.
Eu concordo com o coronel Washington Lee Abe, da polícia do Paraná, quando fez a seguinte observação: "porque transformar alguém em mártir? e quando morremos tentando salvar uma vida inocente?". O assassinato da vereadora carioca Marielle foi um crime bárbaro, como muitos outros que acontecem no Rio de Janeiro. Na mesma noite, foi morta uma médica numa tentativa de assalto; a doutora Gisele Palhares Gouvêa levou dois tiros na cabeça, na Linha Vermelha. No entanto, o destaque dado a essa morte foi nenhum.
Da reaproximação de Fribourg e Nova Friburgo, a partir de 1978 e da fundação das associações AFNF (Asssociation Fribourg-Nova Friburgo) e da ANFF (Associação Nova Friburgo-Fribourg), algumas realizações apareceram, sendo a primeira e, talvez, a principal a Casa da Suíça, que começou com a queijaria escola e virou um grande empreendimento. Ela foi fundada em 1º de agosto de 1987 e Othmar Raemy foi o seu primeiro queijeiro e formador dos que vieram a seguir. Ele ficou à frente da produção de 1987 até 1989 e, infelizmente, faleceu em 30 de novembro de 2015.
Faltam 71 dias para o dia 16 de maio, data que marcará o bicentenário de fundação de Nova Friburgo. Apesar da cidade continuar feia e cheia de buracos, muita coisa tem sido feita, graças ao trabalho incansável de duas entidades. Não fosse a Associação Nova Friburgo-Fribourg e a Association Fribourg-Nova Friburgo, talvez essa data não tivesse todo o brilho merecido. Nossas autoridades não conseguem entender ser a indústria do turismo uma grande arrecadadora de recursos.