Parte IIAtravés do decreto de 16 de maio de 1818, o rei D. João VI firmou acordo com o Cantão de Fribourg, na Suíça, por intermédio de seu agente no Brasil, Sebatian Nicolau Gachet, ordenando o estabelecimento de uma colônia de suíços católicos, composta de cem famílias. Nessas condições, base legal do estabelecimento colonial, foi designado para sede o distrito de Cantagalo, distante a 24 léguas da Corte. D. João VI, como prova de afeto aos seus novos súditos oriundos da Suíça, deu o nome de “Nova Friburgo” à colônia e colocou-a sob a proteção do santo de seu nome, São João Batista.
História e Memória
Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
Parte IJoão Lins Vieira Cansanção de Sinimbu, barão e visconde de Sinimbu (1810-1906), nasceu em São Miguel dos Campos, Alagoas, em 1810. Bacharel em direito, estudou em Paris e na Alemanha a fim de aperfeiçoar os seus estudos, concluindo o doutorado. Aos trinta anos de idade foi nomeado presidente da sua província natal, além de ter sido presidente das províncias de Sergipe, Rio Grande do Sul e Bahia. Ocupou importantes cargos públicos, iniciado pela magistratura e atingindo a diplomacia: de juiz de direito em Cantagalo a primeiro-ministro do Brasil.
O voto no Brasil tem uma historicidade. No período colonial, os políticos eram escolhidos através da declaração oral dos eleitores e a cédula eleitoral surgiu apenas no Império. Com o fim da eleição indireta dos pelouros, os vereadores passaram a ser eleitos diretamente, através de um sistema que dividia a sociedade politicamente ativa em “votantes” e “eleitores”.
O coronel Galiano das Neves (1826-1916), um vulto na história política de Nova Friburgo, no século XIX, escolheu as terras férteis de Amparo para o plantio do café, adquirindo a fazenda Cachoeira do Amparo. Essa fazenda encontra-se até hoje na propriedade da família. Terra fértil para o café, a região de Amparo, que fazia parte da Freguesia de São José do Ribeirão, era coberta por cafezais no século XIX e até início do século seguinte, destoando da paisagem atual.
Amparo, 4° distrito de Nova Friburgo, foi outrora conhecida como a “Amparo dos Inconfidentes”, já que teria sua fundação sido iniciada por um inconfidente, camarada de Tiradentes. No entanto, na realidade, Amparo foi o refúgio de um traidor, delator de Tiradentes. Em 30 de novembro de 1938, no salão da escola estadual de Amparo, sob a presidência de Dante Laginestra, diversos moradores da localidade reuniram-se para definir a justificativa do nome “Amparo” ao respectivo distrito.
Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil em 1808, organiza-se o serviço policial no Rio de Janeiro e cria-se a Intendência Geral da Polícia da Corte e do Estado do Brasil. Desde então, a relação entre a polícia civil e a sociedade brasileira tem sido escrita com tintas vermelhas, entremeada pela violência, truculência e o despotismo dos policiais. No livro “Lei, Cotidiano e Cidade”, o autor Luis Antônio Francisco de Souza, analisando a história da polícia civil no Estado de São Paulo, discorre sobre as acusações que pesavam sobre os delegados e subdelegados na Primeira República.
A independência do Brasil de Portugal é celebrada no dia 7 de setembro com o forjado grito do Ipiranga, “independência ou morte”, uma alegoria de afirmação da independência do Brasil da Metrópole. A oficialização da separação veio com a aclamação de D. Pedro I como imperador constitucional do Brasil em 12 de outubro, dia de aniversário do soberano, seguida pela sua coroação em 10 de dezembro. Mas como foi recebida a notícia da independência do Brasil na recém-criada vila de Nova Friburgo?
Faleceu no dia 2 de agosto do corrente ano, Álvaro Luiz Corrêa da Graça. Nascido em 1925, talvez o nome do Dr. Álvaro, como era conhecido, provoque certa estranheza à população friburguense. Mas não deveria. A história da família dos Corrêa da Rocha se confunde em alguns momentos com história da Nova Friburgo.
Na matéria de hoje, gostaria de fazer um diálogo com Antonio Lo Bianco, imigrante italiano nascido em 1916, aproveitando a entrevista que deu ao jornalista Maurício Siaines, em 24 de maio do corrente ano, para o jornal A Voz da Serra. Optei por comentar as informações e algumas impressões de Lo Bianco, que chegou a Nova Friburgo em 1930, com 14 anos de idade. Mas como encontrou Lo Bianco a cidade serrana na década de 30, do século XX?
No início do século XX, o Rio de Janeiro vivia a sua Belle Époque. A reforma urbana empreendida por Pereira Passos extinguiu as ruas estreitas e o centro da cidade ganhou um espaço elegante, a Av. Central, hoje Av. Rio Branco, similar a um boulevard francês, com prédios em estilo neoclássico. Novas indústrias se instalam nos subúrbios da cidade originando um novo espaço de sociabilidade: o botequim. Esse estabelecimento surgiu no Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX, oriundo das boticas e dos armazéns.