Viajando pela Rodovia Presidente Dutra recentemente, vi escrito na traseira de um caminhão-tanque: “Melhor não se envolver”. Achei a frase muito interessante e ela logo me levou a pensar em várias coisas sobre o relacionamento humano. Especialmente sobre o conceito de desligamento afetivo com amor. O que é isso?
Saúde Mental e Você

Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
A Organização Mundial da Saúde identificou o consumo de álcool como um dos dez principais riscos para a carga global de doenças. (WHO Press release, 28Março2007, www.iarc.fr/ENG/Press Releases/pr175a.htm).
Primeiro é bom definir o termo depressão, pois não é incomum chamarem de depressão o que pode ser um surto psicótico ou um quadro de ansiedade (“nervosismo”). Depressão tem cura sim. Também devemos entender que cura é um processo.
O título acima é uma declaração de uma advogada norte-americana, muito bem sucedida financeira e profissionalmente. Ela teve câncer de mama, e quando recebia ajuda psicológica para lidar com o abalo emocional que ocorre com um diagnóstico deste, compreendeu que vinha fazendo na vida não o que ela realmente queria e gostava. Ela sempre desejou estar envolvida com música, mas sempre deixou isto de lado e tocou a vida para frente como advogada. Depois que o câncer surgiu, ela decidiu mudar radicalmente sua vida profissional, passando a fazer o que sempre desejou: música.
Existe alguma base científica para acreditarmos que emoções positivas têm efeitos fisiológicos específicos? Sobre as negativas já sabemos que a ira tem relação com a produção de noradrenalina, e o medo ou ansiedade com a adrenalina.
Emoções positivas se relacionam com a acetilcolina fora do cérebro, que produz relaxamento muscular e relaxamento mental tem que a ver com as endorfinas e a serotonina no cérebro.
Acho a palavra “neurose“ antipática. Mas é científica. Ela foi criada em 1787 por William Cullen, químico e psiquiatra britânico, e vem do grego “neuroan” (nervo) e “osis” (condição doente ou anormal). Sinônimos para neurose são “psiconeurose” e “distúrbio neurótico”, que são transtornos mentais que não interferem com o pensamento racional ou com a capacidade da pessoa funcionar na sociedade, como trabalhar, casar, estudar, etc. Atualmente se utiliza o termo “transtorno neurótico” e não “neurose”.
No Jornal do Cremesp, órgão oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, n. 289, jan/fev 2012, pág.3, há uma entrevista com o ex-ministro da saúde, José Gomes Temporão, na qual ele diz: “Há interesses econômicos das emissoras de TV, que faturam bilhões com propaganda [de bebidas alcoólicas], e até a Seleção Brasileira de Futebol é patrocinada pela indústria de bebidas, para vergonha nacional”. E diz mais: “O problema do álcool é mais grave do que o do crack porque degrada a vida lentamente”.
Para ter relacionamento saudável com as pessoas é preciso discernimento. Discernimento no sentido de autopercepção. Isto é difícil para muitos porque a tendência é funcionarmos no automático. O que é funcionar no automático? É fazer as coisas no dia a dia sem muita percepção da própria conduta, do jeito de falar, dos motivos para agir. Parece que isto é o normal, não é?
Criança também tem depressão. Criança também sente angústia. Depressão é diferente de angústia. Angústia pode ser sinônimo de ansiedade. Ansiedade todo mundo tem, mas nem todos têm ansiedade alta ou forte demais. Ansiedade é uma inquietude, uma sensação de vazio mesmo quando as coisas ao redor estão sob controle; é uma agitação mental, uma falta de serenidade.
Parte 1 de 3
Há algum estudo científico sobre o comportamento humano corrupto? Pessoas de classe social alta tendem a ser mais não éticas em seu comportamento comercial, empresarial, político do que as de classe social baixa?