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Todo dia é dia da mulher
Oito de março. Dia internacional da Mulher. Elas/nós somos o tema da coluna de hoje. Longe dos clichês - mas nem tanto – o que seria de tudo no mundo sem nós ? Tá, vamos começar com o básico: ninguém teria nascido. E tudo mais merece anos de análises profundas. O papel da mulher não é basilar apenas na estrutura familiar. A sociedade não teria a configuração que tem se não fossem as mulheres e as lutas pelas quais vem batalhando por anos, décadas, séculos à fio.
Já temos muito a comemorar. E muito para batalhar. As lutas do gênero não são poucas, nem simples, nem fáceis de serem enfrentadas. Mas ao contrário do que outrora se podia pensar, o “sexo frágil” tem uma força difícil de mensurar. A capacidade de enfrentamento e superação, creio eu, são traços de nascença. Dificilmente nos deparamos com mulheres completamente desprovidas da sensibilidade inata que as tornam humanamente especiais, da habilidade de equilibrar diversos setores da vida comum ao mesmo tempo e uma resiliência para empenhar-se continuamente em prol do alcance dos objetivos e necessidades seus e dos seus. Dia e noite, noite e dia. Como se fossem incansáveis. E aqui eis uma questão de suma importância, não são. Não somos. A fonte é boa. Sabemos nos municiar de inspiração, coragem e sabedoria. Mas continuamos sendo humanas, limitadas e com demandas próprias.
Ser mulher desde sempre me parece ser um ato político. É uma dádiva, uma maravilha, não desprovida de tantos ônus quanto bônus. Está certo, às vezes mais ônus. Ser mulher é carregar bandeiras invisíveis que nos rotulam e muitas vezes limitam nosso acesso ao mercado de trabalho. É dever mais satisfação ao mundo, ser tachada, julgada e apontada por cada passo em falso dado. É conviver com uma subestimação social por vezes vergonhosa. É precisar provar mais, explicitar o que já é claro. É ter o amor transbordando pelos poros e não poder extravasar todo o tempo. É precisar administrar os pensamentos vinte e quatro horas por dia e lidar com todos eles ao mesmo tempo. É travar batalhas morais e profissionais (e hormonais!) por vezes inglórias, mas que fazem tanto sentido quanto aquela força que vem de dentro.
Ser mulher muitas vezes é nascer e ser criada para ser o sustentáculo da família. A mola propulsora. Os pés que seguram o tampo da mesa. Que fica nos bastidores, a maestra da orquestra, que cultiva as virtudes mais ocultas. A que ri, acode, cozinha, labuta, ama e luta. A que apoia e serve. A que deseja ter sucesso mas passa uma vida relativizando o que é ter sucesso na vida. Porque mulher precisa dar conta de tudo, ser boa em tudo e ainda aprender a viver sem culpa. Ser Mulher não é para qualquer um não; assim, com M maiúsculo. É muita missão para cumprir. Muitos tentando tolir. E um infinito de possibilidades questionando a mente e tomando o coração. Ser mulher é viver uma vida inteira mirando a tal felicidade, porque o que a gente quer mesmo, é ser feliz. Ser mulher é tudo e muito mais... com muito orgulho. Com toda satisfação!
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
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