Sra. Presidente da Academia Niteroiense de Letras, Márcia Maria de
Jesus Pessanha.
Sr. Presidente da FALERJ, Sr. Waldenir de Bragança
Srs. Presidentes e Acadêmicos das Academias de Letras do Estado do
Rio de Janeiro
Momentos Literários
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
As reticências é um sinal de pontuação que indica a interrupção de uma frase. Pode também apontar para uma pausa ou uma omissão. São três pontos entre dois espaços, que suscitam algumas questões interessantes. A primeira é a sua interferência no texto. Depois de pensar e pesquisar um pouco a respeito, observei que seu emprego está relacionado com as percepções e emoções do escritor. Usá-las ou não usá-las... eis a questão.
O dicionário é o amigo que compila palavras, sabe das suas definições, singelezas e particularidades. É o silencioso companheiro de quem escreve, capaz de sugerir os espaços que as palavras podem ocupar no texto e até oferecer dicas para o embelezamento das frases. É um sujeito claro e objetivo; vai direto ao ponto, revelando os diversos significados que uma palavra pode ter.
Semana passada, foi comemorado o dia do professor. Hoje, uma semana depois, faço-lhes, aqui, neste espaço literário, uma reverência. Não considero que esteja atrasada, uma vez que os professores merecem nossas homenagens todos os dias. Esta pessoa, a quem chamamos também de mestre, tem a nobre tarefa de promover seus alunos, iluminando formas criativas de pensar, motivando-os a descobrir conhecimentos, valorizando comportamentos saudáveis, estimulando modos de perceber, de pesquisar e de conceituar.
O amor entre Romeu, filho dos Montecchios, e Julieta, filha dos Capuletos, foi além da mortal inimizade, que se estendia ao mais remoto passado, envolvendo todos os seus parentes, dependentes e servidores das duas ricas famílias de Verona. Se, por ventura, um Montechio se encontrava com um Capuleto em alguma rua da cidade, havia violenta troca de palavras, chegando a ter derramamento de sangue. Os conflitos entre as essas pessoas era o desatino.
O processo de escrita tem fases distintas. A primeira é solitária, silenciosa; é uma conversa, quase interminável, com nossos bolsos e botões, que reúnem momentos suspirosos, de certa forma angustiantes diante da folha em branco, que suscita a construção de um texto. É um trabalho de rendeiro, que vai tecendo, linha após linha, os fios de uma ideia, concretizando-os em literatura.
A inspiração acontece da forma mais inusitada, até porque não existem
receitas para as ideias surgirem, que, certamente, não brotam com elegância,
nem possuem vozes afinadas. Vivem, dentro de nós, na mais completa
desordem. Nossa mente é multicor, cheia de subterfúgios vivos, com
passagens a outras paisagens. Às vezes, é arejada com ares de Medeia;
outras de Penélope. Nosso pensamento tem caminhos abertos. Livres.
Foi com este movimento mental, sem silêncios e cheios de janelas, que
Tão logo adentrei a sala, vi um embrulho com o selo dos correios. Com curiosidade, abri o pacote e coloquei em meus braços o livro, “Maria Madalena: o evangelho segundo Maria, lançado em 2018, pela Geração Editorial, cujo autor é Armando Avena, um primo, que mergulhou com delicadeza e profundidade na alma feminina através de Maria e de Maria Madalena, figuras religiosas que trazem em suas trajetórias literárias a essência da mulher.
Armandinho foi corajoso em escrever a respeito de um tema tão instigante, emocionante e audacioso, pensei.
No dia 14 de setembro, a Academia Friburguense de Letras esteve florida e com ares rejuvenescedores. Seu Anexo Jovem, criado na reforma estatutária de 2016, deu posse a três escritores: Conrado Moura Puga de Lima, Wallace da Silva Cavalcante e Pedro Henrique de Oliveira Silva.
Fiz questão de saudá-los com uma frase de Charles Chaplin. “Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.
Realmente, a palestra da escritora Linfa Parreiras, “Desde o colo literatura para todas as idades”, apresentada na Academia Friburguense de Letras, no dia 31 de agosto, ofereceu-me algumas ideias interessantes. Uma fez meu pensamento abrir as asas e voar.