Fui convidada pelos Jovens da Academia Friburguense de Letras a
conversar no dia 30 de junho deste ano sobre o Pequeno Príncipe, livro que
pertence à literatura universal, cujo autor Antoine Jean Baptiste Marie Roger
Foscolombe, Conde de Saint-Exupéry, ou melhor, Antoine de Saint-Exupéry,
tem o nome inscrito no Panthéon de Paris, ao lado dos imortais da literatura
francesa, como Alexandre Dumas e Victor Hugo.
Momentos Literários
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Estou escrevendo a crônica da semana no dia do abraço! Não é de propósito que
o faço exatamente neste dia, 22 de maio, cinco dias antes de ser publicada. É que vou
viajar amanhã e só retorna em meados da semana que vem. Confesso que eu queria
falar de outro assunto literário, mas, ao me sentar na frente do computador e abrir as
mensagens, eu me deparei com muitos abraços. Eu ia falar sobre o livro de contos que
estamos lendo no Clube de Leitura, Desatados, de Fabiana Corrêa, que está fazendo
O verbo tocar possui significados que vão desde o encostar a mão em
alguém até a execução de uma música por um instrumento musical. O verbo
tocar possui um universo de sentidos que reúne ideias relacionadas a
impressionar, comover, avisar, assinalar, dizer, sensibilizar, atingir, dentre
outros. Em todos os sentidos, é uma ação que contém uma característica em
comum: é intencional, mesmo que inconsciente.
As datas são próximas: o dia das mães e o aniversário de Nova Friburgo,
datas em que se comemora o nascimento e o acolhimento da vida. As mães
têm o prazer de alimentar seus filhos para fazê-los voar como águias e
orgulham-se de vê-los conquistando espaços e impossíveis céus. Assim, todos
os dias, dão-lhes alimentos nutritivos para que a fome lhes seja saciada e, com
seus grandes e ternos braços, acolhem seus filhos de sol a sol. Da mesma
forma, Nova Friburgo tem montanhas que abraçam seu povo e oferecem água
O Clube de Leitura, que acontece na Academia Friburguense de Letras, administrado por Márcia Lobosco e conta com a participação de mais de vinte pessoas, nos oferece oportunidades interessantes. As atividades que desenvolve nos permite constatar que a literatura e a culinária possuem afinidades, como a degustação de alimentos e o prazer de compartilhar a leitura podem acontecer numa mesma ocasião. Tanto a literatura, como a alimentação e seus rituais reúnem pessoas, possibilitam a troca de impressões e de ideias, proporcionando momentos singulares e inesquecíveis.
Estou assistindo a bela e emocionante série de documentários Nosso Planeta. Fui descobrindo, ao longo dos episódios, que a Terra é literária por excelência. Nós, os humanos, tocamos a natureza com palavras, enquanto prosa e poesia. Enquanto história, narração e descrição. A literatura é inspirada pela vida em suas milhares e mais variadas formas, em seus fatos genuínos, em seus acontecimentos quotidianos; reinventa a natureza que se espalha pelas tantas terras, mares e céus.
Estou escrevendo esta coluna ainda envolvida com os saborosos afetos da páscoa e tomando o café da manhã, que, para mm, é a melhor refeição do dia. Mesmo sendo um café com leite, pão e manteiga, sempre me é apetitosa e tem o gosto de começos.
Os ovos de páscoa são feitos de grãos de chocolate. Seu gosto depende
da energia com que a massa de cacau é tocada pelas mãos do cozinheiro, do
modo como seus olhos acompanham o cozimento, seu nariz sente o cheiro da
transformação da massa e sua língua testa o sabor. Todo o processo de
elaboração, desde a escolha do chocolate até o modo de embrulhá-lo, requer
suavidade e sensibilidade. O ovo de páscoa reflete o corpo e a alma do seu
feitor.
Certa vez, ouvi dizer que era bom bater palmas para quem faz
aniversário. Nesta coluna, vou fazê-lo a este jornal, que me acolhe
semanalmente.
Ao buscar um assunto para escrever esta coluna, vou confessar, descobri que o livro que mais li na vida foi o I Ching, o livro das mutações. O primeiro contato que tive com ele foi há mais de quarenta anos. Quando meu filho nasceu, tinha e tenho uma amiga, a Ana Teresa, que teve, na mesma época, um menino, que me colocou o livro nas mãos. Durante o tempo em que passávamos juntas com nossos bebês, líamos, folheávamos as páginas, jogávamos as moedas e tentávamos interpretar os significados dos ideogramas. Desde então, nunca dele me separei.