Estamos em plena festa cultural. Festa popular, festa livre. Movimentada
pela alegria em comemorar e compartilhar o carnaval nas ruas, nos clubes, nos
meios virtuais e de comunicação. Momento em que o passado é reverenciado
com beleza e criatividade.
Mas aqui, nesta coluna, vou olhar este domingo em que as escolas de
samba vão à rua com os olhos de quem gosta de palavras e de escrevê-las.
Carnaval é arte. Cenários, figurinos, música, dança, cinema e literatura se
interagem e se misturam. As capacidades inventivas são reveladas através das
Momentos Literários
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis, presidente da Academia Friburguense de Letras e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Estamos em plena festa cultural. Festa popular, festa livre. Movimentada
pela alegria em comemorar e compartilhar o carnaval nas ruas, nos clubes, nos
meios virtuais e de comunicação. Momento em que o passado é reverenciado
com beleza e criatividade.
Mas aqui, nesta coluna, vou olhar este domingo em que as escolas de
samba vão à rua com os olhos de quem gosta de palavras e de escrevê-las.
Carnaval é arte. Cenários, figurinos, música, dança, cinema e literatura se
interagem e se misturam. As capacidades inventivas são reveladas através das
UMA ORQUÍDEA FEITA DE TROVAS
A minha grande alvorada
Será eterna... eu suponho!
Se um sonho não der em nada
Eu troco por outro sonho!
Dilva Moraes
Trova premiada em 2008, em Cambuci
Noutro dia, num grupo de literatura, quando debatíamos os sucessos musicais, fiquei surpreendida ao refletir a respeito dos valores contidos nas letras das músicas que hoje fazem sucesso. Muitas expressam a reversão de valores, cujos fundamentos não estão no amor à vida e respeito à pessoa.
É na literatura que a arte cênica tem o seu ponto de partida. Eu, particularmente, tenho grande interesse por essa relação uma vez que já adaptei obras para o teatro, Cabeças Trocadas, lenda indiana, reescrita por Thomas Mann; Você me Ama, de Ronald D’Laing; Um Cão Cheio de Ideias, de minha autoria. Posso dizer que é uma relação complexa porque o adaptador deve transpor para o papel em forma de diálogos um texto literário denso.
Senti vontade de escrever sobre redações escolares, tema que merece cuidados
para ser elaborado nesta coluna. A redação é uma tarefa escolar enriquecedora por
estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas e hábitos saudáveis, como
buscar leituras de conteúdo.
Márcia Lobosco ao se referir à obra de Agatha Christie, imediatamente me reportei aos tempos adolescentes quando comecei a ir em livrarias e escolher livros; depois de colocá-los nas mãos, li algumas de suas histórias. Era o passatempo dos momentos em que ficava no quarto sem ter o que fazer; Agatha me fora uma agradável companheira de cabeceira. Quando iniciava a leitura, a história me pegava de cheio; eu lia sem querer parar e deixava de fazer outras coisas por conta do suspense, quer dizer, da vontade de querer entender a trama e desvendar seus mistérios.
Aqui não vou fazer um tratado sobre a pesquisa histórica, apenas quero refletir um pouco a respeito desse importante tema para o escritor. A pesquisa história é um método científico de análise dos fatos passados que nos permite conhecer e compreender os fenômenos naturais, culturais, psicológicos e sociais de uma época, situada num determinado espaço geográfico. Olhar para o momento atual, mesmo tendo conhecimento mínimo do passado, é enriquecedor. Até porque o presente possui vínculos intrínsecos com o passado, da mesma forma o futuro com o presente.
Neste ano, todas as semanas escrevi sobre literatura. Mas hoje, nos últimos dias de 2017, vou usar este espaço para desejar a todos um feliz ano de 2018.
Não quero fazer um cartão de boas festas. Apenas tenho a intenção de escrever sobre a grandiosidade deste ano que está porvir e que terá 252 dias úteis, 104 dias de final de semana e 10 de feriados. Ao todo, 8.760 horas para vivermos. Com paz e responsabilidade.
Os contos de fadas nos permitem conversar com o presente, o passado e o futuro. Quando se conta a história de João e o Pé de feijão, estamos fazendo uma viagem no tempo em mais de três mil anos. São histórias que podem ter surgido na pré-história e fazem parte dos primeiros registros literários, como a Bela e a Fera, e que se mantiveram vivas através da oralidade e, depois, recontadas por escritores, como os Irmãos Grimm. Além do mais, possuem atualidade. Será um mistério? Ou revelam a sensibilidade da vida.? Mais, ainda, a inteligência dos princípios universais?