Não raramente em um ponto de venda, durante o já mal tratado atendimento, precisamos nos deparar com outra mazela: funcionários que falam mal da vida, da empresa, dos colegas. Imediatamente imagino o quanto não fala mal de mim que não acato suas sugestões que me soam como ordens ou o quanto incompetente não é para trabalhar cercado de ‘incompetência’.
Marketing
E foi dada a largada para mais um grande prêmio Brasil de votação. Candidatos, candidatas, papagaios de piratas, arroz, oportunistas, ilustres desconhecidos, ex-BBBs, enfim, uma legião de gente querendo quase sempre se fazer, e raramente melhorar, concorre às vagas nas câmaras, senado, palácios de governo, e claro, a mais desejada, a presidência.
As eleições são transformadas por alguns participantes em um verdadeiro circo, com direito a mágicos, feras, atores transformistas, gente na corda bamba e, é claro, palhaços.
Diz o conto que um príncipe desocupado cismou com uma gatinha que nunca tinha visto antes, da qual, tudo que ele sabia a respeito era que ela usava um sapatinho de cristal. Diante do fato de não ter dados, razões, informações sobre sua cisma, passou a andar de joelhos, calçando todo tipo de pé. O conto não conta, mas dá pra imaginar que ele acabou pegando frieira, chulé, bicho de pé, olhando unha encravada, joanete e outras coisas nada interessantes, em busca de um pé que calçasse tal sapatinho.
Quatrocentas edições atrás eu escrevia um artigo, o primeiro, com este mesmo título, onde trazia à discussão se o tal do marketing era maldade ou eficiência, se era algo autêntico ou algo manipulador, se era o lado negro da força (como diria Darth Vader em Guerra nas Estrelas) ou se era luz como seu filho Skywalker.
Que o esporte já é um mundo de bons negócios, já sabemos faz tempo. A dedicação por amor por parte dos atletas se perdeu no tempo de Garrincha, Pelé e Rivelino. Pelé ainda usufrui de muitos holofotes, grana da publicidade e segue blindado sob o escudo de atleta do século e gênio do futebol que foi. Mas e essa turma que corre os gramados hoje?
Era uma vez, um sujeito, ele tinha características para se tornar cliente de uma determinada loja. Nosso herói estava sossegado assistindo a sua TV, ouvindo seu rádio no carro, dirigindo quando de repente, não mais que de repente vê um VT no intervalo, ouve um spot no rádio, é impactado por um busdoor, para não citar as inúmeras formas de propaganda e pronto, eis um cliente.
O estado nos seus muitos níveis de atuação tem quase sempre em comum a postura de que não somos consumidores, mas meros e obrigatórios contribuintes. A perspectiva de que não compramos o serviço, mas sim compulsoriamente o pagamos, muda a natureza da prestação de serviço e a relação de comprador e vendedor desobedece às leis da física de mercado.
Em qualquer mercado, existem os mais vendidos, os mais desejados e os mais ‘melhores’ (ui!).
Raramente estes personagens conseguem estar num mesmo produto, serviço ou marca. Ser o mais desejado, normalmente está associado à construção de uma marca forte, um produto top que encarna uma coleção de fatores que traz para si o senso de status, distinção e como tal não cabe muito a popularização.
Temos grandes marcas como Ferrari, Rolex e tantas outras baseadas em marcas de prestígio, aonde o ter é mais importante que os benefícios práticos de uso do produto.
Nossas calçadas, lojas, transporte, atrações culturais, restaurantes, tudo ainda apresenta grandes limitações para portadores de necessidades especiais. Outra coisa em comum é o status de tratar de forma igual a todos ou de diferente ou mesmo entre si.
O dilema de criar agrupamentos, ao mesmo tempo que tenta massificar, deixa o mercado confuso e contraditório.
Comida é pasto, bebida é água; você tem fome de quê? Você tem sede de quê? Diz a música Comida cantada pelo Titãs. Tudo bem que o mercado evolua e deixemos para trás o pasto e a água, que venha o caviar e o pró-seco, mas as coisas andam muito doidas em termos de comida e bebida, vejamos...