Não raramente em um ponto de venda, durante o já mal tratado atendimento, precisamos nos deparar com outra mazela: funcionários que falam mal da vida, da empresa, dos colegas. Imediatamente imagino o quanto não fala mal de mim que não acato suas sugestões que me soam como ordens ou o quanto incompetente não é para trabalhar cercado de ‘incompetência’.
Marketing
E foi dada a largada para mais um grande prêmio Brasil de votação. Candidatos, candidatas, papagaios de piratas, arroz, oportunistas, ilustres desconhecidos, ex-BBBs, enfim, uma legião de gente querendo quase sempre se fazer, e raramente melhorar, concorre às vagas nas câmaras, senado, palácios de governo, e claro, a mais desejada, a presidência.
As eleições são transformadas por alguns participantes em um verdadeiro circo, com direito a mágicos, feras, atores transformistas, gente na corda bamba e, é claro, palhaços.
Diz o conto que um príncipe desocupado cismou com uma gatinha que nunca tinha visto antes, da qual, tudo que ele sabia a respeito era que ela usava um sapatinho de cristal. Diante do fato de não ter dados, razões, informações sobre sua cisma, passou a andar de joelhos, calçando todo tipo de pé. O conto não conta, mas dá pra imaginar que ele acabou pegando frieira, chulé, bicho de pé, olhando unha encravada, joanete e outras coisas nada interessantes, em busca de um pé que calçasse tal sapatinho.
Em qualquer mercado, existem os mais vendidos, os mais desejados e os mais ‘melhores’ (ui!).
Raramente estes personagens conseguem estar num mesmo produto, serviço ou marca. Ser o mais desejado, normalmente está associado à construção de uma marca forte, um produto top que encarna uma coleção de fatores que traz para si o senso de status, distinção e como tal não cabe muito a popularização.
Temos grandes marcas como Ferrari, Rolex e tantas outras baseadas em marcas de prestígio, aonde o ter é mais importante que os benefícios práticos de uso do produto.
Nossas calçadas, lojas, transporte, atrações culturais, restaurantes, tudo ainda apresenta grandes limitações para portadores de necessidades especiais. Outra coisa em comum é o status de tratar de forma igual a todos ou de diferente ou mesmo entre si.
O dilema de criar agrupamentos, ao mesmo tempo que tenta massificar, deixa o mercado confuso e contraditório.
Comida é pasto, bebida é água; você tem fome de quê? Você tem sede de quê? Diz a música Comida cantada pelo Titãs. Tudo bem que o mercado evolua e deixemos para trás o pasto e a água, que venha o caviar e o pró-seco, mas as coisas andam muito doidas em termos de comida e bebida, vejamos...
Apesar da apologia ao baixo preço, o mercado de luxo vai bem, obrigado.
A cultura do preço baixo vem sendo consolidada considerando a invasão de consumidores ex-classe E, agora classe D, e por uma parcela destes que ascenderam e formam, junto com os que ali já estavam, a legião de consumidores da classe C, a grande população que faz do mercado de massa o balaústre do crescimento da economia da era Lula.
Muito se fala da comunicação, de seu valor. De modo geral a perspectiva simplista de que serve apenas para vender hoje e precisa estar apoiada sob o apelo de que é barato é uma distorção e uma injustiça total tentar definir a comunicação assim.
O valor residual da comunicação é um dos tesouros dela, ou seja, permite deixar lembranças e que mesmo tempos depois a mensagem ainda ecoa em nossos desejos de consumo e ainda revive os predicados e adjetivos formulados na comunicação.
Os negócios cada vez mais dependem da parcela de serviço para que sua roda dentada gire sem travamentos ou percalços maiores.
Empresas vendedoras de produtos estão cada vez mais sendo julgadas e escolhidas pela forma como prestam o serviço de venda, como saneiam as dúvidas, necessidades, como interpretam seus clientes, como entendem e como se comprometem com eles.
“Compre Batom”, “compre Batom”, repetia o mantra da propaganda do chocolate. Na verdade nada mais era do que uma alusão ao objetivo essencial do comercial que é “compre Batom”.
Deste modo a indústria não joga para perder, isso é sabido e cada vez mais verdade. Vender “de novo, novamente, mais uma vez e recomeçar tudo de novo” continua essencial e assim será. Se não for possível fazê-lo comprar mais do mesmo produto, então o foco é substituí-lo.