Não raramente em um ponto de venda, durante o já mal tratado atendimento, precisamos nos deparar com outra mazela: funcionários que falam mal da vida, da empresa, dos colegas. Imediatamente imagino o quanto não fala mal de mim que não acato suas sugestões que me soam como ordens ou o quanto incompetente não é para trabalhar cercado de ‘incompetência’.
Marketing
E foi dada a largada para mais um grande prêmio Brasil de votação. Candidatos, candidatas, papagaios de piratas, arroz, oportunistas, ilustres desconhecidos, ex-BBBs, enfim, uma legião de gente querendo quase sempre se fazer, e raramente melhorar, concorre às vagas nas câmaras, senado, palácios de governo, e claro, a mais desejada, a presidência.
As eleições são transformadas por alguns participantes em um verdadeiro circo, com direito a mágicos, feras, atores transformistas, gente na corda bamba e, é claro, palhaços.
Diz o conto que um príncipe desocupado cismou com uma gatinha que nunca tinha visto antes, da qual, tudo que ele sabia a respeito era que ela usava um sapatinho de cristal. Diante do fato de não ter dados, razões, informações sobre sua cisma, passou a andar de joelhos, calçando todo tipo de pé. O conto não conta, mas dá pra imaginar que ele acabou pegando frieira, chulé, bicho de pé, olhando unha encravada, joanete e outras coisas nada interessantes, em busca de um pé que calçasse tal sapatinho.
Dizem que nunca devemos ir sozinho a uma floresta onde viva um urso feroz. Caro leitor, responda mentalmente as duas perguntas que se seguem. Por que levar alguém consigo? É necessário ser um corredor mais ágil que o urso?
Leve sempre alguém com você, não para que possam lutar com o urso em caso de necessidade, mas sim para que o urso persiga seu parceiro ao invés de você. Para tal é fundamental que ao escolher a companhia você opte por alguém que corra menos que você!... por precaução, alguém que corra bem menos que você.
Nenhuma área leva tão a serio a perspectiva de que parecer ser é ato tão importante como ser, como o marketing.
Bem verdade que em muitos momentos em sua histeria coletiva o marketing se ilude com suas próprias purpurinas que acaba parecendo bem mais do que é; na melhor versão de uma mentira dita muitas vezes soa como verdade, se ilude com seu próprio reflexo ante o espelho cheio de maquiagem de catálogo.
Quatrocentas edições atrás eu escrevia um artigo, o primeiro, com este mesmo título, onde trazia à discussão se o tal do marketing era maldade ou eficiência, se era algo autêntico ou algo manipulador, se era o lado negro da força (como diria Darth Vader em Guerra nas Estrelas) ou se era luz como seu filho Skywalker.
Que o esporte já é um mundo de bons negócios, já sabemos faz tempo. A dedicação por amor por parte dos atletas se perdeu no tempo de Garrincha, Pelé e Rivelino. Pelé ainda usufrui de muitos holofotes, grana da publicidade e segue blindado sob o escudo de atleta do século e gênio do futebol que foi. Mas e essa turma que corre os gramados hoje?
Era uma vez, um sujeito, ele tinha características para se tornar cliente de uma determinada loja. Nosso herói estava sossegado assistindo a sua TV, ouvindo seu rádio no carro, dirigindo quando de repente, não mais que de repente vê um VT no intervalo, ouve um spot no rádio, é impactado por um busdoor, para não citar as inúmeras formas de propaganda e pronto, eis um cliente.
O estado nos seus muitos níveis de atuação tem quase sempre em comum a postura de que não somos consumidores, mas meros e obrigatórios contribuintes. A perspectiva de que não compramos o serviço, mas sim compulsoriamente o pagamos, muda a natureza da prestação de serviço e a relação de comprador e vendedor desobedece às leis da física de mercado.
Em qualquer mercado, existem os mais vendidos, os mais desejados e os mais ‘melhores’ (ui!).
Raramente estes personagens conseguem estar num mesmo produto, serviço ou marca. Ser o mais desejado, normalmente está associado à construção de uma marca forte, um produto top que encarna uma coleção de fatores que traz para si o senso de status, distinção e como tal não cabe muito a popularização.
Temos grandes marcas como Ferrari, Rolex e tantas outras baseadas em marcas de prestígio, aonde o ter é mais importante que os benefícios práticos de uso do produto.