Os italianos começaram a imigrar para Nova Friburgo na década de 80 do século XIX, e desde então tiveram uma participação significativa na cidade, notadamente como construtores, prestadores de serviço e em atividades culturais. Ficando no ostracismo da sociedade friburguense a partir de meados do século XX, pode-se atribuir este fato à Segunda Guerra Mundial (1939-45), que colocou italianos e alemães em Nova Friburgo em uma verdadeira saia-justa, devido ao fascismo e ao nazismo, respectivamente.
História e Memória

Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
A imigração dos alemães ao Brasil está diretamente relacionada com a organização militar do país, ocorrida no Primeiro Reinado. O fim da era napoleônica trouxe paz à Europa e a desmobilização dos exércitos devolvera à vida civil milhares de soldados. Era uma geração nascida e criada na guerra e para o qual não havia emprego e nem alimento suficiente devido ao excesso de população dos países e Estados europeus. Como o Exército brasileiro era deficiente, optou-se pela contratação de mercenários, ou seja, soldados experientes em combate.
Dermeval Barbosa Moreira, conhecido em Nova Friburgo como um médico morigerado e caridoso, estranhamente resolve diversificar a sua atividade profissional. Juntamente com o seu cunhado, edificou no local denominado “cascata” um suntuoso prédio destinado a um hotel cassino, o Cassino Cascata. Construíra esse cassino, ao que parece, em sociedade com os mesmos empresários do Cassino da Pampulha, Cassino da Urca e do Quitandinha. No entanto, quando o prédio estava praticamente pronto, eis que o jogo de azar passa a ser proibido no país pelo Governo Dutra e o cassino virou um elefante branco.
Gilberto Freyre, não obstante a genialidade de sua obra sobre a história do Brasil, adocicou com o açúcar colonial as relações raciais em nosso país, descrevendo um idílico cenário de democracia racial brasileira. Freyre argumentava que a distância social, no Brasil, fora resultado muito mais de diferenças de classe do que de preconceitos de cor ou raça.
Pode causar estranheza, mas muitas vezes os historiadores se valem de fontes que o senso comum pode até considerar bizarro, mas que fornecem ao pesquisador material suficiente para se reconstituir as relações familiares, as mentalidades, as visões de mundo, o comportamento, entre outras informações. Assim o fez o historiador francês Philippe Ariès em dois volumes de sua obra O Homem perante a Morte, um clássico no tema.
O ano era o de 1964. César Lívio (06/01/1943) era estudante secundarista do Colégio Municipal Rui Barbosa do turno da noite. Saindo do trabalho na fábrica Filó, dirigiu-se ao Colégio Rui Barbosa e, como fazia sempre, tomou o mingau que era oferecido aos alunos enquanto esperava no pátio da instituição o início da aula. Mais um dia na rotina de César Lívio entre o trabalho e o colégio. No entanto, aquele não foi um dia de aula qualquer. Foi um dia atípico. Antes mesmo do início das aulas, um jeep do Exército estacionou em frente ao colégio, saindo seis soldados dele.
Nova Friburgo, no final do século XIX, vivia a sua belle époque. As epidemias frequentes de febre amarela que a todo verão assolavam o Rio de Janeiro, fazia com que os cariocas migrassem para Friburgo e aí permanecessem até que cessasse a epidemia. Mas o que tem a ver a belle époque com epidemias de febre amarela? Ora, naturalmente migravam para Nova Friburgo os cidadãos cariocas mais abastados, que chegavam a permanecer seis meses na cidade, incrementando a sua vida social. Este público atraía, igualmente, inúmeras companhias teatrais e os melhores circos da época.
Este ano comemora-se o centenário do nascimento do grande compositor carioca Noel Rosa, nascido em 11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro. Nada mais oportuno que falar de Noel Rosa neste momento em que passa o Rio Janeiro, onde as elites cariocas finalmente derrubam os muros da “cidade partida”, como definiu Zuenir Ventura, e o poder público volta sua atenção às comunidades das classes populares do Rio Janeiro. Noel Rosa já se antecipara nessa vinculação entre o asfalto e o morro.
“A belezas magníficas que Friburgo ostenta, com seus horizontes orlados por imensas serras de granito, atalaias naturais da cidade dos cravos rubros e das camélias brancas; os panoramas maravilhosos que se abrem para todos os lados, sempre variados, sempre diversos, encantando o viajante que não cessa de mirá-los com olhos fascinado de ver (...) Friburgo é assim uma cidade que encanta (...) pelos matizes e nuances dos painéis que surpreendem, como telas aprimoradas por um artista divino...” Essa citação está inscrita no jornal O Nova Friburgo de 1935 em uma matéria que trata dos lugares pit
No carnaval de 1901, a imprensa noticiou cenas de violência da polícia contra os cidadãos friburguenses que procuravam se divertir durante os folguedos carnavalescos. Policiais que se achavam em ronda no Beco do Arco(atual Rua do Arco) causaram grande distúrbio, pondo em completa debandada os “mansos transeuntes e os inocentes assistentes”.