Blue Light

Ana Blue

Blue Light

O que dizer dessa pessoa que a gente mal conhece, mas já considera pacas? Ana Blue não tem partido, não tem Tinder, é fã de Janis Joplin, parece intelectual mas tem vocação mesmo é pra comer. E divide a vida dela com você, todo sábado, no Blue Light.

06/11/2015

Essa semana, dia 5, foi Dia Nacional da Cultura — e bem que eu gostaria de ter comemorado. A data, escolhida em razão de ser o dia de nascimento de Ruy Barbosa, uma das maiores personas do Brasil, inclusive figurinha carimbada em terras friburguinhas, é só mais uma de tantas datas que celebram algo sem sentido prático ou real, tal qual o natal ou o dia dos namorados: celebra-se o protocolo da homenagem, mas se esquece do personagem central da dita-cuja.

Leia mais
30/10/2015

Eis que é chegada a última semana desse mês de outubro que teve quinhentos dias além do calendário oficial. Entre a pretensa proibição da pílula do dia seguinte, a Valentina, a redação do Enem e o sábado de dia das bruxas, muita coisa aconteceu nesse Brasilzão. Tudo constatando uma verdade: mulher nasceu mesmo predisposta a ir pra fogueira.

Leia mais
24/10/2015

Acabei de alterar a primeira frase do texto de hoje. O que eu tinha pensado antes vai virar introdução do terceiro parágrafo. Porque às vezes estou escrevendo algo bonito e cheio de vida, mas aí passa um vento e paralisa a minha cara, eu bato o dedinho numa quina de móvel, gripo, levo um coice de uma mula, atropelo um ciclista, encontro um credor, sei lá, acontece qualquer um desses imprevistos que tiram todo o brilho da gente. Aí, o que que eu ia dizer mesmo? Os dias são tomados de um véu negro de repente. Eu ia falar dos lindos olhos de Julia, filha da Dalva?

Leia mais
16/10/2015

Diz Fabricio Carpinejar que para o amor, banco de praça já basta e eu concordo plenamente. Amores que não passeiam nas praças não são amores, são apenas conexões mal encaixadas, que se esgarçam com o tempo. Acasos, ânsias, falhas nas nossas Matrix sentimentais. O amor, não. É idealista de nascença e de morrência. Enxerga só o que quer. Come só o que quiser. E anda, passeia (mãos dadas) na praça: casquinha de Mc Donalds, hippie vendendo brinco, cocô de pombo na mochila nova, paciência. Amor é banco de praça.

Leia mais
09/10/2015

Abro o facebook pelo celular logo cedo, como todos os dias (ou pelo menos até quando a internet aberta da rua funcionar lá em casa). E entre as frases bonitas das moças bonitas nas academias e as crianças despedaçadas que os desavisados teimam em compartilhar e as rejeições acaloradas ao governo do PT, me deparo com o status de Kayte falando sobre as milhares de pessoas pobres vitimadas pela violência todos os dias no Brasil e que não estampam as capas dos jornais, ao passo que a classe média, quando tem uma vida ceifada pelo crime, vira assunto de programa de televisão.

Leia mais
02/10/2015

É uma pena que os bares tenham morrido. As famílias do estatuto agradecem, mas a verdade é que os bares eram ambientes muito mais legais antigamente. Ou nem tão antigamente assim: pelo menos pra minha geração, que aos vinte e poucos anos queria ser trinta e agora depois dos trinta quer voltar aos vinte e poucos. Estamos falando de um espaço de tempo curto, quinze anos no máximo, entre o tijolão, o Nokia de cobrinha e o iPhone que custa o preço de um carro usado popular. Em dez anos evoluímos nosso aparato digital tanto quanto atrofiamos a capacidade mental, cognitiva, comportamental.

Leia mais
25/09/2015

Eu tenho crises de pânico e peço, por um momento, que todas as mães se reconheçam.

Leia mais
19/09/2015

Eu quis fazer parte de um fã clube de Sandy & Júnior, porque não entrava na minha cabeça gostar de alguém que não sabia que eu existia. E chegar aos ídolos, naquela época, só pagando mensalidade de fã clube. A dupla foi o meu último suspiro de infância, por obra e graça divina das fitas K7 que insistentemente ganhei aniversário após aniversário, natal após natal. Acho que acompanhei a carreira deles até ela fazer par romântico com Paulinho Vilhena.

Leia mais
11/09/2015

A peregrinação constante rumo às missas da Paróquia de Santa Teresinha me reservou boas descobertas gastronômicas numa época em que engordar era a menor das minhas preocupações. Desde o trailer de aparência desleixada, mas misto quente maravilhoso da praça de Conselheiro Paulino até o pão fresquinho da antiga Padaria Matinal. O Fruit Mel, um fandanguinho doce que só encontro numa bomboniere de lá. Até em dias de festa e barracas mais pomposas, como a de Folia de Reis ou a própria festa da santa mais amada do bairro, nossa preferência sempre pesava para o lado do trailer feioso.

Leia mais
28/08/2015

Você sabe quando está prestes a fazer a maior besteira da paróquia. Sempre sabe. Algum fio de nylon invisível liga todas as tormentas possíveis de acontecer na sua vida e você tropeça nesse nylon toda hora. Tem algo que te puxa, que te prende. E você vai, claro. Eu aposto que você não se lembra da primeira vez que comprou Yakult naquela padaria. E você compra há muitos anos, é um relacionamento especial. Eu aposto que você não lembra se o cobrador do ônibus que você pegou de manhã tinha um brinco na orelha. E você pega esse ônibus todos os dias.

Leia mais