Pelo que diz a ciência, nós estamos habitando o planeta há pelo menos 150 mil anos, o que comparado a outras espécies é quase nada. Mas, desde que temos noção do perigo de doenças ou de guerras nucleares ou de asteroides gigantes que venham colidir conosco e destruir nosso mundo, a humanidade tem vivido tempos de terror. Como se não bastasse tudo isto, temos enfrentado outras formas de inimigos, diga-se, microinimigos, cada vez mais poderosos e totalmente invisíveis.
A Saúde da Mulher
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
Um problema que já vem afetando a vida de uma das maiores potências do planeta, os Estados Unidos da América, a obesidade, também começa a preocupar as autoridades responsáveis pela saúde dos brasileiros. Não existe uma só parte do corpo humano que não seja atingida pelo excesso de peso. Desde o coração, passando pelo pâncreas e pelo fígado e batendo forte nas articulações, popularmente chamadas de juntas, todo o nosso organismo paga alto preço para conviver com um peso acima do que ele foi feito para suportar.
Uma parte do nosso corpo, importantíssima, e sem a qual ninguém consegue viver bem, é a boca. Muito mal cuidada por uma grande maioria. Na verdade muita gente só lembra que ela merece atenção quando as coisas vão mal. A odontologia e a medicina sabem, desde muitos anos, que um sem número de doenças que atingem outros órgãos do corpo humano começam pela boca, por dentes mal cuidados, onde são geradas infecções que afetam desde o coração até o corpo da mulher grávida.
A maioria das pessoas que estão com mais de sessenta anos de idade fazem parte de uma geração que não foi educada para a importância da atividade física como elemento de melhoria da saúde. Ao contrário dos jovens de hoje, que desde a infância são criados dentro deste conceito. Ao se tornarem adultos, já trazem bem solidificada a ideia de que exercícios físicos e saúde do corpo e da mente caminham sempre lado a lado.
Um dos grandes problemas de saúde pública nos dias de hoje é a depressão. Completamente diferente de alguns episódios de tristeza ou de desapontamento com situações do dia a dia, que podem atingir as pessoas em algumas fases de suas vidas, a depressão é uma doença que pode derrubar qualquer indivíduo por mais forte que ele se julgue.
Quando se diz que alguém pode morrer de vergonha, é um fato real. Recordo um caso que soube, ocorrido há muitos anos, de uma mulher ainda jovem, residente em zona rural do município e filha única de um casal já idoso. A jovem, depois de um namoro não muito longo e sempre na casa dos pais, marcou o casamento, que foi realizado na pequena igreja da localidade. Uma parenta da moça ensinou como usar a pílula anticoncepcional, mas a jovem não foi a nenhum médico: simplesmente começou a tomar a pílula como lhe foi dito.
Durante uma entrevista que fiz com uma jovem psicóloga, Camila, filha de dois colegas médicos em nossa cidade, Carlos Pires Leal e Miriam, abordamos temas bastante importantes relacionados aos idosos, assunto pelo qual Camila tem bastante interesse e segundo me disse já teve oportunidade de trabalhar em casas de convivência da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Entre os vários itens que abordamos, um ressaltou muito pela delicadeza e sofrimento que impõe ao idoso: a solidão.
Muitos anos atrás, durante uma excursão da seleção brasileira de futebol por países árabes, um repórter de uma emissora de TV do nosso país, percorrendo uma espécie de shopping center daquela época, ficou espantado com a quantidade de cordões e joias de ouro penduradas no teto de uma das lojas, pois elas ficavam ao alcance das mãos. Perguntou a um dos vendedores, que falava inglês, se não havia perigo de alguém roubar alguma delas. O homem pensou um minuto antes de responder e então perguntou ao nosso repórter se ele trocaria uma das mãos por alguma daquelas peças de ouro.
Num encontro casual com uma professora aposentada, que dedicou toda sua vida ao trabalho com adolescentes, e que teve a missão de dirigir por muitos anos uma das maiores escolas públicas da cidade, surgiram questões muito interessantes a respeito das relações dos adolescentes com seus pais e seus professores. Relembramos de tempos passados quando os professores eram vistos pelas famílias como seus aliados na educação dos jovens e que se entendiam muito bem nas questões relacionadas a este respeito.
Apesar de a coluna ser dedicada a temas mais relacionados ao sexo feminino, não pode deixar de abordar questões relativas aos homens, as quais de forma direta também afetam suas companheiras. O dia a dia mostra que, quando um dos membros do casal passa por alguma forma de doença, mesmo que passageira, o outro, se assim podemos dizer, adoece também. Neste sábado passado, próximo do caixa de uma padaria, ouvi dois amigos comentando “é rapaz, a coisa é feia mesmo, quem diria que até o Pelé, com tantos recursos e rico daquele jeito, teve que operar a próstata de urgência“.