Um crime atrás do outro

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Muitos anos atrás, durante uma excursão da seleção brasileira de futebol por países árabes, um repórter de uma emissora de TV do nosso país, percorrendo uma espécie de shopping center daquela época, ficou espantado com a quantidade de cordões e joias de ouro penduradas no teto de uma das lojas, pois elas ficavam ao alcance das mãos. Perguntou a um dos vendedores, que falava inglês, se não havia perigo de alguém roubar alguma delas. O homem pensou um minuto antes de responder e então perguntou ao nosso repórter se ele trocaria uma das mãos por alguma daquelas peças de ouro. O jornalista entendeu a resposta do vendedor e a severidade das leis daquele país, guiadas pelo Alcorão, a bíblia deles. Este acontecimento foi motivo de muitas conversas nas rádios e TVs brasileiras e também nos jornais. Piadas de toda sorte foram feitas sobre o assunto e uma das mais conhecidas dizia que se tal lei fosse aplicada aqui seríamos uma nação de manetas, gente de uma só mão, e a galhofa era geral. Mas voltando aos dias de hoje e à nossa triste realidade de uma nação de leis ultrapassadas e brandas que não intimidam quem se decide em viver na bandidagem, quais tipos de penalidade seriam eficazes para intimidar essa gente? Nas ruas nós ouvimos de tudo um pouco, é o povo expressando sua raiva, sua decepção. De um lado temos aqueles que acreditam que uma legislação do tipo dente por dente, olho por olho daria melhor resultado, pois o criminoso profissional iria saber que receberia na própria carne o mal que causasse a sua vítima. De outro lado, gente menos agressiva pondera que devemos deixar que a Justiça julgue e puna aqueles que praticam o mal por livre opção, mas que as leis precisam de mudanças e atualizações urgentes. Também devemos citar os que se declaram defensores dos direitos humanos e que procuram ver os mesmos criminosos com um olhar menos agressivo, procurando nas suas infâncias e adolescências razões que explicariam aquela opção pela vida de crimes e roubos e seu ódio pelas leis e pela sociedade. Muitos dizem que o planeta está com uma superpopulação de sete bilhões de habitantes, dos quais cerca de dois bilhões sofrem de fome e doenças. Que o dinheiro que se gasta com as prisões e alimentação de cerca de quinhentos mil presos, que mesmo de dentro das penitenciarias mandam incendiar ônibus e matar policiais, seria melhor usado para cuidar de crianças que ainda podem ser tiradas das ruas e recuperadas para  o caminho do bem. São muitas propostas vindas do cidadão comum, que precisa ser ouvido porque é ele quem paga a conta de tudo isto. E finalmente uma pergunta que muita gente faz nas ruas do Brasil: será que algum traficante daqui teria coragem de tentar entrar na Indonésia levando drogas, depois que eles passaram a fuzilar estes criminosos? É mais provável que fiquem por aqui mesmo!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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