Tem pessoas que nascem para servir e não para servir-se da vida. E os bons ventos conspiram a favor dos seus objetivos. O Dr. Feliciano Costa nasceu com essa estrela. Após os primeiros estudos foi ser marinheiro e, logo em seguida, formou-se em medicina. Aí começa a história de alguém que nasceu com a missão de servir ao seu povo. Atendia pela manhã no consultório enquanto sua esposa ficava na porta recebendo pelas consultas. Por ele, nada seria cobrado. Fazer o bem era o seu jeito de ver a vida. Mas ele queria mais. Foi mordido pela mosca azul da política e se elegeu prefeito duas vezes.
Recado de Jorginho Abicalil

Jorginho Abicalil
Recado de Jorginho Abicalil
Como era Friburgo antigamente? O que o tempo fez mudar? O que não mudou em nada? Essas e outras questões são abordadas, aos fins de semana, na coluna “Recado de Jorginho Abicalil”, onde o cronista relata a Nova Friburgo de outros carnavais.
Hoje eu vou falar do meu sangue, da colônia libanesa, honra e glória do comércio friburguense. A Casa Libaneza foi fundada em 1920 por José Jorge Abicalil e Haiffa Bechara Abicalil, portanto, 95 anos de balcão. Anos mais tarde, Genserico e Nair fizeram Luizinho, Eliane e Marise terem paixão pelo balcão. É ele quem diz a quantas você anda na vida, se alegre, se simpático, e, principalmente, o que rege todos os momentos de sua vida: a paciência. A Casa Libaneza é a segunda loja mais antiga da cidade, a primeira é a Camisaria Friburgo, dos El-Jaick.
Minha praça é o meu canto,
meu sorriso, meu pranto.
O meu jeito de viver
O Eldorado, olhos de ontem,
o detective Spencer Tracy,
o mocinho Dick Tracy.
Sinatra "the voice”, o fox,
James Cagney, lutador de box.
Grupo escolar Ribeiro de Almeida,
Dona Georgeta Crelier,
por cima dos óculos pode crer
é disciplina de viver:
Dona Josefina, Dona Laura,
ensinavam a crescer,
sabendo um pouco de tudo
cultura geral ao amanhecer.
No coreto, a retreta,
O carnaval em 40 e 50 no Clube do Xadrez era a maior empolgação. Não existia nada igual. O chão tremia com o povo pulando sem parar e cantando tudo o que a orquestra tocava. As serpentinas eram lançadas de ponta a ponta do salão. Os confetes eram jogados nos corpos suados e o lança-perfume rolava solto, naquele tempo podia. Quando a orquestra atacava "Mamãe eu quero”, a poeira subia e ninguém ficava nas mesas. Às seis horas da manhã, orquestra, sócios, convidados e turistas cantavam pelas avenidas levando todos para a Leopoldina, onde a "Maria fumaça” os levaria de volta ao Rio.
Tem dias que você levanta e o ar está pesado, tá tudo estranho e não tem explicação. Você consulta o horóscopo que diz dia propício para grandes transformações. Vou pro trabalho, não tem outro jeito.
Secretária – Telefone do Roberto Medina, é urgente!
J.A. – Diga lá, meu chefinho, qual é a boa?
R. M. – Larga tudo e vem pra cá, tem uma bomba.
J.A. – Dê as ordens.
R. M. – Peguei o Maluf e precisamos fazer o jingle.
1982. Eleição para o governo do Estado do Rio. Quatro candidatos: Miro, Sandra, Moreira e Brizola.
Toca o Miro.
"Miro, pega aquele grito de guerra do flamengo, mengôôôôôô, mengô...faz uma primeira parte falando em mudança e tá tudo ok. Manda a nota.”
Sambão:
Tá na hora desse jogo mudar
meu irmão, tá fogo de segurar
bota a bola pra fente
vamos vencer
o time da gente
é o PMDB, com Miro e você.
Mirôôôôô, Mirô!
Em seguida, toca a agência da Sandra.
Nunca soube explicar que sentimentos tão profundos invadiam a minha alma e o meu coração toda vez que pisava na Rua Baronesa pra ver os treinos do Esperança. A começar pelo adeus que era presenteado pela família do Tenente Menezes, todos na janela, sorridentes e com as maõs esticadas me saudavam. Sentia que era querido e nada mais me passava pela cabeça. O bem-estar aumentava vendo o Rainha, já uniformizado, fazendo embaixadas e indo em direção ao campo. Pauloca, com o seu sorriso educado, perguntava a Wilma "o que era aquilo”, e ela respondia, "ele é rainha e pode tudo”.
Ricardo-Rick e Leonardo-Leco trabalhavam na mesma agência de publicidade. Rick, redator, criava spots para rádio e filmes para TV. Aos quinze anos já dominava o inglês, espanhol e francês. Lia Drummond, Pessoa e curtia as crônicas que a Clarice Lispector publicava no jornal. Leonardo-Leco-RTVC (sigla pra quem cuida da parte de rádio, televisão e cinema dentro de uma agência), cedo já ouvia Beatles, Metallica, Luiz Gonzaga e Paulinho da Viola. Eclético o nosso menino.
Domingo passado no programa do Fautão, Fernanda Montenegro entregou a William Bonner o troféu Mario Lago. Eis o relato do Jornal Nacional.
Após um dia de trabalho, um banho morno com sabonete de eucalipto, um short e uma camisa de português com três botões, estava pronto para saber das nacionais e internacionais.
— O que vamos comer, Maria?
— Arroz, feijão, bife e Cid Moreira.
— Que isso, Maria? Você anda vendo filme pornô? Corta o Sexy Hot do quarto da empregada!
— É patrão, lavou tá nova e ainda…
— Ainda, Maria? Quer dizer que…
Alê, Alê, Alexandre Gazé, você deveria vir pra Friburgo nos anos 50! Você ia ver o Bonim estraçalhando pelas quebradas da direita no Fluminense. Ele fazia com o Pedrinho uma dupla tipo Pelé-Coutinho. O Bonim enfrentava os seus marcadores com dribles curtos e desconcertantes e deixava-os no chão. O Pedrinho, num toque de primeira, servia ao Jardel na marca do penalty e aí, não tinha jeito, Gazé, era bola no barbante. O Jardel tinha umas passadas que mais pareciam com Ademir da Guia, o famoso "queixadá”.