Colunas
Maluf
Tem dias que você levanta e o ar está pesado, tá tudo estranho e não tem explicação. Você consulta o horóscopo que diz dia propício para grandes transformações. Vou pro trabalho, não tem outro jeito.
Secretária – Telefone do Roberto Medina, é urgente!
J.A. – Diga lá, meu chefinho, qual é a boa?
R. M. – Larga tudo e vem pra cá, tem uma bomba.
J.A. – Dê as ordens.
R. M. – Peguei o Maluf e precisamos fazer o jingle.
J.A. – Olha Roberto, tenho uma ideia. Precisamos fazer algo diferente, nada de marchinha e sambinha. O candidato tem uma rejeição muito grande e precisa de um diferencial que comova. Vamos fazer uma balada bonita, uma declaração de amor a São Paulo, temos que gostar dele. E foi criada a balada moderna.
Canto – Eu amo um lugar
Meu estado de amar
Que brota do chão
Meu grande país
Vibrei coração
Você vai voltar
Pra gente ser feliz
Desta vez eu sei
Que vai ser diferente
Porque a gente quer
E batalhar pra vencer
E ter um grande desafio
Pra encarar
São Paulo é Paulo
Porque Maluf é o meu voto vendedor
Pra frente
São Paulo, por São Paulo
Meu amor!
Os cantores interpretam como se fosse um show ao vivo, alternando os solos com contracantos, tudo na maior emoção.
Terminada a gravação, vem a notícia, Roberto Medina foi sequestrado.
E o que eu faço agora? Sinto pelo amigo, a televisão não para de falar e eu sem saber o que fazer.
Passados uns dez dias, o Duda Mendonça me toca.
Duda – Pode me entregar o material, o Maluf pediu pra eu assumir a campanha.
E assim foi feito.
O jingle foi premiado pelo colunista como o melhor do ano. Depois de muitas conversões o Medina foi solto, pagando um alto resgate.
E no fim das eleições o Orestes Quércia derrotou o Maluf e foi eleito governador de São Paulo.
Nem sempre o melhor jingle elege um candidato. Quem se elege, é ele, o candidato. O jingle, às vezes, ajuda.

Jorginho Abicalil
Recado de Jorginho Abicalil
Como era Friburgo antigamente? O que o tempo fez mudar? O que não mudou em nada? Essas e outras questões são abordadas, aos fins de semana, na coluna “Recado de Jorginho Abicalil”, onde o cronista relata a Nova Friburgo de outros carnavais.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário