Jornal Nacional

sábado, 27 de dezembro de 2014

Domingo passado no programa do Fautão, Fernanda Montenegro entregou a William Bonner o troféu Mario Lago. Eis o relato do Jornal Nacional. 

Após um dia de trabalho, um banho morno com sabonete de eucalipto, um short e uma camisa de português com três botões, estava pronto para saber das nacionais e internacionais. 

— O que vamos comer, Maria? 

— Arroz, feijão, bife e Cid Moreira. 

— Que isso, Maria? Você anda vendo filme pornô? Corta o Sexy Hot do quarto da empregada! 

— É patrão, lavou tá nova e ainda… 

— Ainda, Maria? Quer dizer que… 

— É isso, ninguém tem reclamado! 

 

Então vamos ao Cid Moreira! O outro locutor era o Hilton Gomes, conhecido pelas suas reportagens com domínio pleno do inglês, também foi oi apresentador do Fic. Depois, o destino lhe tirou do ar. Veio a temporada do Léo Batista, tarimbado da TV Rio. Um locutor de rádio chamava a atenção pela sua atuação moderna, sem a valorização dos esses de antigamente, era o Sérgio Chapelin, logo contratado. Fez com o Cid uma dupla dinâmica na interpretação das notícias. Mais tarde, foi deslocado para o Globo Repórter e Cid Moreira para o Fantástico. A credibilidade dos dois dava um toque de classe à nova empreitada. Mas a Globo, sempre inovando, declara que os seus jornais tinham que ser apresentados por jornalistas formados. Um locutor da Bandeirante de São Paulo chamava a atenção, William Bonner, bom de áudio e vídeo, com uma presença de grande personalidade. Formou com sua mulher, Fátima Bernardes, o casal vinte da TV brasileira. Fátima queria alçar outros voos, sair da bancada e mostrar o corpinho ao lado de outras celebridades. Pronto! O horário da manhã foi valorizado e vendido para anunciantes, variedades com uma produção versátil. Pegou e deixou de ser horário de crianças. Patrícia Poeta veio do Fantástico para assumir a bancada. Show completo com Bonner, o dono da bola. De repente a notícia: vou para o núcleo de entretenimento, acabou o prazo da minha presença no JN. Aí pinta a grande novidade. Renata Vasconcelos, que já brilhava no Bom Dia Brasil, veio com uma bossa diferente. Mais sorriso e uma ajudinha das mãos para vender as notícias. Ganhou o jogo. O jornal ficou ainda mais leve e seu tom adaptou-se rapidamente ao Bonner. É jornalista formada e tarimbada, marca presença com olhos fixos na lente da câmera. É um novo JN, com duas feras do vídeo fazendo companhia ao nosso jantar. Que dure muito tempo esta presença dos dois. É um presente aos telespectadores ávidos por notícia e bom gosto. Gostamos de ver uma jornalista culta e bonita nos fazendo companhia. A digestão é feita sem sentir e estamos prontos pra cadeira de balanço. A mulher vai para as novelas e nós, com as mãos na cabeça pensando nos afazeres de amanhã. E qual será a da Poeta? Que tipo de entretenimento virá? Espero que seja algo de muita qualidade, explorando a imagem limpa que ela tem. E assim é a Globo. Pagou uma nota pro Boni não ir pra outra emissora. Paga um salário para o Cid ficar em casa gravando "Os Salmos” no seu próprio estúdio, jogando tênis, bebendo vinho e tendo ainda, aos 84 anos, a mesma voz dos vinte. A Globo não permite que seus contratados mais ilustres, aqueles que são a sua cara, façam comerciais. De vez em quando abre um precedente, como foi o caso do Toni Ramos gravando Friboi e ganhando uma nota pretíssima. Ficou a curiosidade no ar: quem é o dono da Friboi pra ter tanto prestígio assim? Somente um grande anunciante poderia conseguir esta façanha. Mas o Toni merece, é um ator que a Globo inteira gosta. Decora os textos, não falta, chega na hora, não entra em picuinhas e vive falando bem da mulher com que vive harmoniosamente. O Toni é uma figuraça e ganha um presente quem conhecê-lo. Já a Globo, não é fácil não. 

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Jorginho Abicalil

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Recado de Jorginho Abicalil

Como era Friburgo antigamente? O que o tempo fez mudar? O que não mudou em nada? Essas e outras questões são abordadas, aos fins de semana, na coluna “Recado de Jorginho Abicalil”, onde o cronista relata a Nova Friburgo de outros carnavais.

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