Dia 16 de maio, um marco na história de Nova Friburgo

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Estamos a exatos sete dias uma semana do bicentenário de Nova Friburgo, e apesar da cidade não ter tido os cuidado necessários por parte das autoridades, nada deve prejudicar a grandeza de tal comemoração. Tenho certeza que em cidades com mais amor pelo seu passado, os responsáveis pela gestão de seu destino, no mínimo, se preocupariam com um embelezamento e cuidado a mais, para que aqueles que aqui vierem prestar homenagens à Suíça Brasileira tivessem outra opinião sobre ela.

Ainda bem que as belezas naturais de Nova Friburgo permanecem vivas, apesar do descaso de suas autoridades, com uma ocupação desordenada e agressiva ao meio ambiente. Para comprovar essa afirmação, basta ir ao bairro Cônego e verificar o que digo, com condomínios surgindo a cada minuto, principalmente no alto das montanhas, cuja visão sempre encantou visitantes e moradores.

Não sou friburguense de nascimento, apesar de ter adotado esta cidade, pois aqui vivo desde 1977, inclusive tenho um filho que aqui nasceu. Acompanho, nesses longos 41 anos, ao desmantelamento sistemático que a cidade vem sofrendo, com uma classe política despreparada, pois ao longo desse período raríssimos foram os prefeitos que se preocuparam com ela. Seus interesses pessoais sempre estiveram acima de tudo. E, o que é pior, jamais procuraram estudar as origens da Terra do Cão Sentado, a riqueza de sua formação, já que além de suíços tivemos alemães, húngaros, espanhóis, italianos, portugueses, a nata da civilização ocidental. Sem nos esquecermos, jamais, dos japoneses e, principalmente, dos africanos que com sua mão de obra escrava, contribuíram em muito para o que Nova Friburgo foi um dia.

Nova Friburgo não merece esse destino, mas literalmente desceu da sela para a cangalha. Na realidade, esse reencontro com o passado, o resgate de sua história, tem muito a ver com um suíço, Martin Nicoulin, que resolveu fazer de sua tese de doutorado, um relato da saga das 600 famílias helvéticas que partiram de Estavayer-le-Lac, em 1819, com destino ao Brasil e a Nova Friburgo. E, por Heródoto Bento de Melo e seu irmão Ariosto, que em 1978 promoveram o primeiro encontro de suíços e friburguenses, marco de uma nova era na relação entre os dois povos. Pena que Heródoto faleceu na semana passada e não poderá estar presente numa comemoração que tem o seu dedo.

Por isso, hoje, me dirijo a você friburguense, que apesar dos pesares, ama sua cidade e quer sempre o seu bem. Sei que muitos não tinham ou têm a mínima ideia do que foi a sua fundação, pois o município nunca se preocupou em ensinar suas origens, nas escolas, enchendo suas cabeças com uma história do Brasil totalmente irreal e sem sentido. No entanto, no próximo dia 16 de maio, Nova Friburgo completa 200 anos de existência e a você cabe um momento de reflexão, para participar dos eventos que vão relembrar um passado de grande importância para a vida de Friburgo e, porque não, para que nas próximas eleições, saiba separar o joio do trigo e eleja apenas aqueles que, realmente, se preocupam com o destino do local em que você nasceu.

Uma caravana de suíços, mais ou menos 140 pessoas, muitos de famílias dos que aqui fincaram raízes, além de autoridades, inclusive o presidente da confederação helvética, estarão participando do grande desfile de 16 de maio, ao longo da Avenida Alberto Braune. Adultos, jovens e crianças estão se preparando, para que esse momento fique gravado para sempre na memória da cidade. Portanto, vá para a avenida com o único pensamento de participar de um evento que, sem dúvida, será marcante e ficará escrito para sempre na memória de Nova Friburgo.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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