A revolução de 1930 surgiu para derrubar a República Velha, cujo poder político se concentrava nas mãos das oligarquias estaduais, que tinham como base aliada local a figura dos coronéis. Em Nova Friburgo, Galdino do Vale Filho defendia essa oligarquia e quando a Revolução de 1930 eclodiu, ele foi perseguido por Getúlio Vargas. Saiu de Friburgo e se exilou fora do país.
História e Memória
Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
O jornal A VOZ DA SERRA publicou uma matéria, no dia 27 de novembro, sobre a carceragem da Vila Amélia. A reportagem trata das péssimas condições deste setor de custódia, com celas mofadas, presos dormindo amontoados e os banhos feitos pelos detentos com garrafa pet. O conhecido “boi”, um buraco que fica no meio da cela onde os presos fazem suas necessidades fisiológicas, entupidos, causando um odor insuportável. “Masmorras medievais” e “campos de concentração” foi assim representada a carceragem pelo chefe da Polinter.
Como disse na semana passada, a Marinha desejava estabelecer em Friburgo uma enfermaria para cura de seus oficiais e praças acometidos por beribéri. Para tanto, iniciou negociações para aquisição do Instituto Hidroterápico que havia em Friburgo. No entanto, Rui Barbosa, veranista habitué em Friburgo, fez uma brilhante defesa contra a instalação de um hospital do coração da cidade salubre.
Nova Friburgo foi em sua história um município matizado por diversas cores com imigrantes suíços, alemães, italianos, portugueses, espanhóis e libaneses. No entanto, a partir de 1910, ganhou tons mais fortes da cultura alemã que conduziu Nova Friburgo para uma nova etapa de sua história: a industrialização.
Quando comecei a escrever em A VOZ DA SERRA intitulei a coluna de história e memória. História, por tratar das fontes tradicionais e memória para resgatar os acontecimentos do passado, narrada por indivíduos que foram testemunhas ou partícipes da história local.
Como disse anteriormente, a Marinha desejava estabelecer em Friburgo um sanatório para cura de seus oficiais e praças acometidos por beribéri. Depois de ter negociado a aquisição do Instituto Hidroterápico e do Hotel Leuenroth, foi impedido nestes dois momentos pela intervenção de Rui Barbosa, veranista habitué em Friburgo, que era contra a instalação um hospital de beribéricos no coração da cidade, famosa no país por sua salubridade.
Na semana passada fui convidada pela Associação de Engenheiros e Arquitetos para participar do programa Hora Técnica, exibido na TV Zoom. O assunto foi sobre as praças, contando com a presença do arquiteto Luiz Cláudio, responsável pelo projeto urbanístico das praças da cidade. A mencionada associação conta atualmente com um presidente, José Augusto Spinelli, que para nossa sorte gosta de história e por isso o assunto “praça” foi abordado numa linha de tempo passado e presente.
Quando o naturalista alemão Hermann Burmeister visitou Nova Friburgo, em 1851, impressionou-se que uma vila tão pacata tivesse um estabelecimento educacional de alto nível, “à altura dos melhores existentes no país”. Tratava-se do Instituto Colegial Freese, do inglês John Henry Freese, fundado em 1841, um precursor de outros colégios, a exemplo do Colégio Anchieta, que formou a elite política e profissionais liberais do Império.
Desde a sua inauguração em 30 de junho de 1910, o Sanatório Naval dedicava essencialmente sua prestação de serviço à cura do beribéri de seus oficiais e praças da armada. Não obstante estar no regulamento do Sanatório Naval de Nova Friburgo o tratamento de tuberculosos desde a sua implantação, até então a prioridade fora o beribéri. No entanto, a partir do ano de 1933, a prioridade voltara-se para outra doença: a tuberculose. Em 18 de fevereiro de 1936, foi inaugurado o Hospital de Tuberculosos. Desde então, os oficiais e praças da Marinha passaram a levar a alcunha de H.T.
"As bichas grandes do Dr. E. Bouchard, único depósito das verdadeiras bichas Hamburguesas” é um anúncio que pode ser encontrado no jornal O Nova Friburgo de 12 de junho de 1904. Para o leitor que queira se divertir passando uma vista d´olhos nos anúncios dos jornais do início do século XX, disponíveis no site D. João VI, talvez esse anúncio cause estranheza. Mas afinal o que eram bichas naquela época?