História e Memória

Janaína Botelho

Janaína Botelho

História e Memória

A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.

18/02/2015

Nova Friburgo tem duas tragédias em sua história: a primeira, ocorrida no ano de 2011, em que chuvas torrenciais e incessantes associadas a um tremor de terra provocaram desabamentos de morros matando centenas de pessoas, além de provocar impactantes danos materiais em todo o município. A segunda tragédia, a destruição da Praça Getúlio Vargas, com a derrubada dos mais que centenários eucaliptos. A primeira, um fenômeno da natureza, a segunda, provocada pelo gesto irracional do Homem.

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11/02/2015

Os escravos fugiram no dia primeiro de janeiro de 1850, refugiando-se nas imediações da fazenda. Recusavam-se a voltar ao trabalho no eito enquanto o administrador não fosse demitido pelo Comendador Boaventura. Conforme o depoimento de um dos escravos no processo judicial, o grupo fugiu porque não suportava mais os maus-tratos, castigos e ameaças do administrador João Antônio. Permaneceram três meses nas matas da fazenda alimentando-se de milho e abóbora que colhiam na roça da propriedade.

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28/01/2015

Parte 1 

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21/01/2015

Na matéria de hoje, transcrevo a primeira crônica do periódico O Friburguense quando voltou a circular em 20 de julho de 1890. O último quartel do século XIX foi o século da imprensa e Nova Friburgo possuía diversos periódicos. Mas o objetivo é mostrar a visão do papel do repórter naquela sociedade que se urbanizava. A propósito, a palavra urbanidade era um adjetivo elogioso contrapondo-se à figura do roceiro, do homem do campo, incivilizado e grosseiro.

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14/01/2015

O colonizador português, que tinha como prática intercambiar produtos de suas colônias, trouxe o inhame do continente africano para o Brasil. O nome inhame tem origem vocabular na África Ocidental. Essa palavra, que significa comer, vem de ñame, iñame, igname, yame, yam, yams até chegar a inhame. Câmara Cascudo nos informa que o cardápio dos tupiniquins constava notadamente de inhames. A raiz que alimentava o brasileiro era a mandioca, mas o inhame era igualmente apreciado. Mas por que tanta ênfase no inhame? No século XIX, Macaé de Cima era conhecido como "terras dos inhames”.

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07/01/2015

O fim do ano chega e já ocorre a transumância da população friburguense para a Região dos Lagos. Assim como na Europa o gado se desloca por ocasião da mudança de estação, buscando regiões mais quentes, fenômeno conhecido como transumância, o mesmo ocorre com os friburguenses que seguem rumo às praias da costa marítima fluminense. No entanto, o gado busca o conforto de regiões quentes, ao contrário da população friburguense, que se submete ao desconforto do tórrido verão tropical da região oceânica.

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30/12/2014

Como foi o final do século XIX, o fin de siècle, como se dizia à época, e a chegada do século XX? O século XIX foi um período histórico de grandes transformações tecnológicas e científicas. A urbanização e a vida social ganham impulso nas principais capitais da Europa, como em Paris e Viena, o que lhe valeu o título, ao final do século, de Belle Époque.

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17/12/2014

Arthur Guimarães em "Um Inquérito sobre Nova Friburgo”, escreveu, em 1910, que no comércio ambulante os italianos levavam suas mercadorias em carrinhos, tabuleiros ou samburás: "Um vendedor italiano, idoso, carrega os balaios cantarolando, com voz de barítono, sem ofender os ouvidos, vários trechos de óperas”. A imigração maciça de trabalhadores estrangeiros para o Brasil, principalmente italianos, sobretudo a partir de 1886, durante quase meio século, está diretamente ligada à constituição de um mercado livre de trabalho para a grande lavoura.

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10/12/2014

 A vila de Nova Friburgo foi fundada em 3 de janeiro de 1820. Desmembrada de Cantagalo para abrigar uma colônia de suíços, como toda vila, passa a ter as suas próprias instituições. A primeira delas foi o estabelecimento da Câmara Municipal, que reunia as funções executiva, legislativa e judiciária. No entanto, a promessa do rei D. João VI de um templo católico, na sua fundação, iria ter que esperar algumas décadas antes que se realizasse. D. João VI deu o nome de seu santo protetor à sede da vila de Nova Friburgo: Freguesia de São João Batista.

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03/12/2014

A imagem de Sebastien Nicolas Gachet, encarregado oficialmente pelo Cantão de Fribourg de propor a D. João VI uma colônia de suíços no Brasil, tem sido retratada de forma negativa. No entanto, nos parece que ele agiu conforme o racionalismo característico de um fribourgoise. A questão mais difícil inicialmente era encontrar um terreno apropriado para o estabelecimento da colônia. Era necessário que fosse situada perto da Corte para gozar da proteção do rei e se recorrer com facilidade às autoridades competentes.

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