Na Quaresma, todos os filhos da Igreja seguem os passos de Jesus até o Calvário. Trata-se de um itinerário espiritual, onde a esmola, o jejum e a oração nos ajudam, num verdadeiro exercício penitencial, a alcançarmos, com Jesus, a Páscoa (grande passagem) da ressurreição. Assim, neste tempo, recordando as dores de Cristo que são redentoras, nosso olhar se dirige para Aquele que vence a morte e o mal.
A Voz do Pastor

Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
Queridos amigos, meditaremos hoje sobre o grande mistério que há por trás de todos aqueles que sofrem.
O sofrimento é uma realidade que está intimamente ligada ao universo humano, “pois existe juntamente com o homem, surge em sua vida e passa, ou às vezes não passa, mas nele se consolida e aprofunda” (cfr. salvifici doloris, 8).
Caros amigos, continuando nosso itinerário quaresmal — que é um caminho acompanhando a Jesus que sobe a Jerusalém, lugar do cumprimento do seu ministério de Paixão, morte e Ressurreição — chegamos à meditação sobre o terceiro domingo da Quaresma.
Caros amigos, é no mínimo interessante que esta conhecida frase do Criador, com a que intitulamos este artigo (cfr. Gn 1, 31), apresente um claro intercâmbio entre beleza e bondade. Mas, podemos ver a bondade nas coisas?
Caros irmãos e irmãs, hoje meditaremos sobre o nono capítulo do evangelho de São João, tema da liturgia do quarto domingo da Quaresma deste ano. A narração diz que Jesus, passando pelas ruas de Jerusalém, encontra um cego e o cura, depois de ungir seus olhos com lodo e mandá-lo se lavar na piscina de Siloé.
Caro amigos, “viver para sempre” e tem sido um sonho que a humanidade persegue desde longa data. Há séculos religiosos e cientistas procuravam o “elixir da vida” e os poetas e escritores começaram a contar histórias sobre a fonte da eterna juventude e sobre a pedra filosofal, objetos relacionados à vida sem fim nesta terra.
Entretanto, uma reviravolta aconteceu no primeiro século de nossa era. Às margens do rio Jordão, houve uma explosão de fé que rapidamente se espalhou pelo mundo e que começou a professar a fé na Vida Eterna. E esta fé expressa um conceito inédito.
Caros amigos, aproximamo-nos cada dia mais da chamada “Semana Santa”, cujas significativas celebrações, tradicionalmente ornadas por variadas devoções populares, findam o tempo de preparação para a Solenidade da Ressurreição do Senhor e nos introduz no tempo pascoal.
Na liturgia da Palavra do Domingo de Ramos, porta de entrada para a Semana das semanas de nosso Ano Litúrgico, se lê: “O Senhor Deus (...) me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás”. (Is 50, 4-5)
A procissão do Domingo de Ramos é antes de tudo uma procissão festiva, um gozoso testemunho que nós oferecemos a Jesus Cristo, aquele que nos abriu o acesso aos tesouros do coração de Deus e nos ensina o amor ao próximo; sinal iniludível de amor ao Pai do Céu.
Meus irmãos e irmãs, o domingo de Páscoa é um dia de grande alegria para o mundo inteiro! Alegramo-nos porque Cristo ressuscitou e com ele todas as nossas esperanças de uma vida nova. Esta solenidade é o centro e o ponto alto de todo o Ano Litúrgico.
Caros amigos, quantos são os acontecimentos de nossas vidas que gostaríamos que nunca saíssem de nossa memória? Porém, sabemos que apesar de nossos votos de “nunca esquecer esses acontecimentos na vida de nossas retinas tão fatigadas”, parafraseando o poeta Drummond de Andrade, notamos que, quando não esquecidos por completo, tais eventos terminam embotados pelo tempo e pelas cores de nossas simples impressões pessoais — podendo, entretanto, como num milagre, emergir, em um raio de lucidez e contemporaneidade, de fotos, frases, objetos, músicas e pessoas conhecidas.