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Os cristãos são para o mundo o que a alma é para o corpo - 24 de maio 2011
Caros amigos, um importante documento que remonta aos primórdios da Igreja é a denominada “carta a Diogneto”. Uma de suas mais impactantes afirmações é a que transcrevemos no título deste artigo (cf. Carta a Diogneto, 6).
Hoje, quando as tendências racionalistas e secularistas da sociedade contemporânea questionam fortemente o papel desempenhado pelos cristãos no mundo moderno, faz-se cada vez mais atual a resposta do autor do referido documento do século II.
O homem moderno, e consequentemente o mundo que ele habita e constrói, é vítima de uma autêntica embriaguez autodestrutiva. Ao mesmo tempo em que o ser humano não pode sufocar em seu coração o desejo de uma felicidade sem limites, rastro da mão de Deus que o criou para a eternidade em sua bem-aventurada companhia, ele experimenta a realidade que onde não há Deus a alegria sem fim não lhe é concedida; e assim, ele mesmo se vê obrigado a criar a mentira do “falso infinito”, refugiando-se em paliativos como os entorpecentes, no comércio sexual, velado ou não, na ganância de um conforto egoísta, ou em tantas outras barbaridades que constituem um verdadeiro “paraíso do diabo” que corrompe os jovens, destrói as famílias, gera violência e ameaça o futuro de nações inteiras.
Cito, a propósito, algumas palavras do Santo Padre no livro “Luz do mundo” de Peter Seewald: “O que é importante é a consciência da necessidade de sermos curados, que, de algum modo, volte-se a compreender o que significa a redenção. Os homens reconhecem que, quando não há Deus, a existência adoece, e que o homem não pode viver assim; que tem necessidade de uma resposta que ele mesmo não pode conceder-se” (Paulinas, 2011. p. 85).
A redenção que nos é dada por Cristo em sua paixão, morte e ressurreição é dom conferido pelo Espírito Santo, logo, não somos autores da própria libertação de que carecemos. É papel do cristão demonstrar com sua vida que a saída para o descaminho dos últimos decênios está em voltarmos para Deus com todo o nosso coração e sinceramente reconhecermos o amor gratuito que nos salva.
Não são as novas correntes filosóficas e ideológicas que trarão de volta a quietude ao coração humano. Dizia-nos Santo Agostinho a respeito do permanente inconformismo do homem, que só em Deus encontrará sua verdadeira plenitude.
Neste mês de maio, dedicado pelo carinho popular à Nossa Senhora, aprendamos de seu exemplo a colocar Deus sempre em primeiro lugar. Este é o real caminho de ressurreição para o mundo que amamos.
Perseveremos no amor.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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