A oração da Virgem Maria - 31 de maio 2011

Caros amigos, quando refletimos sobre a Virgem Maria encontramos nela — além da escolhida para gerar em seu ventre o Salvador da humanidade — uma mulher profundamente aberta à ação de Deus. O Senhor, que não força a vontade humana, mas age segundo nossa obediência e generosidade, encontrou na humilde Maria seu paraíso. Dela dispôs como quis, enchendo-a de todas as graças.

Deus habita com tão plenitude na Santíssima Virgem que não se pode pensar em sua pessoa e missão sem uma referência concreta a Jesus Cristo, o Verbo de Deus, ao que acolheu e serviu como verdadeira mãe. “Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos” (LG 62).

Nos anos em que viveu na Igreja nascente já desempenhava esta função, como o demonstram com meridiana claridade os escritos apostólicos, que não economizam elogios a sua excelsa figura. Também hoje, contemplando a glória de Deus, Maria exerce a mesma maternidade sobre todo o corpo místico de Cristo, que é a Igreja: ilumina-nos com seu exemplo e nos protege com sua intercessão.

Não há melhor modo de contemplar o mistério do Verbo de Deus do que “entrando”, por assim dizer, nas recordações de Santa Maria. Dizia o beato João Paulo II: “A contemplação de Cristo tem em Maria o seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-lhe sob um título especial. Foi no seu ventre que Se plasmou, recebendo d’Ela também uma semelhança humana que evoca uma intimidade espiritual certamente ainda maior. À contemplação do rosto de Cristo, ninguém se dedicou com a mesma assiduidade de Maria. Os olhos do seu coração concentram-se de algum modo sobre Ele já na Anunciação, quando O concebe por obra do Espírito Santo; nos meses seguintes, começa a sentir sua presença e a pressagiar seus contornos. Quando finalmente O dá à luz em Belém, também os seus olhos de carne podem fixar-se com ternura no rosto do Filho, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura (cf. Lc 2, 7)”. (Rosarium Virginis Mariae, 10)

Por este motivo convido a todos os cristãos que façam a experiência confortante da contemplação do rosto de Jesus Cristo através do Rosário de Maria. Que pelo passar das contas desta admirável devoção, Nossa Senhora possa ditar ao nosso coração orante todas as experiências de gozo, luz, dor e glória e, deste modo, plasme em nós as feições de seu Divino Filho.