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Deus é Amor - 14 de junho 2011
Caros amigos, ao pensarmos em Deus podemos nos perguntar: É possível realmente conhecê-lo? Seu rosto não nos parece sempre misterioso?
Conta-nos o livro do Êxodo (33, 8-23) que, certa vez, Moisés pediu para ver o rosto de Deus, e o Senhor lhe respondeu taxativamente: “Não poderás ver a minha face, pois o homem não me poderia ver e continuar a viver” (v. 20). Esta passagem nos mostra que o Criador será sempre um mistério para o ser humano. Entretanto, alguém veio a nós da parte de Deus e nos revelou este mistério: Jesus Cristo. De fato, “muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, (...) esplendor de sua glória e imagem do seu ser” (Hb 1,1-3).
Contemplamos o Mistério Divino do modo como Jesus no-lo fez conhecer. Ele revelou-nos que Deus é amor, “não na unidade de uma única pessoa, mas na Trindade de uma só substância” (Prefácio da SS. Trindade). Três Pessoas que são um só Deus, porque o Pai é amor, o Filho é amor e o Espírito é amor. Deus é amor puríssimo, infinito e eterno. Não vive numa solidão maravilhosa, mas é, sobretudo, fonte inesgotável de vida que se doa e se comunica incessantemente.
Em certa medida, podemos intuí-lo observando a realidade criada. Nela encontramos gravado o “nome” da Trindade Santa nas múltiplas relações entre os seres; e a prova mais forte de que fomos criados a sua imagem é esta: somente o amor nos torna felizes, porque vivemos para amar e ser amados. Utilizando uma analogia sugerida pela biologia, diríamos que o ser humano traz no seu “genoma” o vestígio profundo do Deus-Amor.
Qualquer relação que estabeleçamos tem, portanto, no amor sua marca de autenticidade. Multiplicamos os nomes para designá-las: paternidade-maternidade, filiação, parentesco, namoro, reverência, amizade, amor conjugal, saudade..., e inclusive justiça, pois sem justiça não existe o amor, ela lhe é intrínseca (cfr. Caritas in veritate, 6); mas tais relações encontram-se profundamente inseridas no amor humano.
Assim, a família, “que tem a sua origem naquele mesmo amor com que o Criador abraça o mundo criado” (Beato João Paulo II), deve ser um verdadeiro santuário de vida, que encontrará sua real identidade na reciprocidade entre seus membros, acima de qualquer planejamento egoísta; do mesmo modo, os governos só cumprirão seus deveres com o bem comum quando usarem seu poder como serviço e não como um domínio visando bens de particulares.
Para amar formos feitos, porque Deus é Amor.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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