A doutora Adriane Fugh-Berman é médica, pesquisadora e professora de Farmacologia, Fisiologia e Medicina de Família do Georgetown University Center. Ela se dedica a lutar contra o marketing farmacêutico e foi entrevistada pela jornalista Concília Ortona, do Centro de Bioética do Cremesp, especialista em Bioética e mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). A entrevista, com o título “Laboratórios vendem doenças”, foi publicada na revista “Ser Médico” do Cremesp – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, edição 67, de abril a junho de 2014, páginas 5 a 9.
Saúde Mental e Você
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
Está o mundo perdendo o controle? Você tem perdido o controle emocional? Ou nunca teve isto em sua vida, nunca aprendeu? Tem “repentes” de descontrole emocional? Fere as pessoas e a si mesmo por causa deste lado ainda imaturo em sua personalidade? Quer mudar, ou está acomodado com isso e acha que a culpa é dos outros?
A Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina lançou para o público em geral um texto com o título “Decálogo sobre maconha”. Gostaria de compartilhar esta informação com você com a intenção de tirar possíveis dúvidas sobre o uso da maconha para efeitos medicinais. Qual é a verdade sobre isto? É a maconha que pode ajudar alguns casos de doenças? Ou é uma substância específica dela?
Uma pessoa que sofre e luta com um dependente químico na família fica, em geral, em dúvida sobre como equilibrar o cuidado de si mesmo e ajudar o adicto. A palavra “adicto” significa alguém viciado, dependente de uma substância ou de outra coisa. Adicto é um indivíduo que tem uma adicção que pode ser por droga ou por outra coisa.
Cada pessoa tem um nível de inteligência quanto à inteligência racional (QI). Por outro lado, a inteligência emocional vai além e engloba a maneira como a pessoa lida com suas emoções, percebe os sentimentos dos outros, além de outros fatores. Em 1912 Wilhelm Stern criou o termo QI – Quociente de Inteligência, também descrevendo a “idade mental” e a “idade cronológica”. O QI seria o resultado da divisão da idade mental pela idade cronológica.
Um sonho pode se tornar realidade. Nem todo sonho é uma fantasia mental impraticável. É bom sonhar com o que desejamos. E desejar o que sonhamos. Sem sonhos, nossa vida pode ficar murcha. Mas existe algum problema em sonhar e nutrir desejos?
Depende. O sonho e o desejo precisam de realidade também. Não só de euforia e mesmo não só de espírito empreendedor. Assim como para poder existir uma vida decente, é necessário equilibrar justiça com misericórdia, também para que um sonho se torne realidade é preciso combinar o desejo com a realidade.
A tecnologia avança de maneira espetacular. Não é incrível você usar, por exemplo, o Facetime no seu celular e conversar com uma pessoa com áudio e imagem em tempo real, estando ela no outro lado do planeta? Aumento de tecnologia significa resolução de sofrimentos mentais na população? Parece que não.
Ansiamos por um mundo com justiça. Se pudermos fazer algo, mesmo que pequeno, em nossa esfera de ação, que promova a justiça, isto contribuirá para um mundo melhor. Mas infelizmente isto não irá ocorrer. As doenças aumentam, voltam. A violência cresce. A corrupção avança em todos os níveis. O povo simples e mais pobre sofre. Os ricos ficam mais ricos.
No mundo da liderança política e empresarial existe uma pergunta importante neste contexto de prática de justiça: será que um líder social quer defender uma lei que favorece a população ou que favorece seu partido ou empresa?
Tem você tendência de ficar ruminando em sua consciência coisas ruins, pessimistas, derrotistas do seu passado ou sobre o futuro? Será isso ruim para sua saúde? Um estudo científico publicado este mês na revista da Sociedade Americana de Psicossomática mostra que viver ruminando ou pensando com frequência sobre coisas desagradáveis sobre o passado ou sobre o futuro parece ser danoso para a saúde porque pode conduzir ao estresse. E, por sua vez, o estresse pode contribuir para o aumento da pressão arterial, por exemplo.
A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Ao você terminar de ler este parágrafo uma pessoa terá se matado em algum lugar deste mundo. Pessoas se suicidam porque a vida para elas se tornou insuportável, sem saída, sem significado, porque predomina a dor na realidade delas, vivida como sem opção. O suicida não quer morrer, mas não quer a vida que para ele está insuportável. Daí o suicida crê que o jeito é desligar seu viver atual que para ele já é um não viver. É uma vida-morte. Então ele prefere morrer.