Valorize seus talentos

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Cada pessoa tem um nível de inteligência quanto à inteligência racional (QI). Por outro lado, a inteligência emocional vai além e engloba a maneira como a pessoa lida com suas emoções, percebe os sentimentos dos outros, além de outros fatores. Em 1912 Wilhelm Stern criou o termo QI – Quociente de Inteligência, também descrevendo a “idade mental” e a “idade cronológica”. O QI seria o resultado da divisão da idade mental pela idade cronológica.

Já em 1916, Lewis Madison Terman em seus estudos, pensou em multiplicar o QI por 100, com isto eliminaria os decimais. Ele acreditava que o QI era uma capacidade mental que a criança nasceria com ela, seria imutável e não poderia ser alterada pela educação, pelo ambiente familiar e nem por outras circunstâncias da vida.

A classificação do QI ficou, então, assim: QI acima de 140 = genialidade; entre 121 e 140 = inteligência muito acima da média; entre 110 e 120 = inteligência acima da média; entre 90 e 109 = inteligência normal; entre 80 e 89 = embotamento; entre 70 e 79 = limítrofe e entre 50 e 69 = raciocínio lento.

Mas é interessante observar que crianças inteligentes não necessariamente conseguem um ótimo desempenho na vida adulta, e crianças que tiveram complicações nos estudos na infância, depois se tornaram adultos com grandes realizações.

Na verdade, há múltiplas inteligências. Podemos classificar a inteligência em oito formas: 1) linguística ou verbal – típica de atores, apresentadores, locutores, professores, advogados, etc. 2) inteligência lógica-matemática – matemáticos, cientistas, engenheiros, economistas, físicos, etc.; 3) musical – compositores, artistas, cantores, músicos, etc.;  4) corporal-cinestésica – atletas, cirurgiões, dançarinos, artesãos, etc.; 5) espacial ou visual – médicos, navegadores, pintores, arquitetos, etc.; 6) naturalista ecológica – ambientalistas, arqueólogos, ecologistas, etc.; 7) interpessoal – pais e mães, religiosos, psicólogos, vendedores, professores, etc. e 8) intrapessoal – líderes, gurus, conselheiros, mentores, filósofos, etc. (estes dados foram extraídos do artigo “Formas e Inteligência, QI”, Jenner Cruz, Membro Emérito da Academia de Medicina se São Paulo, Suplemento Cultural da Associação Paulista de Medicina, Março 2013, n.244, p.5-7).

Perceba que estas formas diferentes da inteligência se manifestam em pessoas diferentes e nos revelam que deveríamos ser mais compassivos e valorizadores de todas as pessoas ao invés de exaltar só os de um mesmo padrão e criticar os que estão fora dele. O pensamento aplaudido na sociedade é relacionado com as pessoas que são proativas, empreendedoras, ou são famosos atletas ou artistas. Mas segundo os estudos da inteligência humana, vemos que estes grupos de pessoas são só uma fatia da humanidade enquanto características do ser mental. Há os outros tipos. E precisamos de todos.

A justiça para ser justiça na existência humana teria que valorizar todos os tipos de pessoas com suas inteligências variadas. Mas sabemos que não é assim que a sociedade funciona. Então, pelo menos, valorize a si mesmo, e não se deixe abater pelo fato da sociedade endeusar os proativos, os artistas, os atletas, especialmente jogadores de futebol, e ser indiferente e/ou desvalorizar os que não possuem estas formas de inteligência.

Todas as pessoas são valorosas. Todas são dignas. E todas deveriam ter as mesmas chances. Todas são necessárias. Valorize sua forma de inteligência, mesmo que seus parentes, em seu trabalho, ou a sociedade não a valoriza. Use sua inteligência para ajudar a aliviar o sofrimento de alguém. Esta é a forma mais gratificante de viver.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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