Decálogo sobre a maconha

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina lançou para o público em geral um texto com o título “Decálogo sobre maconha”. Gostaria de compartilhar esta informação com você com a intenção de tirar possíveis dúvidas sobre o uso da maconha para efeitos medicinais. Qual é a verdade sobre isto? É a maconha que pode ajudar alguns casos de doenças? Ou é uma substância específica dela?

Vamos ver os dez tópicos que foram anunciados pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselho Federal de Medicina sobre a maconha e reproduzidos aqui na íntegra: 1 - A cannabis sativa e a índica não podem ser consideradas medicamentos e, portanto, não existe “maconha medicinal”; 2 - A planta tem pelo menos 400 substâncias, sendo que uma, o THC, tem potencial de causar dependência e apenas uma, o CBD, está sendo investigada com o objetivo de verificar se existe ou não um potencial terapêutico; 3 - Como os poucos resultados obtidos estão longe de ser generalizados, mesmo que o uso controlado possa ser feito, deve-se levar em conta os potenciais malefícios já comprovados; 4 - Para qualquer substância com potencial de causar dependência em uso terapêutico, até hoje, a regulamentação é especial, pois os benefícios iniciais podem ser substituídos  por danos decorrentes do uso crônico, visto que ainda não existem estudos a longo prazo que comprovem a segurança; 5 - As consequências do consumo de maconha fumada costumam ir além do usuário e podem atingir toda a família. Por exemplo, as alterações de humor e mudanças de comportamento são comuns e afetam as pessoas próximas e provocam acidentes de trânsito; 6 - O consumo de maconha pode levar a dependência, diminuição da atenção, memória e funções executivas. Prejudica a percepção da realidade e a tomada de decisões. Leva ao declínio de até oito pontos no QI (Quociente intelectual); 7 - Estudo recente mostrou que maconha usada na adolescência pode aumentar o risco suicida nesta faixa etária e também na fase adulta; 8 - A maconha pode induzir à esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, quadros de ansiedade, como ataques de pânico; 9 - O consumo de maconha na gestação leva a alterações do cérebro do feto; 10 - O consumo de maconha pode levar a câncer de pulmão, bronquite, enfisema e infecções respiratórias, dentre outras alterações nos diferentes sistemas orgânicos. Elas são mais graves que aquelas decorrentes do uso de cigarro comum.

Se você quiser ler este decálogo no site oficial da Associação Brasileira de Psiquiatria, entre no link: www.abp.org.br/post/abp-e-cfm-decalogo-maconha. No entanto, o  que tem sido usado em alguns casos clínicos não é a maconha como erva, mas uma substância extraída dela, o canabidiol. Mas veja que no “Decálogo sobre maconha” produzido pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, o primeiro tópico diz: “A cannabis sativa e a índica não podem ser consideradas medicamentos e, portanto, não existe ‘maconha medicinal’”. E no item 4 é explicado que “ainda não existem estudos a longo prazo que comprovem a segurança” do uso medicinal do canabidiol.

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César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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