As últimas semanas nos deram a medida exata do que é uma atividade política nefasta, em que os homens públicos perdem a vergonha e passam a agir de cara aberta, sem a dissimulação que ostentam nas suas vidas privadas.
Max Wolosker

Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Em 1986 o gaúcho Eduardo Cypel, então com dez anos de idade, mudou-se para França levado pelos pais. Em 1998 conseguiu naturalizar-se e, agora, nas eleições legislativas desse fim de semana e do próximo, pode-se tornar o primeiro deputado franco-brasileiro eleito para a Assembleia Nacional francesa. Aliás, caso isso se concretize, ele, com certeza, poderá contribuir e muito num maior entrosamento político entre a França e o Brasil.
Em minha coluna da semana passada falei sobre o gaúcho naturalizado francês Eduardo Cypel, do PS (partido socialista, da França), e cotado para se eleger deputado na Assembleia Nacional francesa. Pois bem, no último fim de semana ele teve 52,77% dos votos na região Seine-et-Marne e passa a ser o primeiro deputado franco-brasileiro da história recente.
Dizem as más línguas que há coisas que só acontecem ao Botafogo, mas na verdade o mesmo se aplica à nossa cidade. No bairro Ypu, próximo ao radar, existe um calombo na estrada a desafiar os técnicos e é uma constante ameaça à integridade dos motoristas. Mas, após temporais o mais comum é o aparecimento de buracos na estrada ou nas ruas; entre nós, no entanto, as depressões são para cima a desafiar a compreensão das pessoas.
Recebi, por e-mail, essa carta e resolvi publicá-la em minha coluna, pois é o desabafo da médica Maria Isabel Lepsch e que explica, em muito, a falência da saúde pública no Brasil:
“Sabe governador, somos contemporâneos, quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou médica, pediatra, deprimida e indignada com as canalhices que estão acontecendo. Não conheço bem a sua história pessoal e, com certeza, o senhor não sabe nada da minha.
Apesar de evitar falar sobre futebol em minha coluna, abro parênteses, hoje, para abordar a vitória do Botafogo no sábado, numa das semifinais da Taça Rio. Não vou me ater ao jogo em si mesmo, mas a um personagem do qual sou fã de carteirinha e que é ídolo de uma torcida. Trata se do uruguaio “El Loco Abreu”.
Nesse domingo o Botafogo sagrou-se campeão da Taça Rio de 2012, após a vitória de três a um sobre a equipe do Vasco da Gama, com um Engenhão lotado. Para variar Loco Abreu marcou mais dois gols, ambos com o pé direito, o que levou a torcida do Fogão à loucura, ainda no primeiro tempo. O detalhe é que esse título chega junto com uma invencibilidade de 23 jogos, pois o Fogão é o único grande time do país que ainda não perdeu um jogo.
Parabéns ao Fluminense pela brilhante conquista do campeonato carioca de 2012. Num time dirigido por “Oswaldo Junior”, uma mistura de Oswaldo de Oliveira com Caio Junior, a derrota de quatro a um, ontem, no Engenhão, não é de se espantar. Afinal, treinador que quer ser campeão não pode manter no time uma nulidade como Elkerson. E pensar que isso já foi convocado para a seleção brasileira. A única diferença é que Mano Menezes não usa óculos e Oswaldo sim; mas são ambos cegos.
Li estarrecido, no jornal O Globo de domingo que o empresário do bicho Carlos Augusto Ramos, vulgarmente conhecido como Cachoeira, de onde jorrava rios de dinheiro, público, e o senador Demóstenes Torres chamaram os mais caros advogados criminalistas do país para defendê-los. Com o meu, seu, nosso dinheiro contrataram Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado preferido pelos políticos envolvidos em escândalos de corrupção.
Um dos graves problemas que atrapalham a administração pública brasileira é o fato de a maioria dos escolhidos para comandar setores importantes não ter conhecimento suficiente da função e sim QI—o famoso “quem indicou”. A recente indicação de Marco Antonio Raupp, um renomado físico, matemático e livre docente da USP (Universidade de São Paulo), para o Ministério da Ciência e Tecnologia foi criticada pelo PT porque não se tratava de um político do partido e sim de um técnico (e que técnico!).