O Rio Paraíba do Sul nasce ao sul da Serra da Bocaina e da Mantiqueira, no estado de São Paulo e deságua no oceano Atlântico, na localidade de Atafona, em São João da Barra, no estado do Rio de Janeiro. Ocupando um bioma marcado pela Mata Atlântica, percorre um total de 55.300 km², sendo que sua bacia drena 24% das terras paulistas (13.272 km2), 39% das terras fluminenses (21.567 km2) e 37% das mineiras(20.461 km2). Localizado entre os maiores centros urbano-industriais do país, abriga uma alta biodiversidade que está sendo ameaçada.
História e Memória
Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
Na história da humanidade, desde as primeiras civilizações, o carro de bois era indispensável na lavoura, na lavragem da terra atrelado à charrua, bem como no transporte de materiais pesados. Na Grécia Antiga não se admitia matar o boi de lavoura e as leis atenienses puniam o bovicídio duramente.
Não dá para citar a trajetória de todos os Moraes, mas podemos mencionar os que mais se destacaram. José Antônio de Moraes, segundo filho de Basília e de Antônio Rodrigues de Moraes, recebeu o título de Barão de Imbé, em 1884, e cinco anos depois, de visconde. A divisão geopolítica da província do Rio de Janeiro iria alterar bastante com a proclamação da República. Neste arranjo político estiveram envolvidos membros da família Moraes.
Palacete do Barão das Duas Barras. Nos dias de hoje, a existência de prédios em seu entorno impede a sua visualização de vários pontos da cidade. É considerado um dos mais importantes patrimônios históricos de Nova Friburgo, tombado em 1988, pelo Inepac. Esse palacete foi construído por Elias Antônio de Moraes, o segundo Barão das Duas Barras, da importante família Moraes, uma das mais ricas entre a elite rural fluminense. Fizeram fortuna no século 19, na região de Cantagalo, com o plantio do café e atividades financeiras.
Fazenda do Cônego, propriedade do primei ro Barão de Nova Friburgo, no século 19. De acordo com a memória oral, tem esse nome por ter o nobre barão Antônio Clemente Pinto dado abrigo a um clérigo em sua fazenda. Ainda segundo a memória oral era uma fazenda com plantação de café. O nome fazenda foi suprimido na década de 50, do século 20, quando passou a circular pela cidade a linha de ônibus que trazia no letreiro apenas a indicação de Cônego.
Há algumas semanas, fui visitar o simpático e carismático padre Marcelo Piller, no bairro Duas Pedras. Foi nessa localidade que muitos imigrantes italianos que chegaram a Nova Friburgo, desde o final do século 19, e escolheram para residir ou instalar os seus negócios. Eram eles, os Spinelli, Cantelmo, Caputo, Mangia, Libonato, Quintieri, Pecci, Vitiello, Meceni, Saippa, Romaneli, Catarcione, Rastrelli e Polo.
Um dos textos mais interessantes que já li de um memorialista é o que segue adiante, extraído do jornal O Friburguense, a crônica “De antigamente e de agora”, de 23 de dezembro de 1928. Foi graças ao saudosismo de Henrique Zamith, que viveu a sua infância e juventude na Nova Friburgo fin-de-siècle, que hoje podemos conhecer o cotidiano, no Natal, de uma típica família burguesa friburguense daquela época.
O município de Nova Friburgo possui oito distritos: (sede), Riograndina (2°distrito), Campo do Coelho (3°), Amparo (4°), Lumiar (5°), Conselheiro Paulino (6°), São Pedro da Serra (7°) e Mury (8°distrito). Dentre esses, quase todos são distritos agrícolas com exceção do primeiro e do sexto distrito. Todavia, é Campo do Coelho que possui o maior número de propriedades rurais e responde pela maior parte da produção agrícola friburguense.
Prática cultural presente no cotidiano da cidade, é difícil imaginar um evento em Nova Friburgo, no final do século 19, que não tivesse a presença das bandas de música tocando retretas, polcas, mazurcas e schottisches. Muito diferentes das bandas que nos dias de hoje limitam a execução em espaços fixos, as bandas de outrora tinham mobilidade e circulavam tocando dobrados e retretas pelas ruas da cidade.
No estado do Rio de Janeiro, a mesorregião do Centro Fluminense é formada por dezesseis municípios como Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Santa Maria Madalena, Carmo, Macuco, Bom Jardim, Sumidouro, São Sebastião do Alto, Trajano de Moraes, Sapucaia, Três Rios, Areal, Paraíba do Sul e Comendador Levy Gasparian. Esses municípios pertenciam no passado a uma região conhecida por Sertões do Macacu e que posteriormente formaram a Magna Cantagalo.