Em 1835, a população livre de Nova Friburgo era de aproximadamente 2.800 habitantes e de 2.000 a escrava. Anos depois, em 1850, a população livre do município era de 4.187 indivíduos e de 2.927 escravos, correspondendo esses últimos a 41% da população. Neste período, o levantamento abrangia as freguesias de São João Batista e de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer.
História e Memória
Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
No princípio do século 19, uma parte do recém-criado distrito de Cantagalo foi desmembrada para receber colonos suíços, dando origem a Vila de Nova Friburgo. Para tanto, foram demarcados lotes de terras e doados a esses imigrantes para se dedicarem ao cultivo da lavoura de mandioca, milho, feijão e arroz, bem como na criação de animais domésticos.
Instalando-se para ficar definitivamente no Brasil, o português recriou o ambiente familiar, cercando-se de currais, quintais e hortas. A disposição e variedade da horta lusitana introduzida no Brasil indica sua preferência pelos legumes e hortaliças. Fui até o distrito de São Pedro da Serra conhecer a horta de Dona Zali. Ela vende hortaliças para a comunidade local, colhidas na hora, à escolha do freguês.
No artigo da semana passada fiz um histórico sobre a família Neves, proprietários da Fazenda da Cachoeira do Amparo. Dona Vitalina administrou a fazenda até o seu falecimento em 1968. Desde então, a Fazenda da Cachoeira do Amparo foi transmitida, por herança, a Vitalina das Neves Lange e a Walther José Seng das Neves. Esse último vendeu a sua parte para a irmã. Berndt Lange, casado com a herdeira Vitalina, manteve uma pequena lavoura de café e se voltou à criação de gado e cavalos da raça campolina.
A Fazenda da Cachoeira do Amparo é histórica. Está localizada no distrito de Amparo e começou suas atividades ainda no século 19, sob o comando de uma das famílias mais importantes de Nova Friburgo, os Neves. A história dessa região tem início com a Fazenda de São Simplício, um latifúndio que possivelmente naquela ocasião tinha uma extensão de 2.178 hectares. Há divergência entre os historiadores se teria pertencido a Elias José Caetano ou a João Luiz Ribeiro.
Durante muitos séculos, parte dos continentes asiático e africano foram dominados pelo império turco-otomano. Com o fim da Primeira Guerra Mundial esse império se desfaz dividindo-se em diversos países. Professando a fé islâmica, os turcos perseguiam os árabes cristãos e por isso, prevaleceu a emigração de libaneses que seguem o cristianismo.
A Câmara Municipal de Nova Friburgo completa 200 anos no início do próximo ano e o seu atual presidente, vereador Alexandre Cruz, inicia os preparativos do bicentenário. Entre eles, uma homenagem aos vereadores que passaram por aquela tribuna. Uma das instituições mais antigas no Brasil, as câmaras municipais remontam ao período colonial, quando em 1549, se instalou o Governo Geral.
A imigração dos alemães para o Brasil está relacionada com a organização do Exército nacional, após a independência. As tropas brasileiras eram milícias formadas em sua maioria por delinquentes recrutados na base do “pau e da corda”. Não havia exercícios militares e a cachaça corria solta nos quartéis. Diante desse quadro, a solução encontrada por D. Pedro I foi a contratação de mercenários europeus. Como os países restringiam a emigração de ex-combatentes, as autoridades brasileiras dissimulavam misturando agricultores e artífices aos mercenários.
No último dia 19 foi celebrado o centenário de nascimento de João Batista da Silva. Ele tem o nome do padroeiro da cidade, São João Batista, dado por D.João VI que tinha igualmente o nome do santo. Caçula de sete irmãos, João Batista da Silva nasceu no ano de 1919, em Nova Friburgo. Era neto de uma escrava, Esperança de Jesus, e sua mãe Eugênia Maria de Oliveira foi lavadeira, uma profissão muito comum entre as mulheres que precisavam complementar a renda familiar.
Existem lugares que no passado foram importantes espaços de sociabilidade, mas que hoje nada representam ou simplesmente deixaram de existir. Eram descritos como lugares de passeios na primeira metade do século 20, a Chácara do Paraíso, a Granja Spinelli, a chácara da Vila Amélia, a chácara Braune com os seus açudes, as plantações de cravo no Tingly, o Parque São Clemente, o Moinho da Saudade (na Ponte da Saudade) e o alto do Catete.