Fazer parte de um grupo e identificar-se através dele é uma necessidade humana. Na história da humanidade houve muitos grupos e alguns se transformaram em sociedades secretas. E quando falamos de sociedades secretas, a maçonaria é citada com frequência como a organização mais emblemática dessa categoria. Nenhuma outra parece ter suscitado tantas controvérsias desde a sua criação. Antes de organizar-se nos moldes que conhecemos hoje, a maçonaria passou por um longo processo de transformação. A maçonaria teria sua origem nas corporações dos construtores de catedrais, em meados do século 13.
História e Memória
Janaína Botelho
História e Memória
A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.
Com o passar do tempo e ações positivas dos responsáveis pelo patrimônio histórico, as coisas retomam os seus lugares. Foi o caso dos leões, obras de arte fabricadas em 1840, na França, e adquiridas pelo Barão de Nova Friburgo. Os leões ficavam em frente ao solar do barão compondo a fachada de sua residência. Desde 1921, quando a prefeitura adquiriu o solar do barão, os leões foram sendo deslocados de acordo com as políticas públicas municipais.
Durante cinco décadas, o lindo palacete localizado no bairro Vila Amélia abrigou a delegacia e a carceragem de Nova Friburgo. A fim de atender à requisição da Promotoria de Proteção aos Interesses Difusos e Direitos Coletivos, foi realizada em dezembro de 2001 uma perícia na cadeia pública de Nova Friburgo, junto às dependências da 151º Delegacia de Polícia. Foi o primeiro trabalho técnico de perícia criminal realizado para auxiliar na remoção da cadeia do município de Nova Friburgo. Eram dez celas na carceragem.
O Centro de Artes será entregue a população em 2016, para que cumpra as mesmas funções anteriores: servir a pequenos espetáculos teatrais e exposição de artes plásticas em suas dependências. Para quem desconhece o local, o Centro de Artes é o porão do solar do Barão de Nova Friburgo, localizado em frente à Praça Getúlio Vargas. Em razão disso ficou igualmente conhecido como Porão de Artes. Foi duramente castigado com a enchente de 2011, que destruiu todas as suas instalações já que se encontra abaixo do nível da rua. Desde então, vem passando por uma reforma.
O solar do Barão de Nova Friburgo, um dos mais importantes patrimônios históricos do município, foi sempre subaproveitado pelo governo municipal. Desde que esse imóvel passou a ser de propriedade da prefeitura serviu a diversos órgãos: foi sede da Câmara Municipal, biblioteca e nos últimos anos sofreu uma de suas mais vertiginosas depredações. Por abrigar oficinas de arte em que ocorriam cursos de dança e artes cênicas, a exemplo de malabares praticados sob o lustre de cristal da sala principal, colocou suas instalações em um estado de degradação de onerosa reparação.
Nossas montanhas, como elas fazem parte de nossa história e de nosso inconsciente coletivo. Inicia na vila do Morro Queimado, nome pelo qual Nova Friburgo ficou conhecida nos primórdios de sua história. Tem esse nome em razão das montanhas das Duas Pedras localizadas na Fazenda do Morro Queimado, no qual se instalou o Núcleo Colonial dos Suíços. Apelidaram-na de Morro Queimado por causa da cor tisnada cinzenta das montanhas das Duas Pedras. As montanhas graníticas que caracterizam a geografia local dá essa aparência acinzentada que o vulgo denominava de “queimada”.
A Lei municipal de 4.017, de autoria do vereador Professor Pierre, foi promulgada em 2012, criando a Via Parque de Caminhada de Mury, conhecida comumente como Caminho do Trem. Conforme esse dispositivo legal, o tráfego prioritário no Caminho do Trem seria de pedestres, ciclistas e igualmente para cavalgadas e charretes. Automóveis e motocicletas poderiam trafegar desde que em baixa velocidade e caminhões em caso de necessidade, sendo proibida a circulação e o estacionamento de veículos pesados. Mater-se-ia a estrada de terra, à exceção de alguns trechos já previamente asfaltados.
Um café com Richard Ihns! Como poderia recusar tal convite? O motivo? Recentes matérias que fiz sobre os partidários do nazismo em Nova Friburgo durante a Segunda Guerra Mundial. Em um desses artigos cito o nome de seu pai e foi esse o motivo do convite para ir a sua residência para o esclarecimento dos fatos. Inicialmente devo apresentar Richard Ihns, já que a memória nesse país se apaga repentinamente e o passado que vai se esmaecendo a cada geração. Richard Ihns foi um dos mais importantes executivos da fábrica de Rendas Arp no período de seu maior vigor econômico.
Em artigos anteriores escrevi sobre Sumidouro, que fora freguesia de Nova Friburgo no século 19. Sumidouro conta atualmente com dezenas de casarões históricos, infelizmente desprezados pelo Iphan, Inepac, prefeitura de Sumidouro, e desconhecidos dos friburguenses, daquela que fora a sua mais próspera freguesia no Segundo Reinado. Aproximadamente três décadas depois de sua criação, o termo de Nova Friburgo recebe a anexação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer e poucos anos depois de São José do Ribeirão.
Como surgiam as vilas no Brasil? Quando o número de latifúndios era significativo numa determinada região, o governo ordenava a criação de vilas com a finalidade de levar justiça à ela através das Câmaras Municipais. Nova Friburgo surge desmembrando-se de Cantagalo, que em 1814 recebera o status de vila, igualmente desmembrada do termo de Santo Antônio de Sá, hoje Itaboraí, entre outros municípios. Mas Cantagalo tinha lá sua justificativa para ter o status de vila. Recebera uma estrutura administrativa para disciplinar o garimpo do ouro de aluvião extraído de seus rios.