História e Memória

Janaína Botelho

Janaína Botelho

História e Memória

A professora e autora Janaína Botelho assina História e Memória de Nova Friburgo, todas as quintas, onde divide com os leitores de AVS os resultados de sua intensa pesquisa sobre os costumes e comportamentos da cidade e região desde o século XVIII.

23/02/2017

Em meados do século 19, já registramos o entrudo no folguedo carnavalesco da vila de Nova Friburgo. Os foliões lançavam água, farinha, pó de sapato, vermelhão da China ou amarelo do Japão uns contra os outros depositados, em alguns casos, dentro de bolas de cera ocas denominadas de limões-de-cheiro. As famílias muniam-se de latas, baldes, mangueiras e limão de cheiro, ficavam nos pontos centrais da cidade para o início do jogo do entrudo. Em fins daquele século, Nova Friburgo era uma cidade frequentada por cariocas, jornalistas e a classe política, como a família do jurista Rui Barbosa.

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16/02/2017

Em Nova Friburgo, existem diversos erros sobre a sua história ou mesmo problemas de interpretação que merecem ser esclarecidos. Inicialmente, a data de celebração de seu aniversário. De fato, deveria ter como marco inicial o dia 03 de janeiro de 1820, e não, 16 de maio de 1818. A data do decreto real que cria a Colônia de Suíços na Fazenda do Morro Queimado, no distrito de Cantagalo, tornando-a Freguesia de São João Batista é 03 de janeiro de 1820. Para tanto, o território foi desmembrado de Cantagalo, do qual fazia parte.

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09/02/2017

Amparo, Alto dos Schwenck. Foi para lá que colonos suíços e alemães se dirigiram no século 19. Fazia parte de São José do Ribeirão, freguesia mais importante de Nova Friburgo do ponto de vista econômico. Terras férteis para o plantio de café, frutas e verduras. Até meados do século 20, foi o distrito agrícola mais produtivo do município, o celeiro do Rio de Janeiro. Mas Amparo encontra-se esquecido há décadas por sucessivos governos municipais no que tange a infraestrutura, como a melhoria de suas estradas.

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02/02/2017

Na última terça-feira, participei de duas reuniões cujo objetivo era os duzentos anos de Nova Friburgo. De início, falarei da que ocorreu na parte da tarde com o historiador Martin Nicoulin. Para quem não o conhece, Nicoulin é um historiador suíço que escreveu o livro “A gênese de Nova Friburgo”, uma obra que teve grande importância para o município por vários motivos. Inicialmente, por ser o primeiro trabalho acadêmico sobre a história de Nova Friburgo, que deu base e motivação para trabalhos posteriores, a exemplo do livro Teia Serrana.

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26/01/2017

Visitei a Fazenda Penedo em Duas Barras e conheci a simpática família Araújo, proprietários da fazenda. Além da criação de gado destinada a atividade leiteira, os Araújo pretendem tornar essa fazenda um local de lazer. A Fazenda Penedo foi construída em 1881, pela família Pinheiro. A casa-sede, em estilo neoclássico, apresenta na sala de visitas uma decoração mais requintada em relação aos demais cômodos da residência. Há o registro de pratarias e porcelanas trazidas da Europa, comprovando a adoção do estilo de vida europeizado dos primeiros moradores.

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18/01/2017

No início do século 19, quando os colonos suíços e alemães chegaram a essa região, as primeiras montanhas que avistaram foram as dos Três Picos. A localidade, que os moradores antigos ainda chamam de Três Bicos, estava compreendida no século 19, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Sebastiana. Na ocasião, referia-se à região como Terras Frias. 

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12/01/2017

Sempre lamento que as montanhas de Duas Pedras, o “Morro Queimado”, não represente o município de Nova Friburgo. Tenho ainda preferência sobre as montanhas dos Três Picos, porta de entrada de Nova Friburgo até o advento da linha férrea. Foram essas as primeiras montanhas avistadas por viajantes e pelos colonos suíços e alemães quando chegaram a Nova Friburgo. Mas voltemos às Duas Pedras, ou melhor, ao Morro Queimado. É ele quem aparece em todas as ilustrações de cientistas e artistas, como Debret, que passaram por Nova Friburgo, no século 19.

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04/01/2017

Yolanda Brugnolo Lívio Barilari Bizi Cavalieri d’Oro, nascida em Friburgo em 1922, relata em suas memórias: “Quando a revolução triunfou, fomos para a Praça [Getúlio Vargas] ver a chegada dos vencedores trazidos no trem. Estava todo mundo na rua, se acotovelando para ver melhor(...) Lá pelas tantas o povo resolveu destruir a estátua do líder político de Nova Friburgo, o Sr. Galdino do Valle. Ele, que fora sempre venerado por todos, era agora, na fúria da paixão política, vítima do vandalismo desenfreado, comum nessas ocasiões.

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28/12/2016

Foi inaugurada no mês de dezembro a primeira sala do futuro museu de Nova Friburgo. O museu fica no solar do Barão de Nova Friburgo, na Praça Getúlio Vargas. Esse imóvel foi adquirido pela prefeitura dos descendentes do barão e durante muito tempo serviu como sede da Câmara Municipal e igualmente biblioteca pública. Foi duramente castigado quando serviu como Centro Cultural para cursos livres promovidos pela secretaria de Cultura.

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21/12/2016

Referimo-nos em matérias anteriores que o patrimônio cultural é protegido através de inventário, registro, tombamento, vigilância e desapropriação. Os dois primeiros já foram abordados. O tombamento é um procedimento pelo qual o poder público submete o bem cultural de valor histórico, artístico, paisagístico, etnográfico, arqueológico ou bibliográfico à proteção do município, declarando-o patrimônio cultural de município. A natureza do objeto tombado e o motivo do tombamento determinarão as diretrizes da proteção.

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